PRÓLOGO

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Chicago, Illinois, EUA

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Chicago, Illinois, EUA

A dor persistente que inicialmente se manifestou de forma leve evoluiu para uma sensação latejante que se intensificou gradualmente, espalhando-se por toda a minha cabeça. Experimentei uma pressão constante e intensa, como se minha cabeça estivesse à beira de explodir. Lutei para manter os olhos abertos diante da obscuridade que lentamente se instalava.

Inspiro profundamente, sentindo o ar inundar meus pulmões e sair de forma constante. Um som impactante ecoa ao tocar o chão, denunciando uma presença imponente. Aos poucos, começo a compreender a situação e o desespero se instala em meu corpo.

Ao tentar mover os braços, percebo que estão imobilizados atrás de mim. Persisto, teimosamente, tentando inúmeras vezes movê-los, mas é em vão. O pior é que eu não consigo  enxergar absolutamente nada. 

Imediatamente sou tomada pelo medo, causando palpitações no coração e contração dos músculos.

— Diego, me diz que é você? — sussurrei num tom mais baixo que o normal, demonstrando a incerteza da minha pergunta.

Nenhum som foi emitido, mas o barulho dos passos era mais perceptível, juntamente com o som audível da sua respiração. Cada pelo do meu corpo se eriçou quando a sua respiração pesada entrou em contato com a minha pele, especialmente na região do meu pescoço. Senti dois dedos fazendo movimentos circulares sobre o meu colo e, lentamente, uma mão fria e áspera preencheu essa área do meu corpo, elevando o meu rosto. À medida que a mão vai subindo lentamente pelo meu pescoço, sensações de arrepios percorrem todo o meu corpo.

A outra mão se posiciona suavemente entre as minhas pernas, abrindo-as devagar. Enquanto uma das mãos segura com firmeza e delicadeza o meu rosto, a outra desliza pela minha coxa. Ao tentar fechar as minhas pernas, sinto a pressão da sua mão apertando o meu pescoço.

— Não, por favor....

À medida que a pressão se intensifica, a sensação de falta de ar se torna cada vez mais angustiante a cada minuto. Começo a me debater na tentativa de conseguir tirar a mão do meu pescoço, mas ela permanece firme, sem afrouxar nem um pouco.

Por favor...— choramingo — ...eu não consigo respirar.

E surpreendentemente, não sinto mais a mão em meu pescoço, o que me permite respirar novamente, embora com certo esforço. A outra mão também se afastou da minha perna.

— Quem é você e porque você está fazendo isso? — perguntei. E outra vez, não obtive uma resposta sua.

As lembranças do momento terrível voltam à minha mente quando aquele perturbado apareceu na festa do nada e começou a espancar Diego, acabando por matá-lo ao quebrar seu pescoço. Em seguida, lembro-me apenas de ter sido golpeado na cabeça e de ter desmaiado.

— Porque você fez aquilo com ele? — berrei, enquanto agitava o meu corpo naquilo que eu suponho ser uma cadeira.

— Porque eu odeio quando desejam e tocam no que é meu. — disse ele com um tom elevado e áspero, transmitindo uma raiva extrema. Ele aplicava força sobre a minha mandíbula, causando bastante dor.

Eu hein, cara doido? Esse perturbado realmente precisa de tratamento, só sabe apertar os outros. Minha mandíbula está latejando de dor, mas felizmente ele logo soltou.

De repente, sinto meu cabelo sendo erguido e percebo a sua mão próxima à minha nuca, onde Diego havia deixado uma marca. Imagino que agora deve estar roxa.

Mas por que ele está tocando justo aí?

— Presta atenção! — ele apertou meu cabelo, fazendo um leve gemido escapar dos meus lábios. —  Presta atenção, caralho! Da próxima vez que você deixar qualquer merdinha chupar o seu pescoço, eu vou arrancar cada membro do maldito corpo dele na sua frente e você vai se arrepender amargamente nesse dia. ENTENDEU? — ele puxou minha cabeça para trás com força.

A dor na minha cabeça já estava insuportável e sentir meu cabelo sendo puxado só agravou a sensação.

— Sim, eu entendi! — concordo, ansiosa para  ele soltar o meu cabelo — Solta o meu cabelo, minha cabeça tá doendo. — eu estava lutando contra as lágrimas, mas não consegui evitar que elas enchessem os meus olhos e escorressem pelo meu rosto.

Ele soltou meu cabelo e pude ouvir seus passos se afastando. Além disso, percebi o som de gavetas sendo abertas. Não demorou muito para eu escuta os seus passos próximos de novo.

— Abra a boca. — ordenou.

— Por quê? — perguntei, desconfiada.

— Vou te dar uma pílula para dor.

Abri a boca e ele inseriu a pílula, em seguida, me deu água para beber. Só queria deitar, sempre que tinha dor de cabeça, só queria dormir e esquecer a dor.

Acho que ele andou atrás de mim, pois o ouvi contornando. Suas mãos tocaram meus braços e começaram a desatar o nó que prendia minhas mãos. Devido à falta de circulação sanguínea nas artérias, minhas mãos acabaram ficando dormentes. Mas finalmente pude sentir minhas mãos livres.

Levantei minha mão em direção à cabeça e murmurei de dor. Em seguida, ele removeu a venda dos meus olhos. A intensa luz do ambiente causou desconforto aos meus olhos, levando um tempo para se readaptarem à luz e ao foco. Virei imediatamente o rosto para encarar o doido que me amarrou.

Percebo uma sensação de surpresa que me faz arregalar os olhos rapidamente. Minhas sobrancelhas se erguem involuntariamente, formando um arco sobre meus olhos. Um tremor sutil percorre minhas pálpebras, e minhas pupilas parecem dilatar-se um pouco. A minha boca se entreabre, acentuando a expressão de espanto que se manifesta em meu rosto.

Você...?

— Seja bem-vinda de volta, minha pequena...




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