Personagem Secundário - Yoonkook

[🫀] 005

Segunda parte do encontro.

Boa leitura!!

Min Yoongi

Rir com o Jungkook era muito bom, fazia tanto tempo que não ria daquele jeito, era tão espontâneo.

— Não me solta! – eu gritei desesperado quando ele ameaçou me soltar, segurando mais firme na sua jaqueta.

— Medroso. – riu.

— Eu vou dar na sua cara, Jeon Jungkook! – eu gargalhei alto.

— Você não ia me dar uma aula? Até agora não aprendi nada. – provocou com um sorrisinho irritante, mas lindo.

Já havíamos patinado muito, porém eu ainda não havia soltado dele e tentado patinar sozinho, eu pensei que fosse bem mais fácil, mas não era.

Ele aproximou-se mais de mim e segurou minha cintura, nos girando e em seguida começou a nós conduzir pela pista, senti aquelas malditas borboletas no estômago enquanto olhava em seus olhos escuros.

Por que eu continuo sendo seduzido por aqueles belos olhos?

Jeon encostou sua testa na minha e sorriu para mim com seus olhos brilhando, ele parecia feliz de estar comigo.

Era estranho a aproximação rápida que estamos tendo, é como se estivéssemos esperando a vida inteira para estarmos juntos, isso é loucura, mas é uma loucura tão boa, tão gostosa de ser sentida.

— Está com fome? – afastou-se, voltando apenas a segurar minha mão. – Tem uma lanchonete aqui perto.

— Certo, vamos. – respirei fundo, eu precisava de muito oxigênio agora, ele havia roubado a maior parte de mim. 

Nós estávamos do lado de fora encostados no carro, Jeon havia comprado dois baldes cheios de frango frito, eu estava comendo feito doido, porque fazia tanto tempo que não comia algo tão bom, comer na minha casa era um saco, porque as vezes a comida era tão sem graça.

— Está comendo bem para quem está acostumado a comer italiano. – olhei para Jungkook.

— Estou com fome, não comi nada hoje. – respondi e ele riu.

— Hoje mais cedo, você me disse que gostava de mim. – por que ele tinha que tocar nesse assunto? – Isso não pode acontecer, Yoongi.

— Por que? – fiquei curioso.

— Porque eu já tenho alguém.

— Jimin? – perguntei, lembrando do garoto.

— Sim, ele mesmo. – sorriu. – Eu e o Park Jimin não namoramos, mas é porque nenhum de nós dois tomou atitude. – porque seu sorriso tinha que ser tão lindo por lembrar do Jimin?

— Entendi. – respirar fundo e enfiei uma coxinha na minha boca, mastigando levemente irritado. – Mas Jeon... – nos olhamos. – Você não sente isso? Essa estranha conexão quando nos olhamos?

— Não, eu não sinto. – respondeu e eu me senti um bobo.

Nós ficamos em silêncio então, mas eu ainda sentia seu olhar sobre mim, eu fui rejeitado sem nem ter tentado, como isso aconteceu justo comigo? Eu não estou acostumado com a rejeição, eu sempre consegui tudo que desejo, por que está sendo diferente agora?

O que o Jimin tem que eu não tenho? Eu estou pensando assim, mas eu nem se quer conheço direito ele, o gosto da rejeição não é muito bom, é amargo.

Eu perdi a fome, a vontade de estar aqui com o Jeon, que idiotice! Como eu pude ser tão emocionado assim? Eu sou Min Yoongi, eu não sou assim.

— Acho que eu preciso ir embora. – eu disse e o brilho dos seus olhos mudaram.

— Por que? Está tão divertido. – sorriu. – Confesso que no começo eu não queria esse encontro, mas eu estou tão feliz agora e... – eu o interrompi.

— Jeon, você acabou de me rejeitar, porque ama outra pessoa. – seu sorriso foi se desmanchando aos poucos até ele ficar completamente sério. – Eu perdi a vontade de estar aqui.

— Tudo bem. – ele entrou no carro e eu fui em seguida.

Em silêncio Jeon dirigiu até minha casa, eu prendi o choro durante o percurso, mas eu sentia algo dentro de mim causar um dor estranha, mas não era somente em relação a rejeição, tinha algo mais e eu senti medo quando Jungkook estacionou na frente da minha casa.

Olhei a fachada e minhas mãos estavam trêmulas enquanto eu abria a porta do carro, eu voltei meu olhar para Jungkook e tentei sorrir, mas era complicado.

— Volte bem para a sua casa. – sorri e fechei a porta.

— Yoongi! – eu escutei ele me chamar, mas eu ignorei e continuei andando, entrei em casa e encostei na porta ao fecha-la.

— Aonde estava? – assustei com a voz do meu pai, ele estava sentado no sofá lendo um livro. – Eu vou perguntar novamente, aonde você estava? – sua expressão não era boa.

— Eu fui dar uma volta com o meu novo amigo. – respondi, sentindo um nó na garganta, eu estava com medo.

— Novo amigo? Como assim novo amigo? – gargalhou, uma risada nojenta assim como ele. – Estava dando vadia? Arrumou outro para te usar como depósito de porra, não foi suficiente transar com o meu funcionário?

— Foi só uma vez e eu já pedi perdão, senhor. – respirei fundo, tentando não me desesperar ao vê-lo levantar e caminhar lentamente até mim.

— Uma vez? – agarrou meu cabelo. – Tem certeza? Quer mentir justamente para mim? – puxou com brutalidade, pensei até que fosse ficar sem cabelo.

— Por favor! – eu implorei, sentindo uma sensação horrível pelo meu corpo, o medo. Era medo!

— Por favor? – eu já não conseguia enxergar quase nada por causa das lágrimas, minha respiração estava falhando, que desespero!

— Eu não fiz nada, eu juro! Eu só sai com ele! Eu não fiz nada! Então eu te imploro, me solta! – não sei como minha voz saiu, mas eu consegui implorar para não apanhar, eu estava cansado, farto!

— Como quiser! – riu, ele gostava de me ver assim, com medo, assustado, tremendo.

Ele me empurrou e eu acabei caindo em cima da mesa de centro da sala, ela era feita de vidro, eu escutei o som do vidro se quebrar e senti alguns cacos entrarem na minha pele, eu gritei de dor.

Senti um chute na minha costela e mordi meus lábios para não gritar novamente, eu tinha que me calar ou seria pior, os vizinhos poderiam escutar.

— Senhorita Kim! – escutei ele gritar a governanta da casa. – Peça para que limpem isso e não se esqueça de comprar outra mesa, não importa o preço. – disse e saiu.

××
O quanto doeu escrever isso não tá escrito.

Até a próxima!!