Há sete anos atrás...
Era só mais uma das muitas brigas que meus pais tinham todos os dias, discutiam, choravam e as vezes ficavam sem se falar por alguns dias mas nunca passava disso. Eu estava em meu quarto, sentada no chão, as lágrimas escorrendo sobre o meu rosto, um sentimento de tristeza e raiva me consumia por dentro.
Eles estavam brigando do outro lado da porta do meu quarto, eu podia ouvir claramente cada insulto e tapa. Enguli meu choro, limpei meu rosto molhado e me levantei.
Levantei minha mão na direção da maçaneta da porta, as mesmas já estavam trêmulas. Eu estava decidida a interferir na briga deles, quando escuto meu pai grita alto do outro lado.
- A única coisa que a sua filha faz é ficar trancada dentro de um quarto se matando de comer!- falou alterado.
Abaixei meu braço, desistindo de abri a maldita porta, cerrei os punhos e chorei novamente.
- Não fale assim da nossa filha.- escuto minha mãe dizer enquanto chorava.
- Nossa filha? Essa menina inútil não é minha filha.- Disse enquanto ria.
- Cala a porra da boca, john!- gritou.
Por que eu sou tão odiada assim?
Que mal eu fiz para ele?
Segurando meu choro andei até onde estava meu guarda-roupa.
Abri as gavetas do meu guarda-roupa e peguei os petiscos e doces que eu havia guardado para mim comer mais tarde, jogando os mesmos na lixeira.
Me olhei no grande espelho do lado da lixeira, subi minha blusa observando minha cintura e barriga.
Será que meu pai está certo?
Parece que estou um pouco gorda...Pensei beliscando minha barriga.
Abaixei minha camiseta tentando não ligar para meus pensamentos. Quando sou surpreendida por um grito da minha mãe no cômodo de baixo.
Rapidamente abro a porta e saio às pressas.
Ao chegar na sala me assusto ao ver minha mãe jogada no chão com sangue escorrendo de sua testa, ematomas roxos em seus braços e cacos de vidro no chão, perto dela.
Olhei ao redor da sala, mas não vejo meu pai.
- Mãe! O que aconteceu?- perguntei me aproximando dela.
Com minhas mãos trêmulas coloquei a cabeça dela sobre minhas coxas.
- Chama a ambulância...- Suspirou.
Pego o celular da minha mãe que estava jogando no chão próximo e liguei para a ambulância.
Eu estou apavorada, nunca aconteceu nada assim com minha família.
Não demorou muito para os paramédicos chegarem na nossa casa.
...
No hospital o médico perguntou por quem minha mãe tinha sido agredida, a mesma apenas ficou calada com os olhos lacrimejando.
Eu tenho certeza que foi meu pai que a agrediu.
- Você deve ter passo por muita coisa, vou deixar você descansar, mas tarde venho ver como você estar, tá bom?- O médico disse com um sorriso gentil em seu rosto.
- Tá bom.- Minha mãe falou.
O médico saiu do quarto deixando só nós duas sozinhas.
- Mãe... você vai denunciar ele né?- perguntei baixinho.
Me sentei em uma cadeira ao lado da cama que minha mãe estava deitada. Segurei suas mãos e encarei seu rosto triste.
- Eu não posso filha...
Por que ela pensa assim? Eu não consigo acreditar no que estou ouvindo.
- Mas mãe...ele machucou você.- comecei.- Isso não é certo.- falei, chorando.
Ela colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e falou:
- Eu sei filha, mas não chore por causa disso, eu fico mais triste ainda vendo você chorando.- Falou acariciando meu rosto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
OBSESSED
RomanceRiley Clark uma jovem de 22 anos, está no segundo ano na faculdade de moda nos Estados Unidos. Porém seu stalker que desapareceu a um ano atrás voltou há persegui-lá, dá presentes e observa- lá em quanto a mesma dormia. Aaron Walton é um jovem hac...