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A FACE DE UM IMORTAL
"𝕷αçoѕ ∂e ѕαηgυe"

🗝️

- ELIZABETH!

Petrus chamou ao ouvir o grito da garota. Por alguns segundos ele ficou quieto e concentrado, tentando ouvir mais alguma coisa.

Ela não estava muito longe, então ele rapidamente a encontrou.

Enquanto Elizabeth corria, animada e distraída, o chão cedeu sob seus pés e ela caiu em um velho poço ali escondido. Ela não se lembrava da existência do local, mas antes da construção do labirinto o poço já estava lá e aos poucos foi desmoronando.

Lá embaixo estava tudo escuro. Seus pés estavam molhados por causa do pouco de água que havia ali, e algo perfurava e arranhava sua pele. Ela se sentia tonta, tinha batido a cabeça ao cair.

Os pensamentos sobre o que poderia ter lá embaixo começaram a perturbá-la, então gritos frenéticos e desesperados podiam ser ouvidos.

- Alguém me ajude, por favor! Tire-me daqui, por Deus! - Ela gritou em lágrimas.

- Elizabeth!

- Petrus! Me tire daqui! Por favor por favor!

Sem hesitar, ele pulou e agarrou o corpo da jovem, que estava pálida e assustada. Ele a segurou com força e, em um piscar de olhos, saiu facilmente dali.

Aquilo foi impressionante, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, tudo ao seu redor escureceu lentamente, e então ela perdeu a consciência nos braços do Lord. Na testa dela havia um pequeno corte e seus braços estavam arranhados.

Pobre garota.

{ ... }

- Como ela está? - Lavinia perguntou, com um olhar preocupado.

- Mal, muito mal. Ela está indo e voltando há dois dias e os médicos não sabem como resolver! - Disse Jonathan - Acontece que havia ervas venenosas crescendo no velho poço. Eu nunca tinha visto aquela planta antes!

- Ah tio, o que vamos fazer então? Não podemos deixá-la a própria sorte! - Lavinia sentou-se no sofá, inquieta. Jonathan observou, permanecendo em silêncio. Ele não sabia mais o que fazer, mas o medo de perder sua única filha crescia cada vez mais.

Kenneth, que ainda se encontrava na casa da família Neville, apenas observava preocupado com qual poderia ser o destino da doce garota.

- Jonathan, ela acordou de novo! - disse Edgar, o médico da família, perto da escadaria.

Todos subiram rapidamente, indo até os aposentos da jovem. Ao entrarem, a visão que tinham era a mesma dos dias anteriores, só que parecia pior.

Elizabeth estava deitada na cama, o rosto pálido e suado. As ervas venenosas que a infectaram causavam alucinações assustadoras, além de febre alta. Ela murmurava palavras desconexas, e seus olhos sempre pareciam assustados, vendo coisas que não estavam ali.

- Papai! - Ela o chamou, esticando o braço - Estou com medo, me ajude!

Jonathan se aproximou, segurando a mão dela gentilmente. Ele passou a outra mão pela testa da filha e sentiu-a quente.

- Estou aqui querida. Nada vai acontecer com você!

- Eles não vão me deixar em paz, não vão me deixar dormir! - sua respiração estava pesada - estou com medo!

- Quem são eles, meu bem? - Perguntou curioso. Seus olhos rapidamente rolaram para Lavinia e Kenneth, que assistiam a cena incrédulos, Lavinia com as duas mãos sobre a boca.

Então, ele olhou para a filha novamente, esperando pela resposta, então ela disse:

- Os demônios...

Todos ficaram surpresos, mas Edgar os acalmou, afirmando que tudo fazia parte das alucinações.

- Acho melhor deixá-la descansar - disse o médico - Peça que façam um chá para ela, vou procurar outro médico para me ajudar com isso.

Jonathan concordou.

- Descanse querida, tudo ficará bem. - deu um sorriso fraco.

Sem forças, a pobre menina simplesmente aceitou, vendo todos saírem de seu quarto.

Quando ela estava sozinha e sonolenta, seu rosto caiu para o lado da enorme janela que dava para a varanda. As cortinas estavam abertas e aos poucos a luz do dia ia embora.

Ela piscava os olhos lentamente, tão cansada, logo caiu em um sono profundo.

Já era tarde, as velas ardiam numa calma reconfortante, mas algo estava errado. Elizabeth sentiu-se observada e, assim que abriu os olhos com calma, viu a figura de Petrus ao lado de sua cama.

- É apenas mais uma alucinação? - perguntou a jovem, que não conseguia mais distinguir a realidade da sua imaginação.

Ele apenas sorriu e avançou, sentando-se ao seu lado.

- Venha aqui, minha pequena. Deixe-me ajudá-la como já deveria ter feito!

Elizabeth sentou-se na cama e deixou Petrus se acomodar bem atrás dela, depois deitou-se novamente, agora sobre o peito dele.

Um espelho em frente à cama refletia tudo, e ela podia observar o que acontecia.

Petrus mordeu o pulso, rasgando a pele com facilidade por causa de suas pressas. Ele aproximou dos lábios de Elizabeth e disse:

- Beba.

Sem pensar muito, Elizabeth agarrou o pulso do vampiro e o tomou rapidamente, desesperada por uma solução.

Petrus acariciou o topo da cabeça dela enquanto observava seu sangue escorrer pelo pescoço mesma, sujando sua camisola branca e o crucifixo que ela carregava.

- Shi... Já chega. - Ele removeu o pulso, que cicatrizou facilmente.

A pele de Elizabeth começou a ganhar vida novamente, não havia mais marcas ou arranhões. Ela se sentia melhor e agora via tudo com mais clareza.

Ela inclinou a cabeça para o lado, afastando seu cabelo e deixou seu pescoço completamente exposto ao vampiro.

- Sua vez, my lord.

Petrus hesitou um pouco, mas tinha um brilho predatório nos olhos. Seu rosto se transformou, seus olhos tão escuros, em uma mistura vermelho sangue. Ele sentiu a pulsação das veias dela, então se inclinou e, com um movimento rápido, afundou suas presas afiadas no pescoço de Elizabeth, fazendo dois pequenos furos, começando a se alimentar do sangue quente e fresco.

Se Petrus fosse o diabo, Elizabeth estaria condenada, mas seus olhos se fixaram no espelho, apreciando-o com fascínio.

CONTINUA...
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𝗔 𝗙𝗔𝗖𝗘 𝗗𝗘 𝗨𝗠 𝗜𝗠𝗢𝗥𝗧𝗔𝗟Onde histórias criam vida. Descubra agora