2° Night

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Marinette POV

    As gotas de água que caíam do chuveiro faziam contraste ao som da chuva que caía forte do lado de fora, nessa tarde mandei mensagem para Cat Noir, avisando que hoje não teria patrulha, já que a tempestade estava muito forte. Imaginei que ele também não apareceria por aqui hoje, pela mesma razão, e não o culpava nem ficava brava, era completamente compreensível. Deixei a água quente cair por meu corpo, relaxando meus músculos e tirando qualquer tipo de tensão existente, ou quase… Desde a noite anterior eu não conseguia tirar os beijos e toques de Chat da minha cabeça, era como se a boca dele ainda estivesse ali, no meu pescoço, e suas mãos em meu corpo… Deslizei instintivamente minha mão por minha coxa, como se de alguma forma, pudesse sentir os dedos do gatinho me apertando, como fez quando pedi para que fossemos mais devagar; depois disso, continuamos trocando beijos e carícias menos íntimas, até me dar sono, e eu ir dormir com ele acariciando meu cabelo, hoje de manhã quando acordei, já estava sozinha novamente.

  Acho que essa é a parte ruim de me envolver com alguém que tem identidade secreta, não poder acordar do lado da pessoa que se gosta, mas tudo bem, eu preferia isso do que não me envolver mais com Chat. Desliguei o chuveiro, suspirando alto ao terminar meu banho, me locomovi pelo meu quarto com a toalha enrolada por meu corpo, pegando em meu guarda-roupas um pijama confortável, de alça fina e short de algodão, a cor era um rosa pastel, com pequenos detalhes da cor branca, não me preocupei com seu tamanho, já que ainda estava na minha cabeça a idéia de que Chat não apareceria hoje. Mas eu não podia estar mais enganada.

Foi instintivo levar um susto quando saí do meu trocador, já vestida, e encontrei o gatinho sentado na escrivaninha, a mesma que usamos ontem a noite para… Namorar? É, acho que é um bom termo. Arqueei minha sobrancelha quando seu olhar me alcançou, ele foi indiscreto ao encarar meu pijama, e engolir um leve seco, assim como eu também o fiz, me sentindo praticamente desnuda, não era comum que eu usasse roupas assim no dia a dia, e estaríamos sozinhos. Nesse exato momento, depois dos "amassos" de ontem, é natural que a exposição me cause constrangimento, imagino.

— Boa noite, minha… Princesa. - Se recompôs rapidamente, pulando da escrivaninha e vindo em minha direção, entregando duas rosas que devido a situação vergonhosa, eu não havia notado estar em mãos, estranhei a maior quantidade, pegando e sentindo o aroma que tanto me agradava nas flores.

— Duas? - Indaguei curiosa, levando-as até o vaso que eu havia montado com todas as rosas que ele havia me dado até agora, ele sorriu travesso, se aproximando de meu corpo por trás, me segurando com ternura pela cintura, depositando um beijo em meu rosto.

— Segunda noite. - Senti seu hálito fresco em contato com a pele do meu pescoço, e tremi com isso, me sentindo as mercês de suas mãos, com meu corpo apoiado na mesa, e o seu tão próximo, nas minhas costas, fechei meus olhos, esperando que ele beijasse meu pescoço, para me trazer novamente aquela sensação que fiquei lembrando durante todo o dia, mas me senti levemente frustrada quando ele apenas depositou um selinho no local, se afastando de minha estatura. — Você tá bem? - Indagou do outro lado do quarto, olhando um chapéu que eu havia feito naquela manhã, e sorrindo para mim, como se elogiasse com a expressão.

— Tô sim. - Sorri meiga, fingindo naturalidade ao esconder meus cabelos soltos atrás de minhas orelhas, como se o contato de segundos atrás não tivesse causado nenhum efeito sob mim. — Como chegou aqui sem ser molhado pela chuva? - Indaguei curiosa, me aproximando um pouco de seu corpo.

— Segredo. - Sorriu brincalhão, colando a ponta do indicador em meu nariz, fiz um biquinho em falsa irritação, mas achei melhor não insistir, ele deveria ter suas razões. — E então, princesa, o quê quer fazer hoje? - Indagou acariciando alguns fios de cabelo soltos de meu ombro.

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