Capítulo 1

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Olá amigos HELLCHEER's, as férias chegou e euzinha acabei me entregando ao vicio! Então trago uma fic fofa e curta do nosso casal favorito. Espero que gostem! Comentem. Eu adoro.

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As festas de final de ano foram boas, de um modo geral. Beber cerveja com minha tia na área dos trailers, enquanto o céu brilha com os fogos de artifício, sempre foi minha parte favorita do ano.

Mesmo que isso possa parecer um tanto solitário, saber que teremos um momento para nós é sempre interessante. Agora as aulas voltaram e estamos na reta final para a formatura.

Eu não sou uma aluna excelente, e estou longe de ser uma candidata a uma vaga na universidade, mas estou ansiosa para sair daquele lugar. Afinal, fiquei retida por um ano devido ao luto pela morte dos meus pais e pelas faltas acumuladas. Tinha apenas dez anos quando aconteceu, desde então moro com minha tia no parque dos trailers. Enquanto ela trabalha na fábrica em dois turnos, ganhando um salário absurdo, eu passo meus finais de semana servindo bebidas no bar local para levantar dinheiro para minha banda.

É isso que quero fazer depois de me formar. Não, não é servir cerveja para os bêbados de Hawkins, mas sim tocar em uma banda, criar meus próprios arranjos na guitarra e ser conhecida como a primeira guitarrista mulher a emplacar um single na Billboard. Eu sei que sonho alto, mas se não sonharmos, o que nos motivará a viver intensamente neste mundo?

Pego minha mochila, que me acompanha há dois anos, com vários remendos e alguns alfinetes, e a penduro nos ombros. Busco uma torrada na torradeira a tempo de ver minha tia entrando em casa, cansada e faminta como sempre.

— Bom dia, Sissy! — aceno para ela enquanto saio do trailer ainda com a torrada na boca. Entro na minha van e jogo a mochila no banco do passageiro, a torrada já meio amolecida pelo tempo em exposição com a minha saliva. Sigo minha rotina, aperto um botão escondido abaixo do tapete do motorista, que, segundo o mecânico, corta o combustível caso eu seja assaltada.

Piso duas vezes na embreagem e só então ligo a van, que faz um barulho alto pelo escapamento. Finalmente, tiro o pão da boca e mastigo o pedaço molhado.

Ligo o rádio e deixo o som do The Runaways explodir nos alto-falantes. 'Cherry Bomb' não é minha favorita, mas deixo-a tocando enquanto dirijo para fora da estrada de terra.

Eu sei que não sou bem "vista" aqui pela vizinhança, sabe como é, duas mulheres morando sozinhas logo levantam algumas fofocas. Minha tia não teve muita sorte com seus namorados; o último achou que conseguiria ter seu harém particular quando me conheceu. Ele saiu de madrugada com uma ameaça de morte e um nariz quebrado depois de achar que poderia me convidar para a festinha da madrugada. Tia Hanna ainda está muito abalada com essa situação; eu já deixei de lado, homens não prestam mesmo. O único que prestava morreu há sete anos, e eu carrego seu DNA com orgulho.

Eu amava meus pais; eles eram bons pais. Minha mãe costurava e meu pai era mecânico; ele me ensinou muita coisa. Éramos pobres, mas tínhamos uma vida feliz, até que bateram o carro na ponte da cidade, numa noite chuvosa e bem escura. Eu fui a única que sobreviveu, e não me lembro de nada daquele dia. Tia Hanna foi me buscar no hospital; ela perdeu a irmã e ganhou uma pirralha que virou uma adolescência bem complicada.

Afinal, não sou diferente de qualquer um. Um trauma como esse, é claro que ia "despirocar" minhas ideias.

Comecei a fumar aos treze anos, a beber aos quatorze, experimentei maconha aos quinze e cocaína duas semanas depois. Não sou nenhuma idiota, mas admito que agi como uma completa imbecil. Parei com a cocaína. Juro. Mas a maconha ainda faz parte da minha vida; ela acalma minha mente, e a vibe dela quando estou tocando um solo do Metallica é surreal. Sinto como se estivesse flutuando num mundo paralelo maluco. Minha tia nem sonha que eu fumo essa merda na clareira atrás da escola, mas há coisas que ela nunca vai saber mesmo.

What if... Hellcheer do avessoOnde histórias criam vida. Descubra agora