SEXTA-FEIRA, 14 DE JULHO.
⏰ • 12:30
- MURILO HUFF
Entrei na minha sala e coloquei minha arma e meu distintivo na mesa e me sentei na cadeira e respiro fundo.
Água, eu preciso de água!
— cara do céu — Iago entra na minha sala me dando o maior susto — como você está?
— Assustado ainda, achei que ia morrer
— porra você prendeu o maior mafioso aqui de Goiânia cara! Era pra você estar feliz
— é, mais se eu não estivesse de colete eu estaria morto! Com uma bala no meu coração!, já pensou eu deixar a minha filha pra trás? Que isso — digo bebendo minha água
— daqui a pouco está subindo de cargo e está como Delegado do Bope — rimos e logo o delegado entra na minha sala
— Huff meus parabéns!, você deu o seu melhor, bom isso também não me surpreende — ele estende sua mão pra mim
— Obrigado capitão — ele sorri e me abraça de uma vez
— fiquei com medo de perder a minha melhor caveira do batalhão — ele diz e eu sorrio de lado
— pra sempre caveira — arrumo minha postura
— esse caveira está muito cobiçado — Iago diz após o capitão sair da sala
— deixa disso eu e Alyssa não passou de uns beijos — digo e sorriu pra morena que acabou de passar em frente a minha sala.
— Sei disso — ele riu — sua folga amanhã, sair pra beber hoje?
— ah isso é de lei! — rimos e logo recebemos um chamado de homicídio.
•••
— Alberto Chaves Torres, advogado aposentado de sessenta e sete anos. A vítima foi desacordada com um golpe na cabeça, a casa foi roubada, pertences foram levados. Depois do ocorrido, a vítima ainda desacordada foi morta por um tiro no peito e outro na testa. — Alyssa disse terminando de tirar as fotos do corpo
— encontraram a filha? — perguntei
— ainda desaparecida — ela me entrega um saco zip lock com as cascas da bala
— é uma nove ponto quatro, de um trinta e oito — disse e entreguei a prova a ela novamente
— a casa está limpa — Iago desce as escadas
— quero todas as imagens da câmera de segurança! E quero os últimos casos de Alberto, temos que descobrir quem e o por que fizeram isso. Provavelmente o assaltante irá ligar pedindo resgate, fiquem atentos no telefone fixo da casa
Sai dali e fui falar com a Senhorita Rosa, esposa do falecido e mãe da menina desaparecida
— Iremos encontrar sua filha tá bom — aliso seu ombro — iremos pegar seu depoimento na delegacia, pode nos acompanhar? — ela afirma e eu abro a porta de trás da viatura pra ela e ela entra.
Iago senta do seu lado, enquanto eu e o Lorenzo vamos no banco da frente.
•••
Bom me chamo Murilo Huff e tenho vinte e dois anos, e sim eu comecei novo nesse ramo da Polícia, sempre foi meu sonho desde de moleque.
Sou solteiro, mas tenho uma filha de três anos, Maria Luiza. Ela mora comigo, claro que pago alguém pra ficar com ela, mas sempre dou a atenção necessária pra minha filha e meu único amor.
A Maria Luiza é ciumenta demais, e qualquer proximidade que eu tiver com alguma mulher que não seja a mãe dela, ela surta comigo.
Eu e Patrícia nos envolvemos muito cedo, eu estava com ela desde os meus dezessete anos, mas ano passado por motivos eu e ela nos separamos. Não vou dizer que não a amo, bom, um pouco, bem pouco, mais não ao ponto de voltar com ela.
Estou bem solteiro e com a minha filha e que assim permaneça!.•••
Sai da Delegacia por volta das oito da noite e fui pra casa. Queria dar um cheirinho na minha boneca e sair com o Iago hoje por que amanhã aproveitaria a minha folga com a Malu
— Malu? — disse batendo na porta do quarto dela e entrando logo em seguida
— Oi papai — ela diz ofegante e para de pular na cama — Malu saudadi — ela corre para os meus braços
— eu também estava morrendo de saudades de você minha princesa! E eu trabalhei o dia inteiro com você na minha cabeça — disse tocando em seu nariz e arrancando um sorriso largo da loira em meu colo — como foi com a sua mamãe?
— legal, mais agola a Malu tá bem — ela disse e eu a olho confuso
— a senhora Patrícia pediu pra te avisar que Maria Luiza tomou vacina hoje cedo, e pediu para que observasse a Malu pra se caso der reação a levar no hospital
— ta bom, irei mandar mensagem a Patrícia. Escuta fer, você poderia ficar com ela de hoje pra amanhã? Eu te pago por fora, vou dar uma saída com alguns colegas de trabalho, e qualquer coisa você pode me ligar ta?
— posso sim senhor Huff, será um prazer — ela sorriu — vem Lulu, brincar e deixar o papai tomar um banho pra sair
— vucê vai sai papai?
— eu vou meu amor, mais papai promete que está em casa logo logo tá? Não vou demorar muito — não queria ficar de ressaca amanhã na frente da minha filha de três anos!
— tá bom — ela me dá um beijo na bochecha — lulu te amo
— eu também te amo minha boneca — bagunço seus cabelos louros e logo saio do seu quarto e vou pro meu
•••
— viado eu acho que já deu — disse e olhei meu relógio de pulso que marcava quase três da manhã — prometi a Malu que estaria em casa cedo — dei risada e observei a foto dela na tela do meu celular
— vai lá então, eu vou ficar mais um pouco — eu estava sóbrio o bastante pra dirigir então eu me despeço dos meus amigos e saio pela porta da frente.
Saio com as mãos no bolso da frente onde está a minha arma, nunca se sabe.
Mas...
Quando estava atravessando a rua um carro vem com alta velocidade e me atropela e eu simplesmente voei e cai por cima do vidro de um outro carro e senti uma dor imensa no meu corpo todo.
Quem quer que seja do carro mesmo me deu três tiros, uma pegou na perna e a outra na minha barriga. e ali eu fiquei inconsciente•••
— irmão não dorme — Iago disse batendo no meu rosto — a ambulância está chegando tá? — tentei me mexer e senti vidros entrando no meu corpo todo o que fez eu gemer de dor — não, não se mexe ta?
Eu estava fraco, abria e fechava os olhos, escutava o barulho de sirenes bem longe, escutava Iago falando com alguém no telefone e tentando me manter acordado do mesmo jeito, mas... eu simplesmente apaguei
CONTINUA...