Fora de área - parte 1

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Ao abrir os olhos, senti o sol acariciar meu rosto com sua luz suave. Por um momento, fiquei imóvel, absorvendo a tranquilidade do amanhecer. A sensação de calor no meu rosto é reconfortante, como se o dia estivesse me saudando gentilmente. Olhei ao redor e vi a luz dourada preenchendo meu quarto, trazendo uma sensação de renovação e esperança. Volto a realidade com o som estridente do despertador, me lembrando que hoje é o dia do primeiro treino dos Olympus junto com os Spikers.

Jogo uma jaqueta sob minha blusa florida,e visto minha calça cargo jeans. Minha mãe acha ela ridícula, mas acho ela tão linda e charmosa. Desço as escadas e abro a porta para sair, mas com o mesmo pé que saio, volto num segundo, como pude esquecer da minha bola Mikasa ?

Não costumo ir a pé para o colégio, mas quero treinar o toque no caminho. Estou narrando cada jogada alta e baixa que estou fazendo, é divertido imaginar que sou uma profissional:

- Marina está a caminho do colégio, fazendo toques com a bola enquanto anda pela calçada.

- E ela domina a bola com perfeição, pronta para o saque. Ela calcula o ângulo e... - sinto uma força me puxar pela perna e me jogar no chão. Minha bola voa para longe

- Ai! Que porra foi essa ?! - pergunto confusa e surpresa. Olho para cima e vejo quem me atropelou, Felipo, esse garoto tá em todo lugar.

- Puta que pariu, Marina, você está bem?! Desculpa, eu não te vi , eu juro - ele questiona preocupado

- Claro que não viu, você anda por aí como se fosse o único no mundo! - digo

- Desculpa mesmo, eu estava distraído. Posso te ajudar?

- Ah, claro, você quer ajudar agora? Deixa que eu mesma me levanto. - falo com tom sarcástico.

- Não precisa ser tão durona, Marina. Eu só...

- O que você quer agora, Felipo?

- Só queria te oferecer uma carona até o colégio. Assim você não se atrasa mais. - ele diz depois de respirar fundo

- Não preciso da sua caridade. Vou bem sozinha, obrigada.

- Ah, vai, Marina. Não seja teimosa. Eu insisto. - diz ele com um sorriso de canto

- Eu não...- reluto

- Vamos lá, cara, não seja orgulhosa. Sobe na porra da bicicleta, sua teimosa - ele ordena gentilmente

Respiro fundo para me acalmar enquanto Felipo estende a mão para me ajudar a levantar. Aceito sua ajuda e, ao ficarmos frente a frente, sinto a tensão palpável entre nós. Sempre o vi como meu rival arrogante, mas agora, parada aqui diante dele, percebo algo que demorei para notar: ele é muito bonito. As sardas espalhadas pelo seu rosto, os olhos que captam a luz do sol de maneira hipnotizante, e aquela boca... a boca dele é tão...

Percebo que ele também está me observando atentamente, notando cada detalhe do meu rosto. Antes que eu consiga concluir meus pensamentos, ele tenta quebrar o gelo :

- É-é, Tudo bem? - ele pergunta

- Tá, só vai devagar. - respondo subindo na garupa da bicicleta

Nós seguimos até o colégio em silêncio, até que Felipo decide quebrar o gelo

- Desculpa de novo por antes. Não era minha intenção atropelar você.

- Tá, tá tudo bem. Só... presta mais atenção na próxima vez. Se eu não fosse boa de bola, estaria lá até agora

- Perai, boa de bola! Minha bola ficou lá... Eu preciso voltar - digo assustada

- Marina, relaxa, eu prometo trazer sua bola. Foi culpa minha, eu vou consertar isso...- ele assumi

JOGO INDEFINÍVEL Onde histórias criam vida. Descubra agora