9. O Fogo

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Caroline K. Mueller
16 de Setembro de 2024

   EU ENCARRAVA O TETO BRANCO, perdida em pensamentos turbulentos sobre Lando e Magui. A cena dos dois juntos insistia em se repetir na minha mente, como um filme indesejado que eu não conseguia desligar. Sentia um nó no estômago, uma mistura de desconforto e incerteza, talvez amplificados pelos efeitos das muitas doses que tinha tomado na noite anterior.

  Não conseguia entender por que aquilo me afetava tanto. Era como se minha mente estivesse em um loop, revivendo cada detalhe daquela dança próxima, cada risada compartilhada. Eu me sentia enjoada, confusa, e ao mesmo tempo intrigada com a intensidade dos meus próprios sentimentos.

  Havia anos desde que me sentia interessada por alguém, desde que me permitia gostar de alguém de verdade. Aquela sensação de borboletas no estômago misturada com uma pontada de medo era desconcertante. Sentada na cama, depois de me deitar e me levantar novamente, um turbilhão de pensamentos invadia meu peito, deixando um nó apertado que eu não conseguia desfazer.

  Era absurdo, eu sabia. Afinal, conhecia Lando há menos de uma semana. Era impossível estar sentindo isso por alguém tão recente em minha vida. Mas as emoções não se importavam com a lógica, elas simplesmente existiam, fortes e incontroláveis.

  De repente, levantei-me abruptamente, sentindo um leve tontura que denunciava a ressaca da noite anterior. "Que droga!", murmurei para mim mesma, sentindo-me frustrada com a situação.

  Busquei freneticamente pelo meu celular, que encontrei jogado ao lado da porta. A esperança de que ele ainda tivesse bateria desapareceu ao ver a tela escura. Estava completamente descarregado.

  "Que inferno!", exclamei em voz alta, frustrada com a incapacidade de saber o que tinha acontecido na noite passada. A incerteza se misturava à confusão, deixando-me com uma sensação de impotência diante dos eventos que pareciam escapar da minha memória.

  Com certa brutalidade, conectei o celular ao carregador e me dirigi ao banheiro, dominada por uma irritação que eu não conseguia definir completamente, embora soubesse exatamente a causa. Lando. A simples ideia de estar interessada nele me provocava uma mistura indescritível de sensações, uma montanha-russa emocional que oscilava entre o prazer e a desconfortável incerteza.

  Liguei o chuveiro e deixei a água gelada fluir. Despi-me com pressa, querendo afogar os pensamentos turbulentos na sensação intensa do frio cortante. Entrei debaixo do jato de água gelada, sentindo a pele arrepiar e os músculos se contraírem em resposta à temperatura. Abri a boca como se estivesse desesperadamente buscando ar fresco, e respirei fundo, entregando-me completamente àquela experiência purificadora.

  A água gelada parecia lavar não apenas meu corpo, mas também minha mente agitada. Cada gota que caía era como uma pequena liberação de tensão, aliviando o peso das emoções confusas que me assolavam desde que acordei. Era um alívio necessário, uma pausa na tempestade interna que me consumia.

  De olhos fechados, permiti que a água gelada me envolvesse completamente, abraçando a sensação revigorante que se espalhava por todo meu ser. Eu precisava daquele momento de tranquilidade, daquele instante para reorganizar meus pensamentos e encontrar uma forma de lidar com o que quer que estivesse acontecendo dentro de mim.

  No chuveiro, sob a água gelada que agora se transformava em um bálsamo para minha alma inquieta, eu senti um breve vislumbre de calma retornar, um respiro em meio ao turbilhão de sentimentos que Lando Norris havia desencadeado em mim.

  A parede gelada traz lembranças vívidas do toque do piloto britânico. Sua mão na minha cintura era um misto vertiginoso de certeza e pecado.

Into You | Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora