Uma guerra dividiu o mundo bruxo e quebrou com a ordem das coisas, mas Lua Gardner foi quebrada muito antes da guerra explodir, ela não se importa mais, mas isso muda quando ela é caçada, capturada e enviada para a casa do seu pior inimigo como pris...
Acho que estou sentindo as borboletas, mas na verdade Algo está me dizendo para fugir Sem auréola Amor, eu sou o motivo pelo qual o inferno é tão quente Inferno - Bella Porch
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Lua Gardner presente
Um clique de porta fechando me trouxe de volta a realidade, apertei os olhos e me espreguicei demoradamente como uma princesa que eu nunca fui. Aproveitei um Bocejo para me esparramar mais ainda sobre a cama deixando que todos os músculos do meu corpo se entregassem em rendição contra o colchão macio. Não dormia bem assim há tanto tempo, eu era uma prisioneira de guerra afinal. A ideia passou pela minha cabeça e foi afastada por mim na mesma hora, eu que não ia questionar o colchão macio e cobertores limpos, tão bom. Pisquei algumas vezes lentamente para que meu cérebro aceitasse a ideia de que eu havia acordado e já na segunda piscada, retesei de olhos fechados notando que algo estava errado.
porque demônios aquele quarto todo preto era parecido com um quarto que eu já estive muitas vezes no passado? Ri sem achar graça porque o destino gostava de brincar com a minha cara então, eu não duvidava de mais nada.
Puxei o ar lentamente mantendo os olhos fechados, precisava me preparar para o baque emocional que poderia vir se eu estivesse certa sobre o que me aguardava, mas dessa vez pelo menos eu estaria preparada.
Dei início ao exercício mental que o homem que me criou, meu pai, me ensinou e que agora era minha especialidade, técnicas humanas de hipnose com uma pitada de magia de controle mental e você estava pronta para passar pelo inferno. Claro que meu pai me alertou até demais sobre parar ou eu perderia o controle da apatia, mas já era tarde demais.
Antes apática do que triste.
Me concentrei e inspirei sem pressa, até sentir meu peito expandir, segurei o ar alguns segundos e soltei lentamente, repeti isso enquanto imaginava uma caixinha, uma caixinha brilhando em um quarto escuro, pairando no ar em minha frente. A caixinha, como sempre, era igual a que Daemon segurava no dia que nos conhecemos, isso me irritava, mas meu cérebro não me obedecia. Aquele inútil! Quando eu ordenava que a caixa fosse dourada ou cor de rosa conseguia a visualização apenas por alguns segundos e logo voltava a ser madeira escura, idêntica a que ele segurava. Bufei frustrada e segui me imaginando jogando todas minhas memórias dentro dessa caixa, Daemon desgraçado Nox indo junto com tudo o que vivemos.
Estava prestes a passar o cadeado e trancar em alguma gaveta para concluir minha obra de arte e sumir com qualquer resquício de sentimento que tivesse escapado naquela caça, corrida idiota ou sei lá o que foi aquilo. Estava tão em choque que nem prestei atenção em nada, quando vi já era para correr. Afastei o pensamento intrusivo e voltei ao que importava, me imaginei pegando a caixinha e caminhando em direção a uma gaveta cinza quando ouvi um clique. Um clique de isqueiro sendo aceso fora da minha cabeça, no quarto, um cheiro forte de cigarro me atingiu.
