SEXTA-FEIRA, 01 DE AGOSTO.
⏰• 19:20
- MURILO HUFF
— Você precisa comer — a loira na minha frente tenta me convencer mais uma vez de comer aquela comida horrível
— eu não, nem estou com fome
— se você quiser ir logo pra casa pra ficar com sua namorada e sua...— interrompo ela
— que namorada? A Patrícia? — ela afirma o óbvio — não, ela é apenas a mãe da Maria Luiza, eu e ela não tem mais nada
— ah sim — diz sem jeito — de qualquer forma você precisa comer — ela coloca o cabelo atrás da orelha e é aqui que eu percebo o cadeado na sua mão esquerda, CASADA!.
— Nunca te vi em Goiânia — digo mudando de assunto
— para de mudar de assunto senhor huff, você precisa comer
— nada de senhor, pode me chamar de Murilo, estou muito novo pra um senhor — disse fazendo ela rir
E que sorriso amigos!
— ok Murilo. Pra um policial você está muito teimoso! — ela se levanta — vou falar pra alguém te dar a sua comida por uma sonda — ela diz e eu nego — vai comer? — afirmo e ela se senta novamente do meu lado e começa a me dar aquela sopa horrível
•••
— ainda não respondeu minha pergunta — digo puxando assunto e parando um pouco de tomar aquilo
— você não me fez nenhuma pergunta e eu estou percebendo que quer me enrolar isso sim!
— Você se mudou pra Goiânia? — ela nega e me olha
— o que? — pergunta confusa
— quero saber de você, se não se importar — disse e ela sorriu sem graça
— você quer me enrolar — ela diz me dando outra colher de sopa
— não, é curiosidade
— É mas eu não posso ficar falando da minha vida pra um paciente que mal acordou, que é teimoso pra caramba e está pensando que me engana — ela concerta os óculos no rosto com a outra mão e me olha
— Não sou nada disso — digo fazendo drama — eu sou curioso
— uhum — ela diz me dando mais sopa
— não chega — nego a outra colher
— você não comeu quase nada Murilo, desse jeito fica difícil cuidar de você
— está dando bronca em mim que mal acordou?
— estou sendo paciente com você desde que sentei aqui pra te dar comida
— é né, já que tu esqueceu do meu café — ela arregala os olhos — me deram café no seu lugar
— isso é bom, bom na verdade nem era pra mim estar te dando comida, isso é função das enfermeiras
— e por que está me forçando a comer então?
— por que quero que você vai embora logo e por que eu que estou cuidando de você desde que chegou e não deixou as pessoas se intrometerem no paciente que eu estou cuidando
— nossa! Mal acordei e já está me expulsando?
— você quer ficar dentro de um hospital? — ele nega — então, pois coma, te dou uma fruta pra comer e seus remédios e você dorme e eu vou pra minha casa