Capítulo 1 - Parte 1

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– Pare aí mesmo, Dominic! - Gritou um dos guardas, para o rapaz que fugia correndo pela cidade, com um pão na boca e outro na mão.
"Por que eles sempre gritam isso, se sabem que não vou parar?" Pensa o rapaz de 22 anos, cabelos loiros como fios de ouro, olhos estranhamente vermelhos para algumas pessoas, mas para outras, eles são castanhos. Ele também é alto e musculoso, isso por estar sempre correndo e se defendendo todos os dias, apesar de quase nunca ter o que comer. As roupas que ele usava estavam esfarrapadas e sujas, mas o suficientemente boas para serem usáveis e cômodas para poder correr e esquentá-lo em dias um pouco frios, apesar que o frio não o incomoda muito.
"Bom, ainda bem que são devagar, por mais que sejam guardas dessa cidade na capital do império, eles não conhecem ela como eu." Ele pensa se desviando de uma das flechas, tirando um dos pães que ele carregava na boca enquanto entrava em um dos becos, ali ele pula o muro e depois ele entra nos fundos de uma das tabernas da cidade.
– Fugindo de novo, Dominic? - Pergunta a dona enquanto ria juntos com as garçonetes.
– É. Sabe como é, preciso comer também - Ele diz após tirar o pão da boca, rindo meio nervoso e desajeitado, indo até a porta - Vou sair pra não arranjar problemas para vocês, Sra.Margareth, tchau - Dessa forma ele sai de fininho para que não o vissem.
– Esse menino é sempre enérgico, mas está sempre arrumando encrenca, só espero que ele não se machuque, afinal ele é um rapaz tão gentil - Diz a dona a um de seus clientes depois que o rapaz saí, onde esse estranho “cliente” pareceu interessado e de bom humor.
Depois que Dominic saiu…
– ELE ESTÁ ALI! - Grita surpreso um dos guardas, o que alerta Dominic também.
"Esses caras ficam insistentes a cada dia e tudo isso apenas por alguns pães velhos." ele pensa correndo novamente, entrando em beco e na hora que ia sair, por pouco ele vê um fio prateado a sua frente notando uma espada indo na direção de seu pescoço, onde que, por instinto, ele vira as costas e passa deslizando pelo chão enlameado, desviando do golpe, que por uns centímetros, conseguiu cortar apenas alguns fios de seu cabelo. Nesse momento, percebendo que o guarda que brandia a espada parecia surpreso por não ter acertado o rapaz, Dominic aproveita que estava no chão após deslizar e derruba o guarda com uma rasteira, logo depois se levantando.
– Desculpa aí, Scott - Ele pede perdão para o guarda, logo depois voltando a correr. "Será que aquele guarda se chamava Scott mesmo? Sei lá, por mais que eu conheça os nomes de todos os guardas de tantas vezes que fui pego, eu não lembro muito bem o rosto deles" ele pensa sorrindo um pouco desconfortável.
Despistando um dos guardas, Dominic acreditava ter despistado a maior parte deles entrando em um pequeno beco ao lado de um prédio abandonado, porém enquanto corria ele se depara com os outros guardas o aguardando, notando que praticamente caiu em uma armadilha
- Desista de fugir Dominic, você não tem mais como escapar - Diz o guarda mais a frente de todos, demonstrando ser o capitão dos guardas.
Dominic não fica nem um pouco surpreso quando isso acontece, afinal, não é a primeira vez que ele é encurralado dessa forma, apesar que ele realmente caiu na armadilha dos guardas, não é como se não houvesse uma forma dele fugir.
“Como se eu fosse deixar eles me prenderem só por causa de dois pães de má qualidade. Esses caras não parecem ligar para outros ladrões além de mim?” Dominic pensava começando a procurar uma forma de sair do cerco dos guardas.
Claro, Dominic tinha a possibilidade de derrubar eles, mas queria evitar causar mais problemas. Alguns podem até pensar que seria impossível apenas para Dominic sozinho derrubar tantos guardas, mas ele possuía uma estranha força que ele não sabia explicar, onde tudo o que ele sabia era o que sua mãe sempre dizia a ele, que ele era especial (O que para Dominic, não explicou muita coisa). E obviamente, ele fazia de tudo para manter essa força em segredo, pois não queria machucar ninguém.
De qualquer forma, Dominic tenta pensar em uma forma de sair dessa situação sem ter que machucar muito os guardas. Olhando ao redor, ele percebe uma saída, apesar dela ser um tanto… peculiar.
- Desculpa, mas eu não planejo ser preso hoje - Dominic diz sorrindo e entrando dentro do prédio abandonado. Voltando a correr, mas pelas escadas, Dominic nota que os guardas fecharam as saídas… menos uma.
- Peguem ele! - Ordena o capitão dos guardas, fazendo seus subordinados voltarem a perseguir Dominic, que estranhamente começa a subir pelas escadas do prédio, onde os guardas se perguntavam qual era o plano do rapaz das ruas. Será que ele apenas está tentando ganhar tempo? De qualquer forma, eles não acreditavam que Dominic pudesse fugir.
Correndo pelas escadas e chegando no terraço, Dominic é cercado novamente pelos guardas.
- Chega de tentar resistir Dominic. Você não tem para onde fugir - Diz o orgulhoso capitão dos guardas, afinal, o único ladrão que já conseguiu fugir dele mais de uma vez, foi o rapaz à sua frente e por mais que ele conseguisse captura-lo, prende-lo e castiga-lo, de alguma forma o rapaz ela liberado e novamente voltava para as ruas.
- Sinto muito capitão, mas o senhor está enganado - Diz o rapaz sorrindo, nem um pouco preocupado com a situação e confundindo os guardas - Daqui eu posso fugir de vocês - “Só espero que dê certo, se não eu morro.” Ele pensa escondendo seu nervosismo, pois até ele sabe como seu plano é completamente sem pé nem cabeça.
Antes que os guardas pudessem sequer reagir, Dominic coloca novamente um dos pães na boca e pula da beirada do terraço, segurando um velho varal de roldanas do prédio abandonado, que se conectava com outro prédio próximo, porém uma das roldanas, que estava mais velha e enferrujada que a outra, não aguentou o peso de Dominic, mas mesmo assim, ela consegue se soltar a tempo para cair no chão, rolando para amortecer sua queda e não se machucar tanto, claro, isso não quer dizer que ele não tenha se machucado, afinal ele não é indestrutível ou algo do tipo, mas pelo menos não foi pego, assim tirando o pão da boca novamente:
– Até mais, capitão - Dominic diz alto o suficiente para os guardas o ouvirem e sorrindo ele volta a correr pelo beco, pulando o muro e despistando todos os guardas de uma vez com isso.
“Acho que posso ter deslocado meu ombro.” Ele pensa dolorido, chegando em um beco mais afastado e massageando o ombro que ele acreditava ter deslocado, sentindo pontadas de dor vindas dele. Assim, mordendo o pão para evitar morder a língua (“Ainda bem que esse pão é tão duro quanto uma pedra.” Ele pensa), ele usa um pouco de sua força e coloca o ombro de volta no lugar com um pequeno gemido de dor.
“Pronto, não acho que vai dar muito problema por enquanto, caso eu precise de cuidados médicos, o Ricardo volta amanhã.” Pensa Dominic, tirando o pão da boca e suspirando, nesse momento ele nota que deixou um dos pães que pegou cair enquanto fugia dos guardas. “Fazer o que?” Ele pensa rindo um pouco e quebrando o pão para comer mais fácil, no entanto ele escuta um barulho próximo as latas de lixo, pensando ser os guardas, Dominic se levanta e se prepara para voltar a correr, mas o que ele vê são na verdade duas crianças juntas e assustadas enquanto olhavam para ele… não, não estavam olhando para ele, mas para os pedaços de pão nas mãos dele.
“Eles… devem estar com fome.” Dominic pensa ao notar como as crianças estavam magras e sujas, não muito diferente dele.
– Oi? Vocês querem esse pão? Venham aqui, podem pegar - Dominic diz com cuidado enquanto se aproxima apenas um pouco e devagar para entregar os pedaços de pão.
Ele não queria assustar as crianças, mas nota como ainda estão assustadas e também desconfiadas, claro, Dominic as entendia, viveu o suficiente nas ruas para saber como não se dá para confiar em algumas pessoas.
- Posso garantir que o pão não tem nada de suspeito, olhem - Notando a desconfiança das crianças, ele quebra um pedaço pequeno e coloca na boca, mastigando e engolindo, assim ele sorri para as crianças - Viram? O pão só está um pouco duro, mas está gostoso.
Vendo que o rapaz a sua frente não tinha más intenções, a mais velha das crianças, uma pequena menina de no mínimo 6 anos, se aproxima ainda um pouco receosa, mas pega um dos pedaços de pão e se afasta novamente, se aproximando do irmãozinho. Alí, a pequena morde o pedaço primeiro, para garantir que não teria nada de ruim para o irmão comer, porém diferente do que imaginava, o pedaço de pão estava realmente bom, um pouco duro, como o homem estranho comentou, mas estava bom. Dessa forma, ela entrega o pedaço de pão para o irmãozinho, preferindo passar fome do que deixar o irmão sem comer.
Vendo isso, Dominic não pode evitar sorrir, se lembrando de algumas pessoas que ele considera como irmãos mais velhos também, além de alguns irmãos mais novos.
- Aqui, pegue esse - Dominic oferece o outro pedaço que ele tinha na mão para a menina, que o olha surpresa e preocupada - Pode pegar, estou sem fome - Dominic fala com um sorriso gentil, que faz a menina perder seu medo e desconfiança do rapaz, assim ela se aproxima novamente e pega outro pedaço de pão.
- Obrigado… - A menina murmura e Dominic sorri mais um pouco.
- Não precisa agradecer - Ele diz se levantando, enquanto a menina volta para ficar perto do irmãozinho. “Será que eles…” Dominic fica preocupado com a possibilidade das crianças não terem pais ou familiares para voltar - Vocês… gostariam de vir comigo para um lugar seguro? - Dominic pergunta se agachando apenas para ficar na altura das crianças, mas ainda não se aproximando muito.
Mesmo assim, as crianças o olham com receio, afinal, mesmo que ele o tenha ajudado com o pão, a menina mais velha se preocupava que ainda pudessem ser enganados, porém Dominic não se mostra muito surpreso com essa reação.
– Sei que pode parecer suspeito, mas posso garantir que é um lugar seguro, pois foi onde cresci - Dominic fala com uma voz tão tranquila e amigável que as crianças ficam mais calmas ao ouvi-lo - É um orfanato aqui perto, tenho certeza que a senhora lá vai adorar cuidar de vocês, mas se vocês não quiserem, eu não vou obrigar vocês a irem - Ele diz com sinceridade, apesar de esperar que pudesse ajudar mais essas crianças, ele sempre acreditou que nunca se deve obrigar alguém a fazer algo que não quer.
Após ouvi-lo, as crianças olham uma para a outra, um pouco nervosa, a mais velha segura a mão do irmão e se aproxima de Dominic, aceitando seguir ele.
– Está bem… nós vamos - Ela fala, mas em seu olhar se podia ver uma determinação forte de proteger seu irmãozinho, ou seja se ele estivesse enganando eles, eles planejavam fugir como pudessem, porém elas queriam ter esperança de que fosse verdade, de poder dormir em uma cama confortável e poder comer qualquer coisa como comeram aqueles pedaços de pão.
Com isso, Dominic sorri, a determinação da menina mostra como ela realmente era uma boa irmã mais velha, assim ele se levanta.
– Bom… vamos? - Ele pergunta sorrindo, guiando as crianças com cuidado até um pequeno prédio no fim do bairro, o prédio estava velho, mas ainda se mantinha de pé graças aos cuidados de alguns moradores locais.
Ao entrar no prédio com as crianças (Que estavam nervosas e um pouco assustadas.) Dominic se depara com as várias crianças ali que rapidamente se aproximam dele com um sorriso animado.
– Tio Dominic! - Elas gritam correndo até ele, com algumas o abraçando enquanto sorriam.
Dominic não pode evitar sorrir de volta e acariciar levemente a cabeça de cada uma das crianças.
– Oi, meninos. Como estão? Já jantaram hoje? - Ele pergunta sorrindo enquanto as crianças confirmam que comeram a deliciosa comida da Sra. Lilian.
Falando nela, uma senhora de um pouco de idade, por volta de seus 50, aparece no cômodo com um sorriso.
– Bom ver você de novo, pequeno Dominic - Ela fala sorrindo ao ver o rapaz, depois se aproxima colocando as mãos na cintura com uma expressão irritada - Você tem andado causando problemas na cidade de novo, não foi menino? - Ela pergunta fazendo Dominic ficar um pouco nervoso e sorrir enquanto tentava acalmar a senhora. “As vezes eu esqueço como a Sra. Lilian é como minha mãe.” Ele pensa.
Pouco depois, enquanto Dominic falava com a Sra. Lilian, as crianças notam os irmãos atrás de Dominic, perguntando quem são.
Assim Dominic sorri e se agacha, colocando as mãos nos ombros dos irmãos, como se tentasse dar coragem para eles se enturmarem.
– Esses pequenos estavam perdidos, então eu trouxe eles aqui. Vocês vão ajudar a Sra. Lilian a cuidar deles, certo? - Dominic pergunta sorrindo para as crianças que sorriem, assim como a Sra. Lilian que suspira levemente antes de sorrir para os irmãos. Nesse momento, a irmã mais velha parecia um pouco nervosa, mas seu irmão mais novo, se animando ao ver tantas crianças, acaba se apresentando com alegria, fazendo as crianças sorrirem e se apresentarem também, onde a mais velha acaba se sentindo um pouco mais acolhida e contagiada pela coragem do irmão, ela se apresenta também, sorrindo.
– Dominic, podemos conversar? - Pergunta a Sra. Lilian a Dominic, que sorria levemente ao ver os pequenos irmãos um pouco mais confortáveis, assim ele olha para a Sra. Lilian e já imagina o que ela vai falar.
– Sim - Ele diz acompanhando ela até um canto um pouco afastado, mas não o suficiente para não poderem prestar atenção às crianças.
– Você já sabe o que vou dizer, não sabe? - Ela pergunta cruzando os braços e Dominic sorri levemente.
– Desculpe, Sra. Lilian, não pude evitar, olha como estão - Ele fala apontando com suas palavras o estado das crianças que ele levou ao orfanato. - Estavam com fome quando os achei, se não fosse pelo pão que dei a eles…- Ele fica receoso só de pensar nisso, nem querendo imaginar o que poderia ter ocorrido àquelas crianças se ele não as tivesse ajudado - Além disso, eles não teriam me seguido se tivessem um lugar para dormir - Dominic fala, afinal ele não podia evitar ajudar. Por outro lado, a Sra. Lilian também não podia evitar conversar com Dominic sobre isso.
"Esse orfanato infelizmente é um orfanato falido, pois fica em um canto não muito povoado, consequentemente sendo esquecido pelos nobres da capital ou até mesmo os que viajam até a cidade capital, por conta disso, os proprietários simplesmente abandonaram o lugar com todas as crianças aqui, claro, ainda tem algumas pessoas desse bairro que os ajudam, mas ainda assim… a Sra. Lilian passa muita dificuldade todos os dias para lidar com os impostos e colocar comida na mesa para eles. Porém aqueles pequenos… eu não podia simplesmente deixar eles nas ruas." Ele pensa nervoso, abaixando a cabeça.
Vendo ele assim, a Sra. Lilian suspira e passa a mão na cabeça dele como um gesto maternal.
– Bom, não tem o que fazer, afinal você é igual a sua mãe - Ela diz sorrindo levemente antes de se afastar - Vou deixar dessa vez porque aqueles pequenos precisam, mas não pense que serei tão bondosa na próxima vez. Se quiser, pode pegar umas frutas para você comer na cozinha, te conhecendo, sei que você não comeu nada.
Ao ouvir isso, Dominic sorri levemente, a Sra. Lilian sempre fala isso de que não deixaria ele levar mais crianças para lá, porém ela acaba cedendo sempre que ele acaba levando uma criança ou outra. Ele sabe que ela tenta se fazer de durona por ser mais velha, mas ela tem um coração muito bondoso.
– Obrigado, Sra. Lilian - Dominic agradece a senhora que apenas balança os ombros levemente ao voltar a se aproximar das crianças, se apresentando aos pequenos mais novos integrantes de seu orfanato.
Então Dominic estava se preparando para sair, porém antes que pudesse ir à cozinha, os pequenos irmãos se aproximam dele.
– Obrigado, senhor - Eles falam juntos com um sorriso, que faz Dominic se sentir mais alegre, onde ele se agacha.
– Podem me chamar de Dominic, acabamos não nos apresentando antes, certo? Me desculpa por isso - Ele fala sorrindo, onde as os pequenos irmãos sorriem balançando a cabeça.
– Tudo bem, nós não nos apresentamos também. Eu sou a Lucy - Diz a mais velha.
– E eu sou Luck - Diz o mais novo.
– De qualquer forma, obrigado de novo, senhor Dominic - Dizem juntos sorrindo, antes da Sra. Lilian os chama para dar um banho e trocar as roupas deles.
– Vamos ver o senhor de novo? - Pergunta a irmã mais velha um pouco corada.
Assim Dominic sorri.
– Prometo voltar assim que eu puder, ok? - Ele pergunta enquanto se levanta, assim as crianças ficam animadas e se despedem dele antes de irem até a Sra. Lilian.
Assim, Dominic sai do orfanato, não passando pela cozinha, como havia sugerido a Sra. Lilian, pois não queria pegar as poucas frutas que eles já tinham.
Então depois de sair do orfanato, faminto e cansado, Dominic aproveita que os guardas reais desistiram de procurá-lo nesse dia e vai para seu pequeno casebre nos subúrbios. Um lugar que ninguém, a não ser ele e seu irmão adotivo, sabe onde fica, apesar desse local ter uma boa vista da cidade capital, dando para ver as mansões que os nobres usavam para passar um tempo na cidade e dando para ver o palácio real, ele estava aos pedaços e só não caiu porque o próprio Dominic o arrumava algumas vezes.
Chegando lá, ele cai em um canto se encostando na grande abertura da parede que Dominic chamava de janela improvisada, não queria ter que correr, pular e fugir dos guardas naquele momento apenas para pegar algumas outras migalhas de pão para ele mesmo.
"O importante já foi feito, que aquelas crianças tenham comido é o suficiente, amanhã eu tento pegar alguma coisa, mas não sei se vou estar disposto a isso" ele pensa meio preocupado e suspirando, ainda sentindo leves pontadas de dor no ombro, mas ele apoia a cabeça na parede e fecha os olhos. "Ah, amanhã… eu realmente vou ter que fazer tudo de novo? É sempre assim… eu roubando algo para comer, ou algumas velharias para vender e ter algumas moedas, enquanto os guardas reais me caçam como se eu fosse um animal, às vezes sou pego, levo uma surra e sou solto, outras vezes consigo escapar, como hoje. Me pergunto … até quando vou viver assim?" Ele pensa irritado com a própria realidade. Então ele abre os olhos observando as mansões e o castelo. "Queria ao menos poder ter um pouco dinheiro, o suficiente para pelo menos poder ajudar as crianças do orfanato, ter decentes três refeições ao dia, sem precisar correr ou fugir de alguém…mas não é como se isso fosse acontecer comigo… mesmo que eu tentei me alistar até para a guarda real, tem que ter muito dinheiro para fazer os testes, entre outras coisas onde que para ter o um emprego você precisa de educação nobre, o qual também precisa pagar… " Então cansado de pensar nisso, ele se deita. "Melhor eu ir dormir, amanhã quem sabe…algo novo me aconteça" ele pensa com uma pequena chama de esperança em seu coração.

A Gênio da Lâmpada e o Rapaz das RuasOnde histórias criam vida. Descubra agora