Chicago, Illinois, EUA
Após cumprir minha rotina diária sem o auxílio de adultos, finalmente chega aquele momento que mais detesto: colocar a gravata.
Eu jogo o pedaço de tecido maldito no chão fruto de minha tentativa falha de fazer um simples nó, que acabei não conseguindo. Com o olhar erguido, vejo o reflexo de meu rosto completamente vermelho de frustração. Num impulso brusco, pego a gravata jogada no chão e saio do quarto, atravessando a porta em passos impacientes.
Não queria perturbar minha mãe logo cedo, mas só ela tem paciência e consegue dar um nó que me agrada. Parei de caminhar quando cheguei à porta do quarto dos meus pais, girando a maçaneta. No entanto, em vez de encontrar minha mãe, me deparei com a figura da minha avó.
Seu olhar fugaz que se abaixou rapidamente em direção à gaveta aberta e depois para um envelope em cima da cama. Seus lábios estavam ligeiramente entreabertos como se estivesse prestes a falar ou fazer uma pergunta.
— O que você está fazendo aqui e que envelope é esse? — Perguntei, fechando a porta atrás de mim. Vi seu rosto se tensionar, com os músculos faciais bem rígidos.
— Bem... Isso? — Proferiu, pegando um envelope em cima da cama. — É apenas um documento que o Hunter queria entregar ao seu pai. — Falou, mas eu não acreditei.
Olhei cuidadosamente para o envelope marrom em suas mãos.
— E o que você está fazendo aqui? — Perguntou ela dessa vez.
— Vim procurar a minha mãe. A senhora a viu?
Ela revirou os olhos quando mencionei minha mãe.
— Ah, tinha que ser ela. — Ironizou — Ela está na sala de jantar com seu pai. Mas o que você quer falar com ela? — Seu olhar desceu até minha gravata. — Você não precisa dela, posso te ajudar a colocar a gravata — Disse, colocando o envelope na gaveta e fechando.
Ao dar seu primeiro passo, virei-me, deixando-a para trás, abri a porta e saí do quarto, deixando-a sozinha lá.
Depois de deixar aquela velha plantada, eu segui o meu caminho, descendo a escada devagar. Antes de pisar no último degrau, pude ouvir claramente a voz doce da minha mãe ecoando pelo ambiente.
Sem aguentar mais nenhum minuto, corri em direção à sua voz. Ao entrar na sala de estar, pude ver meus pais em uma conversa animada, enquanto a nova empregada servia café para eles.
— Bom dia, meu lindo! — Expressou minha mãe, com um sorriso receptivo que aqueceu meu coração, após ser a primeira a perceber a minha presença.
— Bom dia, minha linda! — Anunciei enquanto me aproximava de sua cadeira, segurando a gravata no ar. Observei atentamente enquanto ela pegava a gravata e cuidadosamente fazia o nó. Quando eu vejo ela fazendo parece ser tão fácil, mas quando vou tentar fazer é sempre um desafio.
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PEQUENA OBSESSÃO
Fanfiction❌DARK ROMANCE❌ Durante sua infância, a doce e amável Agnes nutriu sentimentos profundos por Dylan Neville, seu grande amor. No entanto, nunca foi capaz de confessar seus verdadeiros sentimentos por ele e, devido a uma confusão envolvendo ambos, acab...