დ 𝐀𝐫𝐚𝐛𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞

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— Eu odeio ele

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— Eu odeio ele.

— É. Eu sei. Você já disse isso. Na verdade foi só o que você ficou dizendo nos últimos doze minutos. — Sunoo comenta.

— Por que a voz dele tem que ser tão azul?!?

Sunoo abre uma honesta gargalhada.              

— Me perdoe por isso, mas é hilário o fato de que o garoto que você mais odeia tem todas as características que você gosta. — E continua gargalhando.

— É o universo brincando com a minha cara, isso sim.

— Obrigado, universo. — Ele diz ainda gargalhando, os olhos completamente em meia lua.

— Amigo ou inimigo?

Ele vai encerrando a gargalhada lentamente, ainda soltando sorrisinhos involuntários que vão sendo freados aos poucos.

— Mas, Wonie... falando sério agora. Por que você o odeia tanto? Quero dizer, eu entendo que ele tem esse "ar" superior e tudo mais e que isso pode fazer algumas pessoas desgostarem dele, mas... ódio é uma palavra muito forte, não acha?

— Não.              

Sunoo arqueia uma sobrancelha.

— Sendo bem sincero, o fato de ele ter a voz azul não é de todo ruim, até porque o gosto também é muito refrescante. — Noto Sunoo contendo um sorrisinho, mas ignoro. — É apenas por isso que consigo controlar minha aversão quando estou perto dele. Caso contrário, eu já teria voado na cara dele há muito tempo.

— Os números um e dois do Instituto de briguinha. Rivalidade digna de uma boa história.

— E o número três botando pilha.

Ele dá de ombros, sorrindo. — É a minha função.

Apesar das provocações saudáveis de Kim Sunoo, ele é a única pessoa que eu realmente gosto de manter por perto. E não apenas pelas boas sensações que ele me causa, mas pela amizade verdadeira que compartilhamos. Não é para menos que, tendo optado por esconder minha sinestesia, decidi ser honesto com ele. A reação de Sunoo não foi nem um pouco perturbadora. Na verdade, para ele não fez diferença alguma. O que me deixou profundamente emocionado — embora eu jamais admita — é que ele foi atrás de mais informações sobre a condição não para lidar comigo, mas para me ajudar quando eu precisasse, caso precisasse.

Sunoo era um bom amigo.


𖡎



— E então, você gostou mesmo?

Dou um sobressalto para trás, assustado com aquele rosto que aparecera tão logo eu fechara o armário.

— Você definitivamente está querendo me matar. — Digo.

Ele faz um biquinho ladino com os olhos fechados.

— Se quiser, posso te orientar. Ando com algum tempo livre.

— Parece que bastante livre se ainda tem tempo de vir aqui encher meu saco. — Respondo sem paciência.

Ainda eram oito da manhã. Por que diabos ele estava ali apenas para me tirar do sério?

— Se você não controlar seu gênio pode acabar se dando mal um dia. — Jay sorri debochado.

Apenas suspiro tentando manter a calma.              

Era metáfora quando disse que poderia voar para cima dele. Eu não faria isso fisicamente. Mas de certo poderia aferir algumas palavras e frases que me prejudicariam. E eu não queria correr o risco. Não por causa dele.

— Se mudar de ideia, sabe onde me encontrar. — Ele dá de ombros. — Ah, e Jungwon... sabe que moro sozinho.

— Vai à merda! — Foi tudo o que consegui dizer.

Ele parece ter se satisfeito com minha reação pois sorri perverso antes de finalmente ir embora.

SINESTESIA | jaywonWhere stories live. Discover now