III.

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	Como ela pode ser tão bela?

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Como ela pode ser tão bela?

Esses sonhos com uma jovem desconhecida têm me atormentado há dias. Será que ela é real? E se eu enviasse meus guardas para procurá-la? Talvez eu finalmente tenha algumas respostas.

Olho pela janela do salão, observando as torres majestosas do castelo de Thalador. O sol poente banha as paredes de pedra antiga com uma luz dourada, refletindo os glifos antigos esculpidos durante o reinado do meu avô, que narram as glórias passadas e as batalhas épicas dos nossos ancestrais.

- Vossa Graça... Vossa Graça! - A voz distante me arranca dos meus pensamentos. Volto ao presente, encarando a grande sala de reunião do conselho, decorada com tapeçarias que contam a história da Batalha dos Syndarion, onde dragões de gelo rasgavam os céus e magos d'água moldavam os rios com a sua vontade.

- Sim? - Levanto a cabeça, encontrando os olhares atentos do conselho. - O que os traz aqui, milordes?

- Há relatos e sussurros pelo reino que acreditamos serem de seu interesse - informa Alaric, meu Viceran e um dos poucos em quem confio plenamente. Desde que eu assumi o trono, ele tem administrado o reino, liderado o exército e me aconselhado em todas as questões.

- A garota que controla a água... será possível? - murmuro, um calafrio percorre a minha espinha. As antigas histórias dos Syndarion invadem minha mente, lembrando-me das histórias que minha mãe costumava contar quando eu era criança. Histórias de um tempo em que os Syndarion dominavam a água e montavam os temíveis Glacithor, os dragões brancos de Frosthaven. - Não faz sentido. Eles foram exterminados há mais de trezentos anos.

- Majestade, os relatos são claros - diz o lorde de Lysandra, seus olhos arregalados de incredulidade. - Ela controla a água como os Syndarion. Mas essa família foi dizimada há séculos. - Ele aperta os punhos, visivelmente tentando manter a compostura. As lendas dizem que os últimos Syndarion morreram protegendo o portão de Frosthaven, onde suas magias gelaram até o ar ao redor.

Enquanto os conselheiros falam, minha mente volta ao Colar de Elara Syndarion, um artefato guardado no salão dos tesouros de Frosthaven. Dizem que ele tem o poder de controlar as águas mais ferozes, uma relíquia do tempo dos Syndarion. Será que essa garota tem algum vínculo com ele? E se ela o encontrar? Esse pensamento me inquieta profundamente.

- Com sua licença, Majestade. - começa o Sagacius, com sua voz rouca e pausada. Seus olhos cansados reviram memórias antigas. - Há mais de trezentos anos atrás, os Syndarion se destruíram numa luta feroz pelo trono dourado, usando suas habilidades e os temíveis Glacithor, os dragões brancos. A guerra não matou todos os dominadores de água, mas extinguiu os dragões. Há rumores de que dois Syndarion sobreviveram, mas ninguém jamais viu um dominador de água desde a guerra. - Ele faz uma pausa para tomar um gole de vinho, seus olhos observando minhas reações. - O que quero dizer é que Elowen Syndarion e Dorian Syndarion, os primos d'água, sobreviveram. Essa garota pode ser descendente deles. Se ela for uma delas, quem pode afirmar que os portões de Frosthaven não abriram após séculos fechados? Quem pode garantir que há Glacithor vivendo lá?

Hydrazar: Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora