Sal e pimenta (Concluída)

035

Thiago Veigh
Quarta-feira, 16:43 PM

Eu e meu bonde fomos cedo à praia encontrar as meninas, não sei qual energético tinham tomado mas em minutos elas contagiaram cada um com a animação.

Jogamos vôlei, um fut, corremos igual uns pivete também na praia. Um banho de mar era oque estava precisando, foi relaxante até quando Débora e Marília chegaram, sabendo exatamente onde estávamos sabe lá como, mas me cheirava a Japonês. Quem dera só fosse na paz a presença, mas a garota já me agarrou assim que chegou dando um beijo nada puro, na frente da Melie.

O pior foi não conseguir decifrar a sua expressão, o clima pesou na hora com geral sem saber oque achar. Tô fudido.

Chegamos num barzinho que tocava uns pagode massa a mais de meia hora, desde aquele acontecido Melie nem me olha direito. E papo reto, tô com um medo de chegar nela, aqui tem restaurante e só imagino ela pegando uma faca ou garfo quando eu soltar um "a".

Se par ela é perigosa com uma colher de chá nas mãos.

- E aí segurança, posso trocar uma ideia com a Lie? - falei para Fernanda que parecia de guarda.

Ela se levanta deixando a amiga apenas quando recebe um aceno da mesma - se fizer ou falar mais merda do que já fez, é um homem morto Veigh

De resposta bati continência para a galega que se afasta de nós. Sento ao lado da garota seria, que depois de horas olha para mim pela primeira vez, mas de um jeito vazio.

- Tá tudo bem?

Eu quem deveria perguntar.

- Na verdade eu quem queria te perguntar isso, você... ficou meio distante.

Ela respira fundo. Mal sinal.

- Thiago, é meio óbvio. Só tô tentando me manter sã na situação, você não me deve nenhuma explicação. - acompanho seu olhar quando me fala as últimas palavras. - ela é bonita

Ela olhava Débora dançando com Marília pouco afastadas dos meninos.

- Foi mal Lie... É coisa antiga, pode acreditar

- Difícil pelo jeito, espontâneo, que ela te cumprimentou

- Foi antes de você voltar, a gente foi se afastando. Depois

- Thiago

Ela me interrompe, e o tom com que fala meu nome é um qual não gostaria de estar ouvindo.

- Lembra? Não me deve satisfações. Só quero esvaziar minha mente hoje, se você deixar as coisas mais tensas do que já estão aí sim vou ficar puta com você

Ela se levanta, me dá um pequeno sorriso completamente forçado, e com razão. Eu me levanto pouco depois indo de encontro com o resto do pessoal.

Melie Silva
17:23

Já bebi umas três taças de uma bebida deliciosa, docinha, que talvez eu só esteja notando que estou meio alta por também estar dançando. Posso muito bem me passar com bebidas doces. Fui sincera com Thiago? Não, fiquei com ciúmes e puta com ele sim, mas dar showzinho por problemas dos outros não é minha praia.

Já basta meus problemas, mais cedo Lia me ligou falando que Hugo me buscaria amanhã de manhã para ajudarmos a mamãe na delegacia. Graças a Deus nada mais aconteceu.
Estava planejando me mudar logo depois disso, mas por um lado preciso estar mais perto delas e morar com minha irmã é o suficiente.

- Lie, tá bem mesmo?

- Relaxa Fe! Por favor, só quero mais uma dessa e aí sim vai tá tudo ótimo!

Pedi mais uma ao barman, notei ser outro mais novinho, tinha um senhor mais cedo mas parecem já ter trocado. Nem notei que a noite já estava chegando, amo esse horário. O rapaz pareceu também gostar da pessoa em sua frente já que me deu um sorriso nada puro de canto, eu retribuo fazendo Fernanda me julgar discretamente.

- Ah para, o que foi mãe?

- Só estou te cuidando, já bebeu o suficiente pra fazer algo que pode se arrepender depois

- Tudo bem, você me puxa se eu exagerar?

- Claro, amigas para que né amor?

Não gosto de apelar, nem de fazer joguinhos. Mas não pude não olhar para onde Thiago estava com os meninos, encontro seu olhar sobre em mim, e não parecia muito feliz quando me viu com meu novo amiguinho.

Desenvolvi rápido uma conversa com Rafa (o barman), loiro de olhos verdes e pele levemente bronzeada, um pouco padrão para meu gosto. Pena que não podia chamar para dançar, a casa estava animada com mais pessoas chegando e eu sendo controlada na bebida por Fernanda que também participava alegre da conversa.
Era divertido ver a mesma expressão que tive horas atrás em Thiago, mas ele não parecia ligar de demonstrar já que vinha até mim.

- Podemos conversar? - pediu, mais calmo do que pensei - por favor.

Levantei do banco deixando para trás meu copo, segui o rapaz até uma parte mais tranquila do estabelecimento.

- O que foi agora?

- Tô ligado que já bebeu uma garrafa sozinha de sei lá oque, mas não precisa agir assim Melie, por isso queria te explicar sobre

- Thiago! Eu não quero saber, tá? Tô de boa com isso

- Mas não parece.

Encostada na parede sua mão repousa ao meu lado, ele quase me prende ali agora a poucos centímetros de mim - se tá de boa, por que me provoca Lie? - sinto seu hálito quente bater na minha orelha. Seu perfume não me ajuda na vontade de tocá-lo, falta pouco para tocar o fodase ali mesmo.

- Esquece isso tá...

- Agora esquecer? Você se jogava com conversinha pro mano lá olhando para mim, tentando me provocar e agora que comecei...

- Tentando, acho que consegui - sorri convencida - você tá aqui não tá?

- Verdade.

Ele se afasta, o que? Mas suas mãos encontram minha cintura por baixo da camisa larga que vestia, ele aperta antes de me puxar contra ele - mas quem começou isso? só de pensar que eu poderia ter tocado outra mulher do mesmo jeito que fiz com você, como te fiz gemer ou... gritar meu nome, mais de uma vez, hm?

Ele se afasta apenas para me encarar, sua expressão parece de satisfação com a vergonha que estou sentindo. Parte por lembrar de muitas coisas daquela noite, e outra por talvez ser verdade oque ele disse. Ele cola seus lábios nos meus antes que possa reagir, apenas um selinho demorado, que me deixa uma forte sensação de "quero mais".