SIRIUS BLACK ESTÁ LIVRE
Após uma semana conturbada, a Suprema Corte deu seu vereditoHá quase treze anos, chegava ao fim o que os livros de magia moderna chamam de Segunda Guerra Bruxa. Você-Sabe-Quem encontrou sua derrota após ter diante de si um adversário inusitado: Harry James Potter, filho dos falecidos James e Lily Potter, com apenas um ano de idade conseguiu derrotar o bruxo das trevas mais poderoso que o Reino Unido já teve notícias desde Gellert Grindelwald. Como um indefeso bebê conseguiu tal feito, ainda é um mistério.
Mas detalhes sórdidos sobre o que houve no Halloween de 1981 só viriam a se revelar algum tempo depois da tragédia. Alguns, no dia seguinte; outros, apenas nas últimas semanas.
Após descobrirem que Você-Sabe-Quem queria matá-los, os Potter se esconderam em uma casa em Godric's Hollow guardada sob o Feitiço Fidellius. Segundo testemunhas, o próprio James Potter confirmou que Sirius Black, seu amigo de longa data e padrinho de seu filho, era o guardião.
O histórico do sobrenome 'Black', e testemunhas oculares que afirmaram ter presenciado Sirius Black perseguir e assinar Peter Pettigrew, outro amigo íntimo dos Potter, contribuíram para que o Sr. Black fosse condenado. (Barty Crocuh Sênior, Chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia naquele ano, até o momento não emitiu nota sobre a condenação feita sob sua jurisdição.)
Traidor, assassino e aliado ao Partido das Trevas. Essas eram as palavras usadas para definir Sirius Black - até agora.
LEIA O RESTANTE DO ARTIGO DO JURISTA ELPHIAS DOGE NA PÁGINA 7
Harry joga no chão o exemplar do Profeta Diário que recebeu duas semanas atrás. O sol mal despontava pelas casinhas idênticas de Little Whinging quando ele ouviu batidinhas no vidro da janela, uma coruja marrom o esperando. Tudo bem. Harry não havia dormido mais que algumas horas por noite desde que chegou à casa dos Dursleys, pesadelos com ratos e lamentações e pedidos por misericórdia e olhos sem vida o assombrando toda vez que ele se permitia um descanso.
Ele ficou obcecado com o jornal, leu e releu incontáveis vezes a matéria do tal Doge sobre o julgamento. Harry se deleitou com os detalhes sobre o passado, ainda que a história que ouviu na Casa dos Gritos permanecesse marcada em sua mente como a cicatriz em forma de raio em sua testa. Seu coração dava um pequeno salto sempre que os nomes de seus pais eram mencionados, e algo desconfortável apertava sua garganta quando lia o nome de Pettigrew. A fotografia de Black - seu padrinho Sirius Black - o encarava na primeira página. Havia sido tirada logo após o veredito: livre.
Mas o rosto cadavérico de Sirius não parecia satisfeito, tampouco feliz. Não. Sua foto em movimento mostrava um homem de olhar triste e perdido, que não parecia reconhecer o mundo à sua volta, a cabeça virando desesperadamente de um lado para o outro em busca de algo.
Harry nunca sentiu tanta vontade de falar com alguém como sentia de conversar com Sirius. Uma ou duas vezes ele chegou a tirar sua vassoura - a Firebolt que Sirius deu a ele - do malão, pronto para partir... para onde? Ele não sabia para onde Sirius tinha ido, nenhuma especulação sequer sobre nas edições seguintes do jornal. Também não havia recebido nenhuma carta que lhe desse alguma pista, apenas os bilhetes quase diários de Hermione, e um ou outro de Ron (que, Harry suspeitava, foram escritos a mando de Hermione), sobre estarem disponíveis para falar sobre isso. Quase todos receberam respostas curtas com estou bem e não se preocupem.
Claro que Harry sabia que não estava bem, mas nunca conseguiria falar com seus amigos sobre isso. A preocupação deles o deixava constrangido e nervoso, quase irritado, e ele não sabia como colocar em palavras os sentimentos conflitantes que vinham tomando conta de sua cabeça. Era até melhor que Sirius não o procurasse, e que ele tivesse o resto do verão para ficar sozinho e colocar tudo em ordem.
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Vou Deixar a Luz Acesa
FanfictionBlack e Lupin estavam ombro a ombro, as varinhas erguidas. - Você devia ter percebido - disse Lupin com a voz controlada -, que se Voldemort não o matasse, nós o mataríamos. Adeus, Peter. Hermione se virou para a parede para não olhar, e Ron abaixou...