Os encontros noturnos entre patrão e mordomo já se tornaram uma rotina prazerosa há algum tempo, mas como tudo isso começou? Para ambos os personagens pode ser a primeira vez; um por ser novo no assunto e outro por... qual seria o motivo?
Autora: Mi...
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Eu estava a poucos segundos de terminar a hora em que meu mordomo dava como garantidas as novas aulas, o tique-taque do relógio soava cada vez mais penetrante em meus tímpanos, a cada eco que repercutia nas paredes do local eu sentia mais meu nervosismo e mais, eu precisava de mais tempo, mas já era tarde demais; o relógio marcou 10h; Meu momento solitário de trabalho expirou para lidar com outra bagunça.
Toc toc toc, três batidas na porta, ah, era de se esperar de um controlador de tudo, como sempre tão pontual. Sem tirar os olhos dos papéis que tinha em mãos, fingindo lê-los, respondi com um - vá em frente - automaticamente aquela porta se abre, entrando naquele ser de trevas, para o qual assinei contrato há quase 4 anos.
- Mestre, venho te procurar para iniciar sua aula, onde o professor será esse humilde servo –colocando a mão direita no lado superior esquerdo do peito.
Na ponta do nariz estavam aqueles óculos que ele só usa quando entra no modo “professor rigoroso”, o que me faz pensar que ele está realmente levando esse papel a sério. Dou um suspiro pesado ao me levantar da cadeira, me aproximando dele que me manda sair do escritório. Fechando a porta com ele para nos transportar ao local correspondente.
Já no nosso destino, ele me convida para sentar. Por enquanto estou me controlando, mas não sei quanto tempo isso vai durar.
Percebo que ele está me canalizando, e o que é isso? Me sinto um pouco intimidada pela força do olhar dele, quase parecia que... eu estava sem roupa e ele examinava cada parte do meu corpo. Com essa ideia eu sobressalto um pouco, para simular olho mal para ele, falando com ele:
- E agora que? Não deveríamos começar? – sem tirar os olhos eu o desafio.
- Na verdade, eu só estava me certificando de que o tema que escolhi é o certo para começar. – Um sorriso zombeteiro se forma em seu rosto, você está brincando comigo?
- O que quer dizer com isso? Era tão necessário olhar para mim para ter certeza? Você já não estava preparado? – foi o meu bombardeio de perguntas, não entendi o comentário dele e com isso devo garantir as coisas mais de duas vezes.
- Veja, mestre, eu estava em dúvida se deveria partir do conceito de sexualidade, a julgar pelas suas habilidades você já deve saber disso, certo? – Entendo cada vez menos, é óbvio, há algum tempo ele insistiu para que eu lesse um dicionário e essa palavra, junto com outras, não passou despercebida.
- Está certo, então? – Ele continuou apagando aquele sorriso me olhando com atenção.
- Depois focaremos na sua anatomia, nos seus órgãos sexuais, nas suas funções e posteriormente, nas relações sexuais – deixe de lado o seu lado burlesco para levar um a sério. Não tenho problema com o plano de estudos, mas tenho problema com a última parte... a menos que ele tenha piedade e não ensine tudo no mesmo dia, embora conhecendo-o ele seja capaz.
- Bom, comece "professor" - olho para ele um tanto zombeteiro, enfatizando a palavra.
Os dois primeiros tópicos foram coisas simples, não senti muito desconforto mesmo ele me mostrando as imagens descritivas; Devo admitir que ele é um bom tutor. Agora seria o tema das funções do aparelho reprodutor e... não sei como lidar porque tenho a sensação de que não será algo bom para mim.
- Bem, mestre, ele ainda é um aluno de primeira classe. Vamos passar para o próximo – deixar a vida me levar confessado... e de um demônio.
Ele demorou um pouco com sua explicação, eu estava além do meu espanto, como meu corpo pode tirar dois tipos de coisas do meu membro? Como alguém pode sentir “prazer” ao tocá-lo? Já fiz isso inúmeras vezes quando ia ao banheiro e nunca senti nada parecido! Pelo que ele me explicou, isso se chama "masturbação", da qual, no final, vai sair uma espécie de fluido esbranquiçado, o "sêmen", e mais ainda, tem células chamadas "espermatozoides" nele, e não apenas um... um exército deles, onde apenas um sobrevive ou dependendo dos genes ser dois ou mais, mas a questão é que os outros morram...
Ele tinha muitas perguntas, mas eram muito embaraçosas para perguntar a ele, muito menos se ele tivesse aquele sorriso malicioso no rosto. Não... não vou abandonar, vou ver como tirar essas dúvidas, sobretudo aquelas que tenho ao meu alcance.
- Está tudo bem jovem mestre? Vejo no seu olhar que você tem incertezas, não seja tímido, pode perguntar é para isso que sirvo - se eu não te conhecesse, pensaria nas suas boas intenções, o que os outros não sabem, é seu verdadeiro ser: sarcástico, sádico...
- Não, você se engana, não tenho dúvidas, entendi perfeitamente – não me deixaria derrotar, só quem pode vencer aqui sou eu. Mas vamos brincar um pouco - você me ensinou bem, Sebastian - mencionei com um olhar brincalhão, colocando o braço na vertical sobre a mesa para apoiar o queixo nela; olhando para ele sutilmente.
- Ah mestre, ainda não te ensinei TUDO direito, são assuntos que vão sendo vistos aos poucos - não sei se foi imaginação minha... senti, em resposta ao que ele falou, uma certa tonalidade diferente do habitual, ousaria dizer isso de forma sedutora... só que não haveria razão, haveria uma mensagem escondida naquelas palavras?
- Então, o que você está esperando? Ensina-me – sem baixar a guarda, nem mudar o olhar, eu o desafiei.
- Você ficaria surpreso com o que posso te ensinar - essa frase me fez estremecer, estou começando a ter um sentimento nada positivo. Tenho mais certeza do que nunca de que algo depende dele e por isso temo cair na armadilha de um demônio, e se isso acontecer, o que acontecerá?
