Kerthalion atravessou o portal sombrio e sentiu imediatamente a mudança no ar. O submundo, com seu ar pesado, era uma visão comum para ele, mas para qualquer outra pessoa, seria um pesadelo vivo. Atravessou o vasto salão de entrada do palácio de seu pai, cujas paredes eram esculpidas em obsidiana brilhante e adornadas com brasões antigos de famílias caídas em desgraça.
A entrada do palácio era guardada por imponentes servos demoníacos, criaturas altas com pele escura como carvão, olhos de fogo e chifres curvados. Suas asas membranosas, fechadas contra suas costas, tremulavam ligeiramente enquanto abriam as pesadas portas de ferro forjado para Kerthalion. As portas, intricadamente esculpidas com cenas de batalhas épicas e tormentos eternos, rangiam enquanto se moviam, ecoando pelo salão.
Dentro do palácio, a grandiosidade do submundo se revelava. Candelabros de ossos pendiam do teto abobadado, iluminando o caminho com uma luz fria e azulada. O chão era de mármore negro polido, refletindo vagamente as sombras das almas penadas que passavam pelas janelas de cristal escuro. As paredes eram adornadas com tapeçarias que retratavam cenas de lendas antigas e guerras celestiais, tecidos com fios de prata que reluziam à luz das tochas eternas.
Os corredores pelos quais Kerthalion caminhava eram longos e labirínticos, forrados com portas de ferro e janelas gradeadas. Ao longo dos corredores, demônios menores e espectros trabalhavam diligentemente, limpando o mármore negro e mantendo as tapeçarias em perfeito estado. Esses servos, com suas figuras esqueléticas e olhos vazios, moviam-se em silêncio absoluto, respeitando a presença do filho do senhor.
Chegando à sala do trono, Kerthalion foi recebido pelo mordomo de seu pai, um demônio de aparência distinta chamado Barath. Barath tinha pele vermelha como sangue fresco, chifres curtos e olhos brilhantes como brasas. Ele se curvou profundamente ao ver Kerthalion.
"Bem-vindo de volta, Lord Kerthalion," disse Barath com uma voz gutural. "Seu pai o espera na sala de tesouros."
Kerthalion atravessou os vastos corredores do palácio, seguindo o mordomo Barath até a sala de tesouros. Ao adentrar a sala, a grandiosidade do lugar o envolveu. A vasta câmara era sustentada por pilares de mármore negro e dourado, e o chão de obsidiana refletia a luz das tochas eternas. Prateleiras de ouro e prata estavam repletas de artefatos místicos, gemas cintilantes e relíquias de eras esquecidas. No centro da sala, em um pedestal de cristal negro, repousava o fio de alma pura, brilhando com uma luz etérea.
Seu pai, o Senhor do Submundo, estava ali, sua presença dominadora preenchendo o espaço. Ele exalava poder e força, com sua figura alta e musculosa, asas negras como a noite e olhos que brilhavam com um poder antigo.
"Pai," saudou Kerthalion, inclinando a cabeça em respeito.
"Kerthalion," respondeu o Senhor do Submundo, sua voz grave ecoando pelas paredes da sala. "O que te traz aqui, meu filho?"
"Preciso reparar uma alma," começou Kerthalion, olhando diretamente para o fio de alma pura. "Preciso desse fio para restaurá-la."
O Senhor do Submundo soltou uma risada baixa, seus olhos brilhando com interesse. "Este é um tesouro precioso, difícil de conseguir no submundo. Já tenho um propósito para ele."
Kerthalion franziu a testa, sua determinação crescendo. "Posso ajudar o senhor com o seu propósito" O Senhor do Submundo caminhou lentamente ao redor do pedestal, observando o fio com um olhar pensativo. "Este fio deve ir para a alma da próxima sacerdotisa da Sanctus Shadow. Faz parte de um acordo antigo."
Kerthalion pensou por um momento, meditando sobre as palavras de seu pai. "A alma que estou reparando pode ser da sacerdotisa. Eu escolho sempre onde ela vai renascer"
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A Ascensão de Elara
FantastikOnde magia e poder divino coexistem, a jovem Elara tem a alma amaldiçoada. Com a intervenção do Deus do Submundo, torna-se a Sacerdotisa Suprema do clã das feiticeiras. Criada sob os cuidados rigorosos de sua mãe, Thalkara, Elara é treinada desde ce...