Seja sincera

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Dois dias se passaram desde que bebi o chá, no primeiro dia senti dores abdominais intensas e sangramento forte, talvez tenha funcionado. Não vi Ben desde então, preferi me manter longe dele pra que ele não soubesse... como se fosse possível esconder algo de meu marido, nesse momento, nesse exato momento ele está sentado em minha frente com a xícara do chá sobre a mesa e uma sobrancelha erguida com cara de quem aguarda uma explicação.

-Hm?- eu perguntei erguendo duas das minhas sobrancelhas alternando o olhar entre ele e a lareira a nossa frente que nos mantém aquecidos.

- Tem alguma coisa pra me contar?-  Cruzei as pernas me preparando internamente, parte de mim queria que ele gritasse comigo, que me xingasse, que me dissesse que não presto, que foi um erro se casar comigo... E a outra estava morrendo de medo disso acontecer.

-Eu tomei um chá da lua. Um chá abortivo.- Confessei minha verdade como se uma septa tivesse me ordenado cuspir meus pecados e me preparei para paga-los.

- Você acha que eu sou idiota? Eu sei sobre o chá, eu to perguntando se era meu ou do caolho.- Meus olhos se arregalaram levemente, meu cenho franzido e minha boca se abria e fechava buscando uma resposta completamente incrédula por sua pergunta.

- Eu...- Pensei em desculpas e mentiras que eu poderia contar, mas não seria justo, não com ele, começar um casamento a base de mentiras e omissões.

- Seja sincera.-  Sua voz calma foi o que eu precisava para colocar todas as cartas na mesa, era o que eu precisava pra deixar tudo que aconteceu pra trás e seguir em frente com ele.

- Eu tive algumas noites com o Aemond quando voltei a Kingslanding para resolver os problemas de família, aconteceu naquela noite... Eu fiquei insegura de estar realmente esperando um filho dele e nunca te forçaria a lidar com isso, fiquei com medo da sua reação, fiquei aflita com as coisas que ele me disse. Aemond fez uma promessa a mim quando éramos crianças, que eu seria sua esposa e parece nunca ter superado isso.- Eu senti como se estivesse a um bom tempo enjoada e finalmente tivesse colocado tudo pra fora, como se eu carregasse o peso de uma bigorna nos ombros e tivesse finalmente me livrado dela.

- E você superou?- Ele se levantou e serviu duas taças de vinho, seus passos foram leves até mim e suas mãos ágeis em me estender a taça que foi aceita de bom grado, precisava de uma bebida.

- Superei. Eu amei Aemond pela ligação que tínhamos desde a infância, mas isso morreu junto com Lucerys, morreu quando ele me trancou naquele quarto e me forçou a suportar coisas que não deveria. - Ele bebeu um gole do vinho antes de se ajoelhar a minha frente, eu tomei um gole generoso do líquido e coloquei a taça sobre a mesa. Ben imitou o meu gesto e se virou pra mim, suas mãos agarraram meus tornozelos e deslizaram sobre minha pele por baixo de meu vestido.

- Eu não a culpo, sua cabeça deve estar confusa com todos esses acontecidos de uma vez... Mas eu vou te ajudar a colocar a cabeça no lugar e perceber que eu sou o homem pelo qual vale a pena dedicar o resto da sua vida.- Minhas pernas vibraram  com seu toque, meus olhos se fecharam de forma automática ao sentir o calor de sua respiração na pele de meu pescoço, seu tom de voz baixo e rouco me fazendo desmanchar-me sobre a poltrona.

- Ben...- Sua mão grande segurou minha mandíbula me fazendo olhar em seus olhos, ele tomou meus lábios para si com voracidade e súplica que foi correspondida de bom grado.

- Não se preocupe, eu sou seu marido... E vou cuidar de você.- Ele me puxou pra cima segurando minhas mãos e me guiou até nossa cama, eu tirei os meus sapatos e afrouxei sua camisa.

Sua lingua se enroscando a minha dentro da minha boca me fez sentir mais desejada que o habitual, seus dedos fortes em meus quadris enterrados em minha pele como garras presas a caça. Meu coração disparou dentro do meu peito, o arrepio percorrendo minha espinha fazendo os pelos do meu corpo ficarem arrepiados, os dedos de Benjicot puxando com brutalidade meu cabelo para trás para ter acesso ao meu pescoço me arrancando um gemido alto. Seus olhos brilharam como se eu pudesse ver a porra da galáxia neles, meu corpo foi de encontro ao colchão e logo ele pressionou o dele sobre o meu fazendo com que eu enrolasse minhas pernas em sua cintura. 

- Não confunda minha calma com passividade, eu tô puto, Aemma, por outro homem ter tomado o que é meu... Mas depois dessa noite, querida, você não desejará homem algum além de mim!- Suas vestes foram ao chão enquanto eu me apressava para retirar a minha, seus lábios famintos agarraram meus seios para chupar e mordiscar meus mamilos com ânsia pelas possibilidades de como poderia me "punir" essa noite, Blackwood segurou meus tornozelos e me virou de costas habilmente colocando-me de quatro ao puxar minha cintura para cima.

Com os ombros apoiados no colchão e bunda empinada para cima pude sentir uma de suas mãos segurar meus pulsos atrás das minhas costas, a outra desferiu um tapa em minha bunda que intencionalmente foi ficando cada vez mais forte. Os gemidos de dor e surpresa escaparam dos meus lábios toda vez que a queimação se fazia presente, era como se Ben estivesse sorrindo da situação como uma criança arteira aprontando com seu brinquedo, um: "Seja bem vinda ao meu mundo profano particular" a cada intervalo de impacto. Meu rosto avermelhado e olhos fracos mostram o quanto eu estava ansiosa, talvez minha buceta  diga isso melhor que meu rosto quando seus dedos foram introduzidos e de forma gulosa engolidos por ela completamente inxarcada; uma risada de satisfação chegou aos meus ouvidos antes de sentir seu rosto se afundar em minha bunda, sua lingua percorreu toda a extensão da base ao topo me fazendo automaticamente fechar as pernas. Advertência número um quando senti seus dedos beliscarem o interior da minha coxa.

- Se fechar essas pernas de novo eu paro, entendeu?- Ele as separou normalmente usando suas mãos.- Hm?

- Sim... Entendi.- Nunca admitiria e nunca irei admitir que minha posição submissa na cama me agrada, mas ele pode ver isso sem esforço, eu aposto.

Ele mergulhou novamente para me torturar, me punir com sexo pelo meu comportamento leviano... Ainda bem que me comportei levianamente, duvido que sua lingua trabalharia tão bem se não estivesse nervoso. Suas mãos agarradas a minha bunda a abrindo para saborear meus lábios maiores e menores, clitoris e surpreendentemente minha entrada penetrando sua lingua para tomar de meu gosto diretamente da fonte. Mordi meu lábio e tentei não praguejar, mas, mais que filho da puta mais gostoso!

- Ben... Por favor.- Foi como esfregar a lâmpada e fazer um pedido ao gênio, ele se posicionou atrás de mim  e empurrou com força segurando meus cabelos para trás, montando em mim como monto em meus dragões.

Nessa posição pude o sentir entrar e sair freneticamente e com uma força da qual eu desconhecia, uma agressividade boa demais para que eu pudesse sentir minha bunda se chocando ao seu quadril e com toda certeza ouvir o som delicioso que isso faz. Eu queria me virar pra ele, poder tocar seu peitoral e seu lindo abdômen com aquela entradinha em V que me deixa louca, queria ficar por cima e me "desculpar" com uma bela sentada, mas fui mantida a sua mercê reconhecendo momentaneamente sua dominação sobre mim. Nossos gemidos tão desesperados e necessitados poderiam ser escutados se passassem pelos corredores e isso me deixa cada vez mais excitada, seus beijos e mordidas por minhas costas me fizeram inclinar minha bunda em sua direção o dando mais acesso e ele pareceu gostar muito disso deixando as pernas entre as minhas para que eu não pudesse fechar minhas coxas novamente.

Eu sei que Ben quer fazer um bebê comigo não somente para provar que o casamento foi consumado, mas porque gostaria de ter uma família comigo então o impedi de se afastar travando minhas pernas atrás de seus joelhos intercalando meus pés para que ele não conseguisse ir para tras até senti-lo pulsante dentro de mim segundos antes de me preencher com sua porra quente a fazendo escorrer pelos lados. Quando ele se jogou ao meu lado subi em cima dele e me posicionei em sobre seu rosto, sentei minha bunda em sua clavícula e segurei seu cabelo com força.

- Você gozou, eu não, termina seu trabalho!- Eu o ordenei, ordem essa que foi tão bem cumprida que me fez jorrar em seus labios até que meu corpo não suportasse seu próprio peso.

Me deitei em seu peito para dedilhar seu abdômen enquanto a ponta de seus dedos deslizava sobre minhas costas, eu olhei para cima e encontrei seu olhar chapado e um sorriso sacana em seus lábios.

- Com toda certeza quero descontar minha ira assim de novo.- A voz soou baixa, grave, porém baixa... Talvez estivesse cansado.

-  desde que assim seja só comigo...- Preferi que saísse mais bem humorado e estranhamente funcionou.

- Nisso eu posso te dar certeza.

In the Crow's Beak - Benjicot Blackwood Fanfic Onde histórias criam vida. Descubra agora