Todos têm motivos para se tornar as pessoas que são no futuro. Eu fui o motivo de alguém.
Jake conseguiu me convencer a ir na missão com o Carlos. Não sei como eu aceitei, para ser sincera, mas deu no que deu. Voltamos para 2002, onde Blake ainda não se tornou um Serial Killer. Eu gosto de acompanhar um pouco a rotina de minhas vítimas durante alguns dias antes de mata-las e faria o mesmo com ele. Como Carlos é meu assistente, ele não teve escolha a não ser fazer do meu jeito. A vida na Terra é um tanto estranha para mim. Desde que me entendo por gente, moro naquela nave com Jake mas sei dos costumes dos humanos, só não entendo algumas coisas, mas isso não vem ao caso.
Eu e Carlos estamos seguindo Blake a uma semana, sempre discretos e observadores com todas suas ações. Na maioria das vezes de cima de uma árvore.
Tudo que conseguimos entender sobre Blake é que ele é um adolescente de altura mediana, magro, branco com cabelos castanhos que ficam caindo em seus olhos. É 3 anos mais novo que eu. Eu tenho 19 e ele 16. Sua rotina é: acorda, veste seu moletom, vai à escola, onde seus amigos ficam rindo de suas coisas e tirando sarro delas (está aí uma coisa que não entendo), ele se senta sozinho no intervalo e desenha algumas pessoas por diversão. Depois, volta para casa, faz seu lanche, passa pelos seus pais que quase sempre estão conversando alto e com expressões faciais raivosas e vai para o seu quarto desenhar mais. Toma seu banho, veste outro moletom, come novamente e vai dormir. Isso se repete todos os dias da semana.
- Carlos. – Eu o chamei, sem virar o rosto para ele, logo depois que Blake deitou em sua cama.
- Oi. – Ele se virou para mim.
- Por que os amigos de Blake tiram sarro de seus desenhos? – Eu disse confusa, querendo entender a cultura do planeta Terra. – Aqui é legal diminuir as coisas que as outras pessoas acham que são boas?
- Eles não são amigos dele.
- O que?
- Eles não gostam do Blake. Ele é meio excluído do mundo, alternativo. Alguns não gostam desse jeito dele e então querem diminuí-lo na única coisa que ele pode se considerar bom. Os desenhos.
- Alternativo? – Nunca tinha ouvido essa palavra.
- Considere-o uma pessoa diferente. Estranho na visão daqueles outros garotos. Qualquer pessoa diferente nessa cultura humana, costuma ser julgada.
- Isso é triste.
- Muito. Tudo bem, Scarlett. Vou mandar uma mensagem para o Jake para atualizá-lo. Acho melhor você ir dormir. Precisa descansar para continuarmos amanhã.
- Amanhã iremos conhece-lo pessoalmente, Carlos. – Eu disse decidida. Não iria deixar aqueles garotos caçoarem de Blake. Ele é uma pessoa bem legal. Espera, legal? Scarlett, ele é um Serial Killer, coloque isso em sua cabeça. Não caia no charme de suas vítimas, daqui a pouco ele terá que morrer, você sabe disso.
- Sabe, S, acho que.... Você deveria pular essa parte.... Você não deveria o conhecer, mas só... você sabe, ir direto ao ponto.
- Carlos, esse é o meu trabalho! Não interfira. Eu sei que J mandou você ser meu assistente, mas eu não preciso da sua opinião.
- S, eu vi o por que dele virar o que ele virou. E eu não deveria falar isso, mas.... É por sua causa.
Paralisei.
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Eu morri por amor - Romance/Ficção Científica
Science FictionSCARLETT FAZ PARTE DE UMA GANGUE DE ASSASSINOS BEM INTENCIONADOS DO ESPAÇO, ONDE, VIAJANDO NA VELOCIDADE DA LUZ, DESCOBRIRAM COMO FAZER A VIAGEM NO TEMPO TANTO PARA O FUTURO QUANTO PARA O PASSADO. INDO PARA O FUTURO ESSA GANGUE SABE QUEM SÃO AS PESS...