sou acalento de um coração que tem ficado mais lento, já não estou tão atento as suas, batidas, esperançoso de que parem antes da próxima bebida, antes da sua partida. Abstrato o seu retrato na minha mente, visualizo sem clareza para não ter que esquecê-lo totalmente.
Tudo que diz me faz querer abrir a última garrafa e me despedir com um copo de lágrimas ácidas, derreti a manga da sua blusa tentando secá-las, aspera rasgou meus olhos nessa tentativa falha, um exagero, admito, quem me alarmou foi meu pensamento aflito, sei que se fosse para ser teria sido, e que os quases que eu deixei de viver fizeram esse poema mais bonito.
Minha alma pesada, carregada de falhas que eu tive de cometer essa noite, me permiti sentir triste por não ter feito nada de errado, confesso que ainda sim trocaria cada um desses versos elaborados pra voltar pro teu lado.
Eu senti muito, senti porque me recusei a trancar esses sentimentos que antes me recusava usar pra fora do meu ser, eu tive esperança de que os usaria com você, foi bom te ver pra me lembrar do sufoco que eles também me fazem passar.
Talvez eu desista, talvez eu marque dia e hora para que você também assista, me imagino em seus braços enquanto eu parto e assim não seria tão ruim deixar o mundo para trás no momento do fim.
Eu paro de pensar quando te vejo em minha frente, não tenho mais pra quem recorrer a não ser que você volte para mim, mas tudo bem, já foi, ja passou, eu não vou pensar muito nessas coisas mais de uma vez... por noite, na verdade essa já é a segunda ou terceira, mas enfim
Eu reescrevo e releio meu depoimento, e ainda posso afirmar sem pesar que morreria em seus braços se você quisesse ser o último a sentir meu corpo quente.
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exagero insaciável
Poetrypoemas, textos e contos autorais de uma mente e alma que entraram em estado criativo
