CRÔNICAS DO BABY VEE! (Vox × OC oneshots)

Sujando as mãos (oneshot)

*História se passa antes da batalha contra os anjos*

Martina estava em um dos jardins da Torre dos. Sendo namorada de Vox, ela tinha dinheiro suficiente para contratar funcionários para cuidar das atividades domésticas por ela, como a reforma dos jardins, mas Tina adorava fazer tudo isso e não se importava com o que outros demônios poderosos pensavam dela.

Tina estava ajoelhada na terra, com uma pequena pá na mão, concentrada em plantar uma nova muda. Ela gentilmente cobre as raízes com terra e rega a planta recém-plantada.

De repente, o portão principal foi aberto e ela ouviu um dos seguranças se aproximando e chamandopor ela, "Senhorita Martina, a princesa está aqui para ver você."

Charlie estava logo atrás do segurança e ofereceu um pequeno aceno com um sorriso tímido para Tina, que rapidamente se levantou e limpou as mãos em seu avental ao se aproximar da jovem princesa.

"Charlie, que bom te ver!", Martina rapidamente a puxou para um abraço, que Charlie retribuiu com prazer.

"É bom ver você também, Tina."

"Qual o motivo dessa visita? Depois do que aconteceu no estúdio com o Val, não pensei que veria você por aqui tão cedo", Tina disse enquanto voltava a pegar algumas mudas.

Charlie suspirou, "Eu só precisava de um conselho. Normalmente eu pediria pra minha mãe, mas ela tá um pouco longe agora, então..."

Martina logo percebeu que algo estava errado, Charlie não esboçava sua alegria contagiante de sempre, "O que aconteceu, querida?"

"Vamos dizer que você conhece uma pessoa, uma pessoa ruim que não quer mudar..."

"Como sabe que uma pessoa ruim?", Tina a interrompeu.

"Porque é isso que ele demonstra e é assim que se apresenta!", Charlie completou.

Tina logo parou o que estava fazendo para olhar para ela, "Pessoas ruins não acham que são ruins, Charlie. Confia em mim, eu conheço algumas."

"Eu só tô cansada de tentar ajudá-lo em vão, Tina."

"Só pra ter certeza, estamos falando do Angel, né?", Tina questionou.

Charlie apenas assentiu com a cabeça.

"Olha, acho que você deveria tentar observar as coisas por outro ângulo. O Angel sofre muito, eu vejo isso com muita frequência", Tina voltou a cavar a terra com a pequena pá.

A princesa se ajoelhou na terra ao lado dela e pegou uma das mudas, "E é por isso que ele deveria focar em ser salvo!"

"Acho que quando você escuta todos os dias que nunca poderia mudar de vida, você acaba perdendo as esperanças."

"Acho que nunca pensei por esse lado", Charlie respondeu, "Foi só o jeito que ele me tratou no estúdio...Eu tentei proteger ele."

Tina soltou um suspiro pesado, "Você não pode se esquecer de que o Valentino é dono da alma dele, e que quem lidou com as consequências da sua visita foi o Angel. Eu tentei conversar com ele e ele disse que pediu para você ir embora, no fim...Ele também tentou te proteger."

Charlie não soube o que dizer.

"Não estou dizendo que a culpa é sua, o único culpado dessa história é o Valentino, mas Angel apenas teve aquela reação porque não queria que você fosse machucada."

A princesa sentiu lágrimas se formando em seus olhos, ela se arrependia de ter pensado que Angel não queria mudar.

"Então, você acha que o Angel quer ser uma pessoa melhor, Tina?"

"Eu acho, mas sei que ele pensa que não tem escolha. Talvez você devesse tentar enxergar as coisas pelos olhos dele, pare de tentar fazer coisas tão específicas, deixe que ele se divirta, beba, saia, ele vai descobrir o que é melhor para ele sozinho. Ser bom não é sobre seguir regras impostas a nós, é sobre quebrá-las quando necessário", Martina respondeu.

"E como você sabe quando cruzar essa linha?", Charlie questionou.

"Bom, não existe nada que eu não faria se meu coração dissesse que é o certo a se fazer, se for por alguém que eu amo ou para salvar uma vida."

"Você quer dizer que fazer coisas ruins pelos motivos certos não torna ninguém mau?"

Tina riu um pouco, "De novo, quem define o que é bom ou ruim? Os anjos matam todos os anos apenas por diversão, enquanto você está tentando mudar vidas e encontrar uma alternativa melhor para a superpopulação. Quem está no Inferno no fim?"

A jovem princesa Morningstar finalmente entendeu.

"Às vezes, você precisa sujar as mãos", Tina disse enquanto colocava as mãos de Charlie na terra, "Sem medo de mergulhar de cabeça na bagunça!"

Charlie riu daquele gesto e Tina sorriu ao ver a reação da princesa.

"Sabe, fico feliz por ver seu esforço, Charlie. Eu sempre quis que o extermínio acabasse, mas o que eu poderia fazer? Era só uma radialista com sonhos grandes demais."

Charlie olhou para ela com curiosidade, "Você poderia ficar no hotel com a gente! E se redimir!"

Martina apenas suspirou com um sorriso e olhou para cima, para a janela onde ficava o escritório de Vox, "Eu não poderia, tem alguém aqui que precisa de mim."

"Sabe que sempre terá um lugar no hotel se mudar de ideia, né?", a princesa colocou uma das mãos no ombro dela.

"Claro que sei..."

Charlie sorriu de volta para ela, "Sabia que você teria a resposta, Tina!"

A princesa logo se levantou e se despediu de Martina, saindo pelo mesmo portão pelo qual havia entrado.

Quando terminou as tatefas, Martina colocou todas as ferramentas que usava em um balde e fez seu caminho até a casa do jardim para limpar e guardar tudo em seu devido lugar, sendo surpreendida por uma voz atrás de si enquanto limpava suas mãos.

"Sobre o que estava falando com a princesa?"

Se virando abruptamente, ela ficou aliviada ao ver que era apenas seu namorado, "Vox, você me assustou?"

"Desculpa, só estranhei ver você conversando com ela aqui, amor", ele se aproximou e colocou suas mãos ao redor da cintura dela.

"Ela só precisava conversar, tá com alguns problemas com o hotel", Tina respondeu, dando um beijo na tela dele.

"Você não falou nada sobre nós, não é? Não quero que ela fale nada que possa nos prejudicar pro Alastor", o soberano resmungou.

"Argh, claro que não, Vox! Que pergunta é essa?", Martina revirou os olhos.

"Perguntar não ofende", Vox riu um pouco, mas sua expressão mudou ao ver o que Tina estava fazendo.

"Jura, amor? Sabe que posso pagar alguém pra cuidar desse jardim por você."

"E você sabe que eu gosto de fazer isso", a garota respondeu de imediato.

"Eu sei, bonequinha, mas não acho legal que você se arrisque a ser vista assim."

"Assim como?", Tina perguntou, já prevendo a resposta.

"Sabe, suja de terra, fazendo tarefas domésticas...Você não precisa disso, amor!", Vox deslizou sua mão pelo rosto dela.

"Oh, então você tem vergonha de mim?", Tina zombou.

"NÃO! Claro que não, amor! Eu só-"

Tina soltou uma risada alta, "Eu tô só brincando! Mas para de se preocupar com esse tipo de coisa, amor, não tem necessidade. Acho que você precisa seguir o mesmo conselho que eu dei pra Charlie e aprender a sujar as mãos."

Ao dizer isso, Tina deu a ele um leve beijo nos lábios e saiu do pequeno local, deixando Vox ali.

O soberano apenas riu um pouco, ele nunca poderia ganhar dela nesse tipo de discussão, mas nunca deixaria de se apaixonar cada vez mais pelo espírito e resiliência dela

Talvez ele realmente precisasse aprender a exergar a vida pelos olhos dela...

(A/N: Baseado em Descendentes 4 pq sim)