𝐄𝐏𝐈𝐅𝐀𝐍𝐈𝐀 - Além da música

𝟬𝟬𝟰. 𝘁𝗿𝗲́𝗴𝘂𝗮.

Ele ter me tirado do diálogo com a irmã dele e ter me confrotado daquela forma com certeza foi algo que me deu nos nervos, eu só queria pegar meu guitarra e ir embora. Voltei para o quarto dele para que ele terminasse de consertar ela o mais rápido possível para que eu pudesse ir embora. Entretanto, ainda faltava algumas cordas para serem ajustadas, então eu só deitei na cama dele de novo e fiquei com cara de bunda pro teto.

Enquanto o tempo passava, eu pude prestar atenção em algo tinha no quarto do Victor. Entre os pôsteres de diversas coisas, tinha um de Naruto, o que me intrigou bastante, eu sou obcecada em Naruto desde que me entendo por gente.

— Sua guitarra tá pronta. — ele disse sem expressão e em seguida se levantou.

Eu levantei da cama, mas não foi para pegar a guitarra, e sim olhar aquele pôster de perto. Eu ignorei o Victor e fiquei hipnotizada por alguns segundos.

— Você gosta de Naruto? — eu disse enquanto encarava o pôster com um olhar profundo.

Percebendo a minha reação, ele se aproximou com a guitarra em mãos e parou do meu lado, olhando para o pôster junto comigo.

— Desde que me entendo por gente. — ele mostrou uma tatuagem no braço de Naruto, entre as várias outras tatuagens que ele tem.

Com toda certeza uma das coisas mais atraentes no Victor eram as tatuagens, ele tinha tatuagens que pegavam do pescoço para baixo e tomavam quase todo o corpo dele. Aquele pele pálida tomada por desenhos com certeza me fazia arrepiar até a espinha.

— Tinha que ter acabado no arco do Madara — eu disse enquanto olhava para ele com um sorriso mínimo.

— Pra mim, tinha que ter acabado no arco do Pain. — ele demonstrou interesse.

— Que? claro que não! não iria fazer sentido, afinal todos nós sabemos que o Naruto derrotou o Pain por ser o protagonista, então no mínimo eles deveriam mostrar ele se desenvolvendo melhor. — eu retruquei.

— Eu não curto o arco do Madara porque simplesmente colocaram o personagem mais foda do anime pra morrer pra uma planta.

— É, você tem um ponto, Madara morreu pra uma babosa e depois transicionou para uma mulher. — eu falei inocentemente.

Victor deu uma risada mínima, em dois meses fazendo parte da banda, eu nunca tinha visto ele sorrir. Aquele momento foi o momento que ele esqueceu aquela rivalidade idiota que ele criou e permitiu a conexão e a genuinidade fluir, mas é claro que a fixa ia cair pra ele, ele desfez o sorriso no mesmo instante que notou.

— Melhor eu te deixar em casa logo. — ele fechou a cara e deu as costas.

— Não! porra! — eu respondi irritada.

Ele olhou para mim, pareceu estar indignado com a minha ação mas tentou ficar sem expressão.

— Victor, me responde, por que você me odeia tanto?