Mama Angela

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POV Vanessa

20h35min

Carmen ainda estava sentada no sofá, ela havia tomado um banho, eu havia oferecido uma bebida para ela e já estava a quase uma hora com um copo com uma dose dupla de whisky com gelo de coco na mão balançando e o encarando como se fosse a coisa mais importante do mundo.

Carmen estava vestindo uma calça de moletom preto e uma blusa de manga comprida preta. Hoje estava um tempo frio, eu estava vestindo um conjunto de moletom vermelho da adidas. Eu resolvi romper aquele silêncio:

- Oi.

Eu me sentei ao seu lado e ela deu o primeiro gole no whisky. Seu olhar veio em minha direção acompanhado de um sorriso de lado, então sua voz se fez presente:

- Oi, eu devo estar atrapalhando os seus planos.

Neguei com a cabeça, ela se endireitou com seu corpo virado em minha direção e voltou a falar:

- Acho que te devo uma explicação pelo meu comportamento.

Ela me sentei dobrando as pernas em forma de borboleta, em sua direção e falei:

- Apenas se você quiser explicar.

Ela sorrio, deu mais um gole no whisky fazendo uma leve careta e falou:

- A última vez que ela veio nos ver, eu devia ter quinze anos, quando o Leo morreu, eu pensei que ela estaria lá. Que a minha mãe, a única família de sangue que me restou estaria lá. Que ela choraria comigo, que teria alguém que sentiria a mesma dor que eu senti.

Ela fez uma pequena pausa, respirou fundo e voltou a falar:

- Mas o que eu recebi dela foi um coroa de flores, que eram rosas, o Leo não gostava de rosas. Eu tive que planejar tudo, eu tive que lidar com as câmeras, lidar com tudo. Quando liguei para ela, para questionar, ela disse que tinha um desfile no outro dia e que eu deveria ter exagerado menos na maquiagem que não me deixou bem nas fotos. As fotos que em que eu estava chorando de soluçar ou a foto em que eu estava sendo segurada pelo Tom para eu não cair.

Sua voz estava levemente embargada, eu me aproximei dela, ela me parou colocando a mão no meu dos meus seios e continuou falando:

- Por que está sendo tão atenciosa comigo ou cuidadosa?

Eu apenas dei de ombro, sua mão ainda estava no meu local e eu levemente inclinada em sua direção. Falei:

- Você parece ter algo diferente, algo que me faz querer ser gentil e me atrai.

Vi algo vacilar em seu olhar, sua mão amoleceu permitindo com que eu me aproximasse, eu a puxei com cuidado em minha direção, envolvi seus ombros em um abraço e ela escondeu seu rosto no espaço do meu pescoço. Seus ombros se moviam demonstrando seu choro silencioso assim como o meu pescoço sendo molhado pelas suas lágrimas.

Ficamos em silêncio assim, até ela colocar tudo para fora, quando ela se acalmou, ela afastou seu rosto do meu pescoço me olhando nos olhos. Eu segurei seu rosto entre as minhas mãos e sequei o canto dos seus olhos, ela parecia estar em conflito e ela mordeu seu lábio inferior atraindo minha atenção para ele.

*Celular tocando*

Eu me afastei notando que era o meu celular que havia tocado, me levantei pegando ele e vi o nome no visor. Olhei para a Carmen que agora já estava sentada virada para a frente e havia tomado todo o conteúdo que estava no copo. Falei:

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