Capitulo 1: Raizes de um Guerreiro

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Ruan cresceu em uma pequena comunidade na zona norte do Rio de Janeiro, onde a vida era marcada por desafios diários e um senso de luta constante

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Ruan cresceu em uma pequena comunidade na zona norte do Rio de Janeiro, onde a vida era marcada por desafios diários e um senso de luta constante. Desde cedo, ele foi ensinado a valorizar a disciplina e a lealdade, princípios que seu pai, sargento da Polícia Militar, incorporava em cada aspecto de sua vida. Para Ruan, seu pai era um verdadeiro herói, um exemplo a ser seguido, e a profissão militar era quase um legado a ser honrado.

A infância de Ruan foi moldada por histórias de bravura e sacrifício. Seu pai contava sobre as operações realizadas nas comunidades, enfatizando a importância da proteção e da justiça. Ele o levava para conhecer os bastidores da vida policial, mostrando que o trabalho era mais do que um emprego; era uma missão de vida. Ruan, inspirado, sonhava em um dia vestir a farda e ser tão respeitado quanto seu pai.

Mas essa admiração foi tragicamente testada quando, em uma noite fatídica, seu pai foi emboscado durante uma operação em um dos bairros mais perigosos da cidade. Ele foi morto covardemente por criminosos que não hesitaram em atacar. O impacto da perda foi devastador. A dor da traição e da injustiça permeou a casa de Ruan, transformando seu mundo em um lugar sombrio.

A partir daquele dia, a vida de Ruan tomou um novo rumo. O menino que sonhava em ser um policial herói agora tinha um peso imenso sobre os ombros: a necessidade de vingar seu pai e honrar seu legado. O luto deu lugar à raiva e à determinação. Ele se dedicou ao treinamento físico, se aprofundando no universo militar, e se preparou para entrar no BOPE, a elite da Polícia Militar.

Durante seus anos na Academia de Polícia, Ruan se destacou por sua disciplina rígida e por sua coragem. Ele se tornou o melhor de sua turma, conquistando o respeito de seus superiores e a admiração de seus colegas. No entanto, por trás dessa imagem de força, havia uma vulnerabilidade que poucos conseguiam ver. A arrogância que ele demonstrava era uma defesa contra a dor e a fragilidade que ainda o acompanhavam.

Ruan acreditava que, ao se tornar um policial, poderia não apenas honrar seu pai, mas também trazer mudança à sociedade. No entanto, com o tempo, essa crença se tornou distorcida. A linha entre o certo e o errado foi se esmaecendo, e a idolatria ao sistema militar começou a eclipsar sua visão humanitária.

Ele se envolveu em operações cada vez mais intensas, e a adrenalina das confrontações se tornou uma segunda natureza. A visão de mundo que ele cultivou o levava a ver os criminosos como inimigos absolutos, desprovidos de humanidade. Cada tiro disparado, cada operação realizada, era um passo a mais na busca por vingança e pela afirmação de sua bravura.

Contudo, a presença de Carolina em sua vida começou a desafiar essa narrativa. A enfermeira, com suas convicções e seu olhar crítico, fazia Ruan questionar suas escolhas e a ética de suas ações. Em meio a essa luta interna, ele se via dividido entre o desejo de proteger a cidade e o peso da responsabilidade que carregava como policial.

Ruan não era apenas um soldado; ele era um homem marcado pela dor, pelo legado de um pai que o moldou, mas também pelas complexidades de um mundo em que o certo e o errado nem sempre eram claros. E agora, diante de Carolina, esse conflito se tornava mais intenso do que ele jamais imaginou.

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