Família eleita pelo coração

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Meu pai me buscou na escola para me levar ao hospital onde Gabriel estava.
Alana e Holly insistiram em ficar do meu lado nesse momento e foram também.
Minha mãe ficou em casa com Miguel.
Eu me senti sem forças para nada, saber que Gabriel sofreu um acidente trouxe átona o meu maior medo. Sem ele eu sei que jamais voltaria a sorrir.
No caminho para o hospital, Alana se sentou em um lado e Holly do outro no carro, me deixando no meio. O caminho todo elas seguraram em minha mão.
Eu não conseguia conter as lágrimas, em minha mente passavam lembranças de alguns momentos que tive com Gabriel.
A primeira vez que fui com minha mãe a casa da tia Mariana e olhei naqueles olhos azuis que pareciam ter roubado o azul do céu, a vez em que recebi um email dele me desejando feliz aniversário, o dia em que ele confirmou para meu pai que era meu namorado, sendo que ainda não era, o Abraço que ele me deu quando pedi após ele me contar do falecimento de seu pai, o nosso primeiro beijo no dia de ano novo na casa dele, a primeira vez que ele me disse EU TE AMO , a última vez que o vi, dentro do carro em frente a escola.

Chegamos ao hospital, sai correndo do carro, avistei tia Mariana na sala de espera, provavelmente aguardando notícias.
- Tia- Chamei, ela me olhou e veio até mim.
Nos abraçamos e choramos juntas.
- Como ele está ?- perguntou meu pai.
- Não tenho notícias ainda.- Responde tia Mariana.
- Como foi que aconteceu o acidente? - Perguntei.
- Um outro motorista que viu quando aconteceu, disse que o carro de Gabriel foi atingido por um outro que estava em alta velocidade, a pista estava molhada e o carro derrapou batendo no carro do Gabriel- Contou com a voz rouca.
- Parentes do Rapaz Gabriel?

perguntou um médico.

- Sim, sou a mãe dele.
- Como ele está? - Perguntei chorando, Holly segurou minha mão.
- Ele está fora de perigo, quebrou o braço e tem um corte na testa, esta com hematomas pelo corpo.- Contou o médico com a voz calma e tranquila.
- Quero ver ele- Falei.
- Podemos entrar para ve - lo ?- perguntou tia Mariana.
- Ele está dormindo por causa dos medicamentos, vocês duas venham comigo- Disse ele.
Seguimos por um corredor com várias portas.
O cheiro de medicamentos era forte.
- Podem entrar- disse o médico abrindo á porta.
Gabriel estava adormecido, ali deitado naquela cama de hospital, parecia tão frágil, indefeso, senti angustiada de ver meu Herói daquele jeito, com tubos ligados a ele.
- Meu filho- Disse tia Mariana pousando a mão em cima da mão dele.
um dos braços estava enfaixado, o corte na testa com pontos, havia manchas roxas pelo braço e no rosto dele.
- Gabriel, meu amor- Sussurrei.
Embora eu soubesse que ele estava fora de risco, era difícil, deprimente, doloroso ver ele daquele jeito.
Me curvei beijando de leve a testa dele.
- Ai- Resmungou acordando.
- Filho- Disse tia Mariana
- Mãe- Sussurrou ele.
- Gabriel- Falei
- Alicia- Cochichou baixinho.
- Você nos deu um belo de um susto- Disse a mãe dele.
- Desculpa- Resmungou.
- Vejo que acordou- Falou um enfermeiro entrando no quarto.
- Ele vai poder ir embora?
- Hoje ele fica senhora, vai ficar em observação, creio que por dois dias.- Respondeu o enfermeiro.
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- Obrigada meninas, por estarem do meu lado em um momento tão delicado- Falei agradecida a Holly e Alana.
- Amigas são pra todas as horas- Disse Alana.
- Sempre vamos estar ao seu lado mana- falou Holly.

A vida é assim, coloca em seu caminho as melhores pessoas e as tornam sua família, não de sangue, mas de coração.
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Por dois dias Gabriel ficou em observação, tia Mariana preparou uma festa surpresa de boas vindas, para comemorar a vida.
Meu pai foi buscar Gabriel de carro com tia Mariana e eu.
Minha mãe e Miguel ficaram esperando por nós na casa dele.

Os medos de AliciaOnde histórias criam vida. Descubra agora