Obstinada ao erro [M]

011

𝗟𝗮𝘂𝗿𝗮 𝗻𝗮𝗿𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼

E aqui estava eu,na porta de uma delegacia toda descabelada,e esperando minha mãe com meus documentos. Na hora que liguei pra pedir ela não entendeu nada,mais não tive outra escolha,perninha ligou dizendo que eu precisava ir ver o dc urgente e pelo oque ele disse eu não tinha muitas opções. Eu sempre soube que um dia ela teria que saber mais nunca imaginei que seria justamente hoje,o dia que era pra ser o mais feliz da minha vida tá se tornando meu pior pesadelo. Giulia veio comigo,estamos esperando respostas lá de dentro,ele não foi encaminhado pro presídio ainda e creio que ainda vai decidir se ele vai ficar aqui em Bangu ou se vai pra fora do rio.

- por aqui porfavor - um homem de aparentemente meia idade,e de terno veio até mim

- Quem é você? - estava esperando algum policial,não esse cara

- Sou advogado do senhor Jiarley e pelo oque soube você seria sua esposa,me acompanhe porfavor

Apenas segui ele pelo corredor,e andamos até uma salinha que ficava bem no fim do corredor,ele abriu a porta e avistei o dc de longe. Ele estava com um semblante sério,não demonstrava tristeza e sim raiva. Estava de calça moletom e camiseta algemado e sentando em uma cadeira com uma mesinha na frente,logo vi uma cadeira a sua frente e o advogado saiu e nos deixou a sós.
Fiquei sentada de frente pra ele

- Pensei que não fosse vir - falou com um sorriso falso no rosto

- E eu tinha escolha? - ele trincou o rosto e ficou sério

- Sua mãe já trouxe seus documentos? Acho que vou ser transferido amanhã pra Bangu e preciso que você assine logo a carteirinha,aliás sua mãe também precisa assinar a autorização por você ser de menor - ele falou como se fosse a coisa mais normal do mundo

- Porque você sempre faz isso? Sempre faz oque quer com a minha vida sem me dar opção,você tem noção doque vai ser pra minha mãe saber que eu estou com um traficante? Tem Jiarley? - falei com um ódio,quase chorei só de raiva porém não dei o gosto também

- Acha que eu queria que acontecesse assim? Acha mesmo que eu queria estragar seu aniversário ou a sua relação com sua mãe? - perguntou olhando no fundo dos meus olhos - Você não tem nem ideia do que estou sentindo,vou passar anos trancado em uma sela sem saber quando saio e isolado do mundo Laura

- Eu não tenho culpa disso Jiarley,e pode acreditar que não fiquei feliz em te ver desse jeito e nunca desejei nada de ruim pra você mais não sei se vou me permitir passar por essa situação,e só pra você saber não conte com minhas visitas! Não temos nada,sou menor de idade e além de tudo minha mãe jamais vai permitir isso - ele tava com um semblante estranho,nunca sei decifrar oque esse cara tá sentindo

- É sério que você vai me abandonar no momento que mais preciso de você? Vai simplesmente fingir que não existo depois de tudo que fiz por você? - ficou uns minutos me olhando fixamente,eu conhecia esse jeito manipulador dele e não ia colar - Mais tudo bem,tá certona você! Não vou implorar por porra nenhuma,visita é oque não falta,agora na minha favela você não pisa e aí de você se pensar em ficar com algum macho da comunidade - falou tentando se aproximar de mim,creio que se ele não tivesse algemado já tinha me dado um tapa ele tava com um ódio terrível

- Pode sair METE O PÉ - Ele tava muito alterado,isso era nítido. Apenas sai de lá quase que correndo.

Livre,estava livre daquela tortura... E o melhor,agora posso desabafar e falar tudo pra minha mãe,não aguentava mais isso,era uma tortura. Confesso que fiquei com uma dorzinha no coração pelas palavras dele,não sei porque,acho que pelo costume de ficar esses meses com ele,era quase impossível eu não ter algum tipo de carinho por ele né,mais acho que foi melhor assim. Melhor pra todos!

Assim que sai de lá só peguei Giulia e fomos até um Uber,mandei mensagem pra minha avisando pra ela ficar em casa e fomos direto pra lá. Matheus ficou na pousada pra pagar e organizar nossas malas pra trazer de volta. Enquanto isso fui todo o caminho pensando na minha vida a partir de agora,tudo ia voltar ao normal,acho que depois de muito tempo eu ia conseguir ter paz!

Assim que cheguei em casa minha mãe já estava sabendo da fofoca,ou melhor acho que todo o alemão estava,ela me xingou de tudo que se possa imaginar e me bateu. Os tapas não deram tanto,oque doeu mesmo foram as palavras que eu ouvi,e ela nem me deu muita oportunidade de me explicar. Entrei pro meu quarto e só queria dormir e nunca mais acordar,minha cabeça estava explodindo.

- Posso entrar - meu irmão Felipe perguntou com um semblante triste

- pode - respondi quase sem voz depois de muito chorar

-  Soube doque aconteceu,se não quiser falar não precisa - falou sentando na minha cama - Estou aqui com você viu, indepente eu estou aqui - falou colocando minha cabeça em seu colo e alisando meu cabelo

Não queria falar nada,tudo que eu precisava mesmo era só de um colo e alguém que não me julgasse, independente de tudo meu irmão nunca virou as costas pra mim. Ele ficou comigo até eu adormecer nem percebi quando ele saiu.

03:45

Acordei com uma vontade enorme de vomitar,corri pro banheiro do meu quarto e quase coloquei meu fígado pra fora,estava com um enjôo terrível...acho que não me falta acontecer mais nada,que ódio. Lavei meu rosto e voltei pro quarto,assim que abri meu guarda roupa pra pegar um pijama e vi meu pacote de absorvente lacrado,nesse tempo todo eu vivi tanto que esqueci de me cuidar,olhei no calendário e faziam quase um mês que minha menstruação não descia. TRAVEI NA HORA.

Jajá posto um novo capítulo mores,quero votos e comentários pliss ✨❤️