Me sinto desabitado, vazio, sem forma fixa, essencialmente esqueci como sentir, perdi toda a essência legítima de ser como eu, a substituí pelo infame desejo de possuir pedaços de todos, me tornar a mescla de almas profusas para anular a minha. Penso com a intenção de compreender o olhar do indigente que vejo no espelho, o desconhecido nato que fugiu às pressas sem documentos para que fosse registrada a partida. Não posso me dizer adepta a entender o que transcrevo no papel, mesmo que tenha usado minhas próprias mãos, usei sentimentos que não me pertencem para tornar original essa cópia de experiências tão comuns. Amei a forma como transbordei mais um verso sem antes pensar no anterior, tudo quando se chama de arte pode virar algo, mesmo sendo nada para quem o criou. Talvez acidentalmente alguém responda meus questionamentos ao ler quem eu gostaria de ser, e talvez me torne o estranho familiar que encontro nos reflexos constantemente.
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exagero insaciável
Poesíapoemas, textos e contos autorais de uma mente e alma que entraram em estado criativo