cartas para Olivia

one

Casey e Olivia estavam casadas há três anos, quando começaram a tentar aumentar a família, buscando clínicas, fazendo exames e se organizando para, se desse certo, serem mães pela primeira vez.

Mas, quando fizeram a primeira tentativa de fertilização, Casey não conseguiu manter a gestação por muito tempo, perdendo a criança um mês depois da descoberta, então tentaram uma segunda vez, uma terceira e estavam tentando pela quarta vez, quando uma tragédia aconteceu com Olivia.

A detetive estava trabalhando infiltrada para o FBI, dentro de uma gangue que distribuía drogas para as faculdades e escolas, causando uma onde de overdoses e novos viciados nas escolas e universidades. No meio da operação, Olivia foi descoberta e o FBI rapidamente lhe tirou do trabalho, mas a gangue se enfureceu e mandou um assassino atrás da detetive, que foi baleada na frente de casa.

Casey tentou ajudar a esposa, pensou que o tiro não tinha atingido uma parte tão perigosa do corpo dela, mas infelizmente estava errada. Quando o médico deu a notícia que sua esposa havia falecido, sentiu seu mundo sair debaixo dos seus pés. Não podia ser, sua Liv, o amor de sua vida partiu! Como iria viver sem ela? Sem beijos, abraços, sem sua risada? Naquele momento sua vida perdeu a cor.

Sua tristeza foi maior  quando os médicos não lhe deixaram ver Olivia, disseram que ela já estava no necrotério. Quando ouviu isso, a ruiva sentiu sua visão turva, seu corpo fraco e depois tudo ficou escuro, ela desmaiou nos braços do seu padrinho de casamento, Elliot, o melhor amigo de sua esposa.

Quando acordou, Casey olhou para os lados e chamou por sua esposa, pensando que aquilo ainda fosse um pesadelo, mas era a mais pura realidade. --Case, calma.

--Como posso ter calma, El? Liv está morta! Minha esposa morreu na minha frente! --As lágrimas molhavam o rosto da promotora, mostrando sua imensa tristeza e dor naquele momento onde estava tão frágil e vulnerável.

-Você precisa pensar no bebê, precisa se acalmar por ele.--Elliot segurou as mãos da amiga e notou sua surpresa com a notícia. Ela não sabia que estava grávida? -- Você e Liv não sabiam?

--Não, ainda não tínhamos feito o teste --A ruiva abraçou o amigo e chorou, chorou e chorou até dormir de novo. Sua esposa morreu sem saber que dessa vez a gravidez poderia dar certo, que dessa vez elas seriam mamães, que seriam mais felizes com um terceiro membro na família.

Mas estava tudo acabado, o sonho da família grande e feliz morreu junto com Olivia. Benson levou o coração de Casey junto com ela quando fechou os olhos e não os abriu mais.

                     {Um mês depois}

Faz um mês da partida de Olivia e Casey  ainda estava tentando aceitar que aquilo era realmente verdade, que sua esposa não entraria mais pela porta de casa e lhe daria um beijinho de boa noite, dando aquele sorriso tão lindo que só ela tinha. Para tentar entender e abafar um pouco a dor, a viúva decidiu começar a escrever cartas para sua esposa, mesmo sabendo que ela nunca iria lê-las, hoje seria escrita a primeira carta.

Casey colocou o cd no aparelho de vídeo e deu play, começando a escutar a risada da esposa. O vídeo gravado foi no dia em que Casey pediu Olivia em casamento, estavam de férias e foram para florida passar uma semana lá.

"Finalmente vamos nos casar!"

"Você vai me jogar no chão desse jeito!"

As mulheres riam alegremente enquanto brincavam na areia. Olivia gostava de gravar os momentos delas juntas, era sempre especial. Enquanto via o clipe, Casey se sentou na cama e começou a escrever em seu caderno de capa brilhante, que ganhou de Elizabeth, filha de Elliot.

         "Olá, querida. Faz um mês que você não entra pela porta e vem correndo me beijar, eu sinto falta. Nossa cama está tão vazia sem você, a casa está tão quieta sem você fazendo barulho atoa. Sabe o que descobri? Estou grávida de dois meses, Liv. Nossa família vai aumentar! Acha que será uma menina ou um menino? Eu não sei, gostaria que você estivesse aqui pra sua opinião.
Estou com tanta saudade, não sei como viverei sem você, não sei como criar esse neném sem você, sem esse teu jeitinho incrível com crianças.
Cada dia sem você é como uma facada no peito, dói muito e não para de sangrar nunca. Eu trocaria qualquer coisa para te ter de volta, amor. Eu preciso de você de volta, preciso ouvir sua voz dizendo que está tudo bem e que foi tudo um pesadelo meu e ganhar seus beijinhos e cócegas, ah como eu amava isso.
Eu te amo, Liv. Nunca vou deixar de te amar.
       

                        Com amor, sua case."

Em outra cidade distante, outra mulher sentia falta de sua esposa, mas essa mulher não se chamava Olivia Benson, ela se chamava Katie Smith, professora de inglês de uma pequena escola do bairro.

O coração de Emilly estava longe, estava junto com uma certa ruiva dona de um sorriso lindo, de olhos encantadores e alma pura, estava pensando em sua esposa que agora pensava que era viúva e estava sozinha. Não era isso que queria, mas não podia voltar à vida normal, não enquanto os marginais que estavam atrás dela estivessem livres pelas ruas.

Ela esperava um dia voltar para sua vida normal, para sua esposa que tanto amava e que sentia falta. Queria voltar e ver sua família crescendo, queria tentar ter o que não tinha quando criança.  Mas no momento ela não tinha mais nada além de uma identidade diferente, vizinhos estranhos e um trabalho que não queria, essa não era mais sua vida de verdade.