No coração do castelo do Imperador Archelaus, o escritório imperial refletia tanto o poder quanto a sofisticação de seu ocupante. A sala era vastíssima, suas paredes revestidas de madeiras escuras e adornadas com tapestrias antigas que contavam a história do império. Estantes altas, repletas de livros raros e pergaminhos antigos, dominavam uma das paredes, enquanto janelas imponentes permitiam a entrada de luz natural, que iluminava suavemente o ambiente com a luz dourada do final da tarde.
No centro, uma mesa de madeira maciça, intricadamente esculpida com símbolos de poder e proteção, servia como ponto focal. Sobre ela, mapas, documentos e um inkwell de prata, junto com o anel imperial, indicavam que negócios importantes eram frequentemente tratados ali. Poltronas confortáveis de couro escuro estavam dispostas em volta da mesa, enquanto um grande tapete persa cobria o chão, proporcionando um toque de calor ao ambiente.
Cynemaer Mornwalker, com seus quarenta anos bem aparentados, trazia a autoridade de um líder endurecido pela experiência. Seus olhos eram afiados, e ele se movia com a confiança de um homem acostumado a ser obedecido. Vestia um traje escuro de corte impecável, adornado com insígnias que indicavam sua posição elevada.
Cavgan, ao seu lado, era um contraste interessante. Embora sua aparência robusta fosse similar à de um ferreiro que trabalhava na forja, sua mente era afiada e sagaz. Ele era um dos conselheiros mais sábios do imperador, com uma visão profunda da justiça e da moralidade. Suas roupas eram simples, mas limpas e bem cuidadas, refletindo a praticidade e a sabedoria que ele trazia para a corte.
Cynemaer começou a reunião com uma voz firme. "Imperador Archelaus, precisamos discutir a necessidade de leis mais rígidas contra crimes, especialmente contra as Determinações do imperador. Nossa cidade prospera, mas também atrai aqueles que buscam desordem."
Archelaus, sentado em sua imponente cadeira de trono, observou atentamente. "Continue, Cynemaer."
"O rigor é necessário para manter a ordem e a paz. Aqueles que infringirem as leis devem ser punidos com severidade. Precisamos demonstrar que o império não tolera desobediência."
Cavgan, que observava atentamente, interveio com uma voz ponderada. "Cynemaer, compreendo sua preocupação, mas devemos também considerar a justiça e a proporcionalidade das punições. A severidade extrema pode levar ao medo, não ao respeito."
Cynemaer retrucou, "Com todo o respeito, Cavgan, o medo é um poderoso dissuasor. E precisamos de dissuasores poderosos para manter a ordem."
O imperador interveio, seus olhos brilhando com um misto de interesse e autoridade. "Cynemaer, quais medidas específicas você propõe?"
Cynemaer apresentou um pergaminho detalhado. "Estas são as novas leis que sugiro. As penas são mais rigorosas, mas acredito que são necessárias para assegurar nossa prosperidade."
Archelaus pegou o pergaminho, analisando as propostas. O silêncio na sala era palpável enquanto ele lia. Finalmente, ele conjurou um pergaminho em branco e, com um gesto de sua mão, transferiu as novas leis para ele. Com seu anel imperial, selou o documento. "Concordo com suas propostas, Cynemaer. Você tem permissão para punir com rigor quem infringir as leis."
Cynemaer fez uma reverência, seus olhos brilhando com satisfação. "Agradeço, Imperador. Não desapontarei."
Após sua saída, Cavgan se aproximou do imperador, sua expressão séria. "Majestade, por que permitir que Cynemaer governe com tanta liberdade? Sua moralidade é dúbia."
Archelaus suspirou, levantando-se e caminhando até a janela, onde observou a cidade abaixo. "Cavgan, Cynemaer está fazendo a cidade prosperar. Ele é um líder eficaz. Até agora, ele não me deu motivos para duvidar de suas intenções."
Cavgan franziu a testa, mas não se atreveu a contrariar diretamente o imperador. "Apenas peço cautela, Majestade. O poder corrompe, e homens como Cynemaer podem ser tentados a usar esse poder para fins pessoais."
Archelaus voltou-se para Cavgan, seu olhar firme. "Agradeço sua preocupação, Cavgan. Continue a observar e informar-me de qualquer irregularidade. Mas, por enquanto, Cynemaer tem minha confiança."
Cavgan assentiu, resignado. "Como desejar, Majestade."
A sala voltou ao silêncio, quebrado apenas pelo leve crepitar da lareira. As sombras da noite começaram a invadir o escritório, enquanto o imperador ponderava sobre as palavras de seu conselheiro. No fundo, ele sabia que o equilíbrio entre ordem e justiça era delicado, mas confiava em sua capacidade de manter seu império próspero e seguro.
Nos corredores de mármore de seu palácio em Utork, Archelaus passava horas imerso em trabalhos burocráticos. Sua mesa de trabalho era um testemunho do poder e da complexidade de governar um reino. Pergaminhos detalhados e relatórios de conselheiros enchiam a mesa, enquanto ele, com sua aparência impressionante e aura de liderança, revisava cada documento com cuidado. Mapas estratégicos da região estavam pendurados nas paredes, marcados com símbolos que indicavam alianças, territórios disputados e movimentos das tropas.
As reuniões com o Conselho dos Lobisomens eram um ponto alto em sua agenda. Sentados ao redor de uma mesa circular, os conselheiros lobisomens, cada um com suas características únicas, discutiam fervorosamente os assuntos que afetavam suas tribos e territórios. Cynemaer Mornwalker, o Guardião da Capital, sempre provocava com suas ideias expansionistas, enquanto Duquesa Cecily the Warden, com sua natureza mais cautelosa, ponderava sobre os riscos e benefícios das ações propostas.
Archelaus, com sua habilidade política afiada, buscava sempre o consenso e a cooperação entre as diferentes facções lobisomens. Ele usava sua biblioteca recém-formada, repleta de literatura sobre lendas e cultura dos lobisomens, para enriquecer as discussões e encontrar soluções criativas para os problemas que surgiam. As negociações eram muitas vezes complexas, exigindo compromissos e concessões, mas o Imperador sabia como equilibrar firmeza com diplomacia para alcançar seus objetivos.
![](https://img.wattpad.com/cover/371361045-288-k951659.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Ascensão de Elara
FantasyOnde magia e poder divino coexistem, a jovem Elara tem a alma amaldiçoada. Com a intervenção do Deus do Submundo, torna-se a Sacerdotisa Suprema do clã das feiticeiras. Criada sob os cuidados rigorosos de sua mãe, Thalkara, Elara é treinada desde ce...