𝟬𝟬𝟯. 𝗶𝗿𝗺𝗮̃ 𝗽𝗲𝗿𝗱𝗶𝗱𝗮.

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Mais tarde naquele dia, quando todos começaram a ir embora eu percebi que teria que ir obrigatoriamente pra casa do Victor. Peguei minha guitarra que estava jogada no sofá e segui o desquerido, já que tinha visto que ele estava indo embora. Eu apenas segui ele até o carro dele em silêncio, era um Jeep Compass Sport preto lindo, parecia ter recém saído da loja.

Eu entrei no carro dele sem trocar uma palavra e se manteve assim durante o caminho. Eu estava com ele no banco da frente então o silêncio tava me constrangendo muito, eu fiquei olhando o tempo todo para a janela só para não ter que olhar na cara dele. Durante um momento eu parei de me distrair nos meus pensamentos e me concentrei no vidro da janela, que estava refletindo o rosto dele, ele estava com um sorriso de orelha a orelha.

Naquele momento eu pensei que aquele cara estivesse planejando me assassinar e me jogar no mato por conta daquele sorriso, ainda mais que já estava à noite, quando me deparei ele tava dirigindo na velocidade máxima do carro. Foi aí que eu me lembrei que eu estava andando de carro com um cara que tinha acabado de encher de drogas, mas ele parecia estar bem consciente para alguém que tinha cheirado algumas carreiras. Eu me virei no mesmo seguindo e olhei para ele com a cara pálida de medo, ele comseguiu ver eu olhando para ele de canto de olho mas ele não olhou para mim.

— Para, você tá me assustando. — eu disse com a voz trêmula.

— Não estou fazendo nada. — Victor retrucou sem olhar para mim.

O bairro era muito grande, então levou alguns minutos até que a gente chegasse na casa dele.

— Desacelera, agora. — eu retruquei.

Ele olhou para mim, vendo minha cara de medo, só assim ele desacelerou.

— Porra... — eu suspirei forte e encostei minha cabeça no banco do carro.

Não demorou muito para que nós chegássemos na casa dele, ele entrou em uma rua que só tinha mansões gigantescas e parou em frente a melhor da rua. Cacete, que mansão do caralho, bem que eles disseram que a família do Victor cagava dinheiro.

— Desce. — Victor disse já saindo do carro.

Eu peguei minha guitarra e desci do carro junto com ele, entrei na casa dele de fininho e puta merda...a casa era deslumbrante. A casa era quase totalmente branca, quando eu entrei já me deparei com uma sala de estar luxuosa e gigantesca, porra Victor, quer virar meu sugar daddy não?

A casa parecia estar vazia, pelo menos eu não ouvi o som de ninguém. Eu só segui ele até o quarto dele e ele fechou a porta, quando ele fechou eu só consegui lembrar das palavras do Mikael na minha cabeça.

— Cadê a guitarra? — Victor se virou para mim e me olhou com uma expressão séria.

Eu tirei a guitarra da case e entreguei nas mãos dele.

— Puta que me pariu, parece que você passou um trator por cima — ele demonstrou interesse — estão quase todas as cordas soltas — ele disse com desprezo.

— Bom, é que...

— O motivo não me interessa — ele me interrompeu — se você quiser sentar e assistir algo na tv, isso aqui vai demorar um pouco.

— Quer me bater também? — eu retruquei.

— Senta logo. — ele revirou os olhos.

𝐄𝐏𝐈𝐅𝐀𝐍𝐈𝐀 - Além da música Onde histórias criam vida. Descubra agora