Fifty Shades Of Black - Kth + Jjk

Chapter Forty-Seven: Is Yours

Pov. Jeon Jungkook

A lembrança de um passado ruim que causou-lhe traumas que ainda consegue afetá-lo, apesar de já ter passado tantos e tantos anos desde quando o maldito evento aconteceu... Torna-se não só apenas uma memória que você poderia ser capaz de fazer o impossível se existisse a possibilidade de esquece-la para sempre, mas, também, uma maldição que é destinada à segui-lo pelo resto da sua vida medíocre e sem sentido.

Atormentando-o em sonhos como um sádico sociopata, até mesmo em alguns gestos do dia a dia que são considerados comuns para o resto da humanidade, porém, para você, até mesmo uma simples palavra transforma-se em um gatilho extremamente forte que é capaz de o fazer chorar como um bebê.

O pior de tudo... o que realmente consegue ser uma coisa horrível... é ter que lidar com sensações sufocantes, lembranças estritamente asfixiantes, sendo somente uma criança infeliz que tenta suportar tudo isso sozinha para não se mostrar fraca ao mundo e precisar preocupar alguém. Não que isso fosse mesmo acontecer, já que nem sequer a sua família a amava. Mas, como qualquer outro ser humano patético, sempre vai restar a esperança.

Você só... aprende e aceita que ninguém de fato o acha importante, não ao ponto de querer ajudá-lo a sair da areia movediça que o puxa para dentro a cada segundo. Primeiro os pés, depois as panturrilhas... os joelhos... lentamente engolindo-o por inteiro... até restar unicamente sua cabeça para fora, deixando sua consciência intacta com a intenção de que você tenha a plena noção da tortura que está vivendo.

É quando eu percebo que você não pode esperar a consideração de ninguém. Nem mesmo da sua própria família. Porque, no final das contas, o único que realmente estará lá para você... é você mesmo.

Bem, em resumo, isso é o que minha mente perturbada e completamente sem cor costumava pensar à alguns meses atrás. Agora, olhando para isso com a devida atenção, todo esse sentimento de vazio e lamentações tristes não estão totalmente corretos. Porque hoje eu consigo enxergar o quanto essa idéia destrutiva estava errada.

Respiro fundo, sentindo-me mais pensativo do que o normal. Paro de encarar um ponto fixo qualquer no chão branco - estranhamente limpo demais - e levanto o olhar, transportando minha total concentração para as costas largas de Taehyung, na qual estão cobertas pelo tecido amarelo de um dos moletons que eu trouxe na mala. A peça de roupa quentinha cabia perfeitamente no seu corpo, que obtinha a proeza de conseguir ser completamente delicado.

Acompanho de longe ele inclinar-se levemente para frente e, com a graciosidade de uma princesa, apoiar os cotovelos sobre a superfície de ferro preto do parapeito. Percebo sua mão direita erguer-se um tanto para cima, para que logo em seguida ele apoie o queixo contra a palma somente para observar melhor a visão extraordinária que é a da Torre Eiffel à noite. Graças a vista panorâmica que a nossa suíte nos proporciona.

Estamos hospedados por tempo indeterminado em um belo quarto do elegante hotel Grand Hôtel du Palais Royal, que fica bem no centro da cidade. Este local, especificamente o 7° andar, oferece um terraço grande com vista de 180 graus de Paris. Daqui temos o privilégio de poder apreciar a Opera, a Sacre-Coeur e, mais distante, a Torre Eiffel. A sensação é de estar em um típico apartamento parisiense que une todas as comodidades de um luxuoso hotel.

Fiz questão de pesquisar bastante antes de escolher um local, até chegar a este. Qual não demorou para conquistar minha devoção, pois assim que meus olhos pousaram no espetáculo que aparecia em algumas fotos que encontrei na internet, eu só soube que meu garoto iria amar cada detalhe único desse lugar, que no momento é temporariamente nosso.