°•.❃.•°
-«—«- Incrédulo -»—»-≪ °❇° ≫
At'anau caminhou penosamente até a costa, onde observou um único garoto descarregar uma canoa. Ao vê-lo içando as sacolas à distância, seus músculos imploraram para que ela voltasse e descansasse, mas sua dignidade de assumir seu erro dominou sobre a exaustão em sua cabeça e ossos.Ela não sabia se o garoto estava perdido em pensamentos e alheio à sua chegada ou simplesmente a ignorando, mas quanto mais perto ela chegava do barco, mais a última opção se mostrava a resposta.
A uma curta distância dali, um homem estava em um galpão aberto, estripando as criaturas que Ao'nung lhe entregava.
Sem dizer nada, a menina olhou para dentro da canoa e agarrou duas redes cheias em cada mão, a pele crua das palmas quase pegando fogo, lembrando-a das rédeas de couro com que ela montou o tsurak naquele dia.
Olhando para onde o garoto deixou cair as sacolas, ela copiou suas ações, sentindo falta do jeito que ele a olhava de soslaio em silêncio. At'anau ainda tinha um pedido de desculpas não dito goela abaixo, pois estava esperando o momento certo.
Subestimando a próxima rede de peixes, a cesta escorregou bruscamente de sua mão, roçando sua palma e quase puxando seu ombro para fora do lugar.
Ela reposicionou os joelhos e ergueu a rede com as duas mãos, mas quando estava prestes a se virar e colocá-las junto com todas as outras, elas foram arrancada de suas mãos.
Ela olhou para a parte de trás da cabeça do menino a sua frente e o observou colocar o saco de peixes ao lado da mesa larga em que o homem mais velho estava limpando o interior deles. Ao'nung ficou de pé perto da mesa conectada com a que o homem já estava trabalhando e puxou cordas grossas antes de tecer algumas das criaturas esvaziadas juntas para pendurá-las para o que ela presumiu ser o processo de secagem.
De pé, em frente ao garoto, ela cortou uma longa tira do material e observou os dedos dele cuidadosamente, sujando-os intencionalmente e sem pressa, sentindo que o garoto estava ficando agitado pela quantidade de trabalho que ainda tinham e pelo ritmo em que ela estava trabalhando.
A menina se perguntou se o menino já havia sido repreendido pelo pai antes ou se, assim como ela, era obrigado a trabalhar àquela hora do dia, já que ele não irradiava a energia travessa que ela normalmente recebia dele, mas tinha uma postura um tanto desanimada.
Ao'nung, que estava de frente para a garota, apenas a observava através de seus cílios e não conseguiu mais conter seus comentários.
— Você age como uma criança. — Ele falou baixo, mas a garota conseguiu ouvir por causa dos diferentes sons de cortes ao lado dela.
— Você quer dizer que eu ajo como alguém que não foi ensinada como fazer do jeito certo? — At'anau corrigiu o garoto, sem olhar em seus olhos. — Imaginei. — Ela acidentalmente pensou em voz alta. Nenhuma resposta veio do garoto antes que ele suspirasse.
— Observe.
At'anau sabia muito bem como amarrar um peixe para secar pela maneira como ela o tinha visto ser feito, mas ela precisava que ele interagisse com ela primeiro para poder lê-lo. A garota observou o garoto amarrar um pedaço de corda na ponta do peixe, enrolando-o entre os laços criados e prendendo a outra ponta da corda na linha amarrada ao redor do barraco em que estavam.
At'anau fez exatamente o que lhe foi mostrado, com os olhos do garoto observando às pontas dos dedos dela.
— Não. — O garoto interrompeu. — Embaixo, não no meio — avisou ele, ao que a garota obedeceu enquanto observava o garoto que parecia menos incomodado em ensiná-la sobre seus costumes do que ela imaginava que ele estaria.
Olhando para o garoto que estava examinando suas mãos, ela deu o nó cegamente e desviou os olhos quando ele tentou encontrar os dela.
Ela olhou para a corda amarrada e a virou para mostrar a ele, ao que ele assentiu em validação. Ela amarrou o peixe acima da cabeça no fio e continuou no segundo, só que bem mais rápido agora.
— Peço desculpas pela minha ausência durante a caçada. — A garota finalmente cuspiu na mesa seu pedido de desculpas, limpando o sangue restante em sua mão em um pedaço de pano, apenas para esfregar as palmas com muita força e morder a língua em aflição.
O garoto ficou quieto por um segundo e não olhou para ela enquanto trabalhava rápido para poder ir embora.
— Nós conseguimos caçar perfeitamente sem você. — Ele afirmou obviamente, ao que a garota assentiu em resposta, lembrando-se de sua postura com o garoto.
— Não esperava menos. — Suas mãos latejantes a ajudaram a se concentrar em algo mais do que o odor fétido de sangue e intestinos de peixe enchendo sua cabeça. Ela pensou que a conversa terminaria ali e ficaria contente, pois poderia riscar a lista de duas coisas que seu pai havia pedido a ela, mas para seu desânimo o garoto não havia terminado.
— Nós Metkayina não contamos com pessoas que consideram a caça uma missão secundária. — Ele lembrou à garota que ela não fazia parte daquilo, e seu clã continuava sendo muito diferente do dele.
Ele não estava muito errado sobre isso, pois a garota achava que tudo o que lhe pediam para fazer por alguém que não fosse por ela mesma era uma missão secundária. Mas ela geralmente os cumpria, exceto por essa única vez e, portanto, ela se agarrou à sua responsabilidade em vez de seu ego para ficar onde estava hoje.
— Isso é bom. — A garota concordou, balançando a cabeça uma vez enquanto começava a trabalhar de volta com o peixe com apenas a ponta dos dedos, o que queimava um pouco menos suas mãos.
Ela se perguntou se tinha algum corte e se os sucos dos peixes de água salgada contaminariam seus possíveis ferimentos.
Havia baldes de água ao lado dela e ela mergulhava as mãos neles, limpando-as de vez em quando depois de sujá-las.
Quando todos os peixes estavam limpos, Ao'nung roubava vislumbres dela, notando seus dedos frágeis e palmas danificadas, imaginando o que ela poderia estar fazendo que deixaria tais marcas. No entanto, ele não queria parecer interessado no que a garota estava fazendo, tanto quanto queria ficar de olho em suas ações para evitar uma façanha como a de hoje para nunca mais levar bronca.
Para sua consternação, ela não era uma garota que ficava segura na terra e em sua zona de conforto, então o que quer que ela estivesse fazendo não seria em vão.
≪ °❇° ≫
Bom, criei vergonha na cara e voltei a traduzir essa fanfic agora kkkkkk. Agora que eu vi que tem bastante gente lendo, então vou voltar a ser mais contante nessa fic igual sou na outra. Espero que gostem ;)
VOCÊ ESTÁ LENDO
ᵀʰʳᵒᵘᵍʰ ᵀʰᵉ ⱽᵃˡˡᵉʸ • ᴬᵒ'ⁿᵘⁿᵍ
FanfictionNão há dúvidas de que os laços pessoais entre gêmeos podem ser fortes, mas não há evidências de que esse vínculo seja algo misterioso ou inexplicável. Se ao menos um soubesse a dor que causariam um ao outro quando essa conexão se partisse. Os Na'vi...