Entramos no ônibus juntos e fomos a caminho do colégio eu estava pensando seriamente em como voltar a se falar normalmente com meu avô pois sabia que eu estava errada então de repente Natsu sussurrou em meu ouvido:
- por que você está tão aflita ein Liz?
Eu me arrepiei afinal ninguém nunca teve essa intimidade comigo antes, mas mesmo timida eu respondi
- Briguei com meu avô antes de sair de casa
- Foi uma briga seria?
- Sim... Não... Talvez, não sei direito... Ele nunca tinha falado daquele jeito comigo... Até parecia que queria se distanciar de mim... Ele é minha única família. - Quando me dei conta eu tinha acabado de falar a história da minha vida para um estranho, eu estava tão envergonhada que não sabia o que dizer... Estava sem fala... Mas Natsu não parecia surpreso... Pelo contrário, parecia que ele já sabia de tudo mas achei que era apenas coisa da minha cabeça... Quando percebi as lagrimas estavam escorrendo pelo meu rosto e eu nem havia percebido... Quando percebi eu estava entre os braços de Natsu e ele estava acariciando minha cabeça:
- Calma vai ficar tudo bem Liz...
Envergonhada empurrei ele pra longe enxuguei minhas lagrimas com a mangá da minha blusa de frio:
- Desculpa, é que eu n-nem te conheço direito... E já fui falando a minha vida inteira... -eu estava tão timida que eu até gaguejei
- Não eu que peço desculpas... Não consegui controlar minhas emoções perdão...
Ele também estava com vergonha eu conseguia perceber isso nele...e aquela carinha dele envergonhado era tão engrassada...eu não aguentei comecei a rir.
- Ta, eu desculpo
- Ah, chegamos.
-Sério? Sério mesmo?
Eu estava tão anciosa que desci do ônibus e fui correndo para o portão do colégio pensando em como seria daquele dia em diante... Foi aí que me lembrei que não tinha uniforme ainda. Parei de correr nesse instante
- o que eu faço agora? Esqueci de mandar fazer o uniforme... Drogaaaa.
- Ei Liz Calma... Eles fazem o uniforme aqui mesmo você tem que ir até lá.-ele apontou para o ateliê da escola.
- Ufa. Valeu Natsu, até mais.
- Até.
Eu me separei dele e fui para o atelie, ao chegar lá bati na porta meio sem jeito afinal eu nunca tinha entrado num lugar tão elegante assim e uma bela senhorinha me atendeu.
- Olá querida
- Oi, hum, a senhora pode me fazer um uniforme por favor?
- Claro venha cá.
Ela me puxou para dentro e começou a tirar minhas medidas quando resolvi perguntar:
- A senhora sabe qual o próximo ônibus depois do período das aulas?
- Que? Ônibus? Fofa você tem que morar aqui até terminar o curso
- Ein?? Mas eu não posso eu tenho um
avô, eu preciso cuidar dele senhora.
- Um avô? Qual o nome dele?
- José
- Ele que te mandou pra cá querida?
- Sim por que?
- Então ele já devia estar ciente de que você teria que morar aqui, com certeza ele sabe.
- Não, porque ele faria isso?
Enquanto a doce senhora costurava o meu uniforme eu liguei para meu avô, pois eu queria uma explicação. Liguei a primeira vez e nada... Liguei de novo e dessa vez ele me atendeu.
- Liz o que você quer?
- Como assim o que eu quero Vovô? O senhor sabia que eu teria que morar aqui?
Ele suspirou no telefone
- Liz me desculpe mas se você estivesse aqui você não suportaria e acabaria fazendo bobagens Liz, me desculpe
Eu fiquei em aflição e comecei a tremer
- Vovô o que é isso? O senhor está me assustando...
- Liz... Eu não vou durar muito tempo... Já Estou velho e os médicos me disseram que eu tenho no máximo duas semanas de vida...
Nessa hora eu comecei a chorar... Não aguentava mais segurar o choro
- É brincadeira Vovô? Por favor fala que é.
- Liz, sinto muito... Não Estou brincando... Eu te mandei para o colégio por que antes de morrer queria te fazer sorrir e eu consegui não é? -eu segurei o choro e tentei disfarçar a tristeza no som da minha voz.
- Sim vovô conseguiu, agora me espere aí em casa. Já Estou voltando
- Liz não! Siga seu sonho eu prometo que vou te ligar todos os dias te amo... Não quero que você venha...
-Mas eu quero i-
-Liz... Por favor...
- Ta... Agora tenho que desligar vou entrar na aula
- Te amo
- Também te amo vovô... Beijos...
Quando ele desligou eu chorei, chorei muito. Peguei meu uniforme agradeci e sai do ateliê, nessa hora eu me lembrei de ter passado em frente a um jardim no caminho do ateliê, eu me troquei e fui para lá, refletir... Pensar em tudo o que eu tinha passado. Eu estava sentada no banco com meus fones de ouvido ainda abalada sem saber o que fazer... Eu já tinha perdido a primeira e a segunda aula e nem sabia se iria para as próximas...eu só fiquei ali quieta... Parecia que o tempo estava voltando... Todas as minhas lembranças começaram a voltar de repente... Sem nem perceber eu já estava dormindo ali mesmo... No jardim... Porque por alguma razão aquele lugar me trazia paz e tranquilidade...
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Um Conto de Amor e Ódio
RomanceUm romance comovente com um leve toque de drama. Elizabeth Dragnell, uma menina de apenas 16 anos em busca de uma vingança é surpreendida pelas armadilhas do destino