დ 𝐋𝐚 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐚𝐯𝐞𝐫𝐚

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—  Won! Ei, Won, espere por mim! —  Uma voz doce gritava em minha direção

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—  Won! Ei, Won, espere por mim! —  Uma voz doce gritava em minha direção. Mesmo que não reconhecesse o timbre, não teria como confundir aquele rosa delicado. Sunoo era o dono de uma das vozes mais rosas e doces que eu já pude ver e sentir. Felizmente não era um doce enjoativo, estava mais para um chiclé de tutti-frutti levemente açucarado.

Exatos cinco segundos depois ele me alcança ofegante, apoiando-se em meu ombro direito enquanto tenta recuperar o fôlego.

—  Você não me ouviu o chamando lá atrás?

—  Se eu tivesse ouvido teria parado, não acha?

Sunoo semicerra os olhos. —  Será mesmo que teria?

Viro os beiços e dou de ombros.

—  Então... você modificou o arranjo final? Senhorita Seo já me ligou duas vezes cobrando. Eu disse a ela que estávamos quase terminando. 

—  Mas ainda temos uma semana até a entrega, não?

—  Uma semana? Jungwon, o prazo é até hoje.

—  Claro que não. Eu anotei claramente dia 22... —  Antes que pudesse adicionar qualquer palavra ou conectivo em minha fala, sou surpreendido pelo celular de Sunoo na altura de minha visão. Visão essa falha uma vez que precisei espremer os olhos para focar melhor e conseguir enxergar os "dois patinhos" dançando como se debochassem da minha cara. Lá estava a data. E eu não concluí a única parte que fiquei encarregado de cumprir. Antes mesmo que Sunoo abaixasse o braço que estava estendido, retiro o celular de sua mão. —  Sunoo, o prazo final é hoje! —  Concluo com demasiada surpresa, os olhos arregalados.

—  É mesmo? Não me diga... —  Ele debocha.

—  Sunoo, o prazo é hoje!!! —  Repito o balançando.

—  Para com isso, garoto. Você vai quebrar meus ossos! 'Tá' maluco?

—  O que eu faço? —  Era uma pergunta retórica. Eu sabia o que precisava ser feito.  —  Não fale comigo até o fim da manhã, está bem? Eu estarei inexistente para toda e qualquer situação. Por favor, não invente de morrer hoje.

—  Você faz cada comentário que sinceramente não sei como ainda pode sair tanta coisa estranha da sua boca. —  Ele diz em reprovação. —  Vai conseguir terminar sozinho? Eu não tenho nada muito importante para fazer agora pela manhã.

—  Com certeza vou. Não se incomode, você já compôs sozinho. Eu seria uma pessoa horrível se não concluísse.

Sunoo sorri largamente. Às vezes ele se divertia com o caos da minha persona.

—  Você quem sabe. —  Responde. —  Eu estarei na biblioteca se precisar de algo.

Assinto singelamente.

Desde pequeno sempre fui fascinado por música e pela explosão de cores que se misturavam em meio às notas. Meus pais contribuíram para isso, devo confessar. Eles eram esplêndidos violinistas que por boa vontade do destino acabaram se conhecendo em uma competição.

SINESTESIA | jaywonWhere stories live. Discover now