Estranhos conhecidos

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Jayden
-" Bora porra! Ta pior que noiva se arrumando." Já estava irritado batendo os pés no chão sentado no nosso sofá olhando Ethan terminar de se arrumar, eu estava pronto a uma eternidade e ele ainda ficava andando de um lado para o outro pelo apartamento procurando por suas coisas que havia jogado para todo lado, o objeto de busca dele no momento era sua jaqueta que não encontrava em lugar nenhum. -" Vai com qualquer uma" gritei para ele e ele gritou de volta do seu quarto algo ininteligível saindo logo em seguida e indo em direção ao meu quarto para com certeza pegar uma de minhas roupas -"Ei ei! O que pensa que está fazendo?" Colocou a cabeça para fora do meu quarto e deu seu sorriso descarado -" Um empréstimo."
Revirei os olhos para ele -" Espero ver ela de volta em meu guarda roupa mesmo. Isso tudo é para ver aquela caloura de medicina?" Sorri malicioso para ele, que sem um pingo de vergonha na cara me respondeu quando saiu do meu quarto já vestido com minha jaqueta jeans escura-" Obviamente que sim. Para você que não seria."

Reviro os olhos novamente para ele -" Graças a Deus, eca." Fiz som de enjoo e ele tentou me acertar com uma almofada. -" Acelera isso aí. Desse jeito você vai chegar e encontrar ela se agarrando com outro."
-"Ah cara, cala a boca" ele me fuzilou
-" 'Cala a boca' uma porra. Você tá me obrigando a ir pra ficar de vela, em um lugar lotado, com música de inferno e eu nem ao menos vou poder beber por que estou de moto"
-" Deixa de drama Jayden. Eu sou seu amigo. Você me deve essa, não esquece. E você não vai ficar de vela, ela vai levar os amigos dela também. Esqueceu que eu te falei?" -"Como se isso fosse mudar alguma coisa. No fim eu fico lá sozinho." Ele teve a ousadia de revirar os olhos para mim -" Quanto a beber, a gente sempre pode revezar pilotando a moto nas nossas saídas, mas você nunca deixa, se você quiser beber vá em frente. Hoje eu posso trazer a gente de moto." Deus me livre desse mal. Olhei seriamente para ele serrando os olhos "Nunca. Você dirigi mal pra caralho, nunca vou deixar você pilotar minha filha."

Dando de ombro depois de por seu celular no bolso -"Então não me enche a paciência. Quem sabe você não consegue alguém hoje também, você tá precisando" dizia com um sorriso sacana me dando vontade de socar a boca dele.

-"Isso não vai acontecer. Pega" joguei o capacete para ele -" vamos antes que eu desista e de deixe ir a pé"

Chegamos ao maldito pub, depois de estacionar e descer da moto fomos em direção à entrada. Xingo mentalmente, talvez não somente mentalmente, Ethan por me meter nessas furadas, detesto esse tipo de lugar. Gente esquisita bebada, o som alto com música ruim, o cheiro de bebida e cigarro, faço uma careta para o local.

Entregamos nossos capacetes a uma garota baixinha com muita maquiagem que estava na entrada. Ethan já me arrastava em direção a multidão, chegamos em frente ao bar e nos sentamos nos bancos que haviam em frente ao mesmo, o barman balançava um frasco com a mistura de várias bebidas de forma hábil, nos viramos para o centro do lugar.

Havia muitas pessoas dançando e bebendo alegremente ao som de uma batida alta que mais parecia um som de tortura tão alto que certamente estava próximo a estourar meus tímpanos. Enquanto aguardávamos a sua bebida ele esbarrou com o ombro no meu chamando minha atenção para a garota de cabelo cacheado usando um vestido curto e justo roxo e salto alto que dançava, no mínimo excentricamente, com dois caras de costas para nós em frente a ela, eles pareciam estar fazendo algum tipo de coreografia desconhecida balançando o corpo e os braços.

Um era alto com cabelos vermelhos compridos presos em um coque estilo samurai e o outro parecia ser uns centímetros mais baixo do que eu e tinha a cabeça envolta em revolta ondulante e preta que balançava conforme ele dançava.

Ao meu lado Ethan começou a falar alto e agitar os braços para a garota que se chamava Hanna.

Parando de dançar os três viraram em nossa direção, o estranho desconhecido me olhou e quando meus olhos focaram nos olhos verdes que me encaravam o mundo inteiro pareceu desacelerar. Uma sensação tão forte me atingiu em cheio como um soco no estômago, tão real que senti fisicamente me fazendo ofegar em choque.

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