PRÓLOGO

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Bem-me-quer, mal-me-quer

Eu não consigo mais ler sua mente

Jessica Baio| He loves me, he loves me not

Maya Hernandez

Eu odeio Zachary desde o primeiro dia que coloquei os meus pés em Stanford.

Em primeiro lugar, quem é o idiota que se chama Zachary? É um nome pretencioso, estúpido e que mostra exatamente quem é o idiota que o tem: em outras palavras, Zac. E não é só isso... seu nome completo é Zachary Preston Alastastor Bradford III. Que porra é essa?

Só pode ter alguma coisa errada com o garoto e eu já sabia disso. Não foi nenhuma surpresa quando descobri que Zachary era realmente um idiota. A maior promessa do NCAA, o futuro do futebol americano, o próximo grande nome que ficaria marcado por gerações... é óbvio que o cara seria um mala.

Mas nada me preparou para o quão filho da puta Zachary seria. Eu o odiei na primeira noite em que o vi mas... nossa, não dá para negar que o imbecil é um colírio para os olhos.

Pretensioso, arrogante e mal educado.

Esse imbecil apostou em quanto tempo ele conseguiria levar uma das calouras para a cama e, adivinha só? Foi na mesma noite. E com a minha ex-melhor amiga.

Um filho da puta.

Mas meus problemas com Zachary vão muito além de uma simples ofensa e um ódio absoluto por seus hábitos porcos que vão lhe render uma DST antes dos trinta. Esse nojentinho de merda trombou comigo em meu terceiro dia de aula, me encharcou com o seu café — amargo como a sua alma — e, depois disso tudo, me olhou como se eu fosse lixo e disse que eu deveria prestar atenção por onde andava. Eu?

Honestamente, senhor jogador de dois metros de altura e quase cem quilos, o problema de espaço não é comigo. É óbvio que eu virei o meu café — cheio de açúcar, creme e docinhos — em cima da cabeça dele na frente de todo refeitório. Quem aquele estúpido achava que era para me esnobar? Eu não tinha medo de seu sobrenome estupido e nem de seu dinheiro estupido e mais nada de sua vida estúpida e cara mais estúpida — talvez não tanto assim—.

Ele é um dissimulado! Nojentinho, é isso que ele é!

As coisas pioraram a partir daí.

Acontece que Zachary Bundão é capitão do time da nossa faculdade e eu entrei por bolsa para fazer parte das lideres de torcida, o que significa que meu contato com Zachary seria muito maior do que eu tinha planejado inicialmente...

Eu posso ou não ter jogado purpurina em seu carro em múltiplas ocasiões e esse imbecil encheu tanto o meu armário com brinquedos de sex shop que, quando abri, voaram tudo pelos ares. Posso ou não ter dado um jeito de colocar pó de mico em suas calças de treino e, como resposta, Zachary pagou um jogador do time para fingir ser o pai do meu filho não nascido. Honestamente, eu nunca nem sonhei em dormir com um daqueles brutamontes — ok, talvez um sonho só onde estávamos todos juntos, mas eu tinha acabado de ler um harém reverso e foi só isso! —.

São dois anos de ódio e provocação barata. E, além disso, ainda precisei aguentá-lo perto de mim porque ele ainda transa com a minha ex-melhor amiga — mas só em dias especiais, porque ele é muito ocupado —.

Mas que droga! Não é justo tudo o que eu tive que passar para poder suportar estar no mesmo ambiente que ele. Contei todos os segundos enquanto ele se forçava a rir das minhas falas sobre matá-lo só porque achava que todas elas eram piadas — não eram —, esperei ansiosamente pelos momentos em que eu tinha paz longe da sua presença, mesmo sabendo que existiam grandes chances dele estar debaixo do mesmo teto que eu, porque minha ex-amiga idiota era cega o suficiente para acreditar que Zachary era o seu principe encantado.

Não era. Nunca foi.

Eu odeio Zachary Preston Alastor Bradford III.

E aí eu comecei a namorar com ele.

Nossa última jogadaOnde histórias criam vida. Descubra agora