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24/12/24

𝑨𝒏𝒂 𝑭𝒍𝒂𝒗𝒊𝒂 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐𝒇 𝒗𝒊𝒆𝒘

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𝑨𝒏𝒂 𝑭𝒍𝒂𝒗𝒊𝒂 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐𝒇 𝒗𝒊𝒆𝒘

Dito e feito, pouco antes das 11:00 Gabi chegou na porta de casa com uma Manuela eufórica em seus braços.

— Oi amor, que saudades de você!

Me abaixo na altura da menina de olhos verdes.

— Oi tia, 'daudades tbm — ela me abraça e eu rio do seu jeitinho de falar.

— Seu tio 'tá lá na cozinha. — digo e a menina entra correndo para dentro da casa.

— Toma aqui a mochila da monstrinha. Tem tudo aí, coloca todos os agasalhos nela viu!

— Meu Deus Gabriela, a menina não vai pro Alaska. — digo vendo o volume da bolsa.

— Aham, vou te mandar a receita dos antibióticos depois pra você pagar então.

— Tá bom. — digo rindo — vai entrar bi?

— Vou não amiga, estou cheia de coisa para fazer em casa! Inclusive, estejam lá as 20:00 pois eu ainda tenho que arrumar essa coisinha que tá na sua casa.

— Sim senhora. — digo a fazendo rir

                                       • • •

Depois dos biscoitos ficarem todos prontos, empacotados e de comermos no mínimo uns 10, fomos finalmente fazer o que fazemos todos os anos. Entregar biscoitos no abrigo para crianças.

— 'Tá bem presa nessa cadeirinha Manu?

— Tô sim tia!

— Tudo bem, então vamos.

— Por que o tio Gu não tá dirigindo?

A pergunta da menor me deixou sem palavras por um instante. desde que Gustavo começou o último tratamento, o médico orientou a não exercer nenhuma tarefa que testasse coordenação motora, e desde então eu sempre dirijo.

— Porque só as mulheres conseguem dirigir na neve meu bem. — Gustavo foi rápido em responder.

— Ué, mas o meu pai dirige...

— Aposto que não tão bem quanto a tia Ana!

Ela sorri e concorda com o meu marido, ligo uma playlist animada no carro e começamos a cantar.

No meio do caminho somos surpreendidos com o caminho que nos levava até o abrigo estava interditado pela neve.

Gustavo sai do carro, com uma expressão de tristeza. Vi quando ele me olhou com um olhar triste e decepcionado. Como quem tinha acabado de perceber que não ia ter a oportunidade de se despedir das crianças que todo ano esperavam por aqueles biscoitos.

— Ele vai chorar é? — Manu pergunta do banco de trás

— Espere aqui, a tia vai resolver isso.

Saio e dou a volta no carro em direção ao meu marido.

— Eu... — ele começa mas não termina

— Eu sinto muito lindo. — e pela primeira vez em meses o vejo chorar — Eu queria ter feito seu natal mais especial, sinto muito. — digo o abraçando fortemente.

Quando ele já estava mais calma ele olhou em volta observando o lugar que estávamos e logo percebi suas intenções.

— Espera que eu vou chamar reforços. — dou a volta no carro e tiro Manu da cadeirinha.

Nossas risadas altas com certeza deixaram algum animal dali mais feliz. Queria poder viver nesse momento para sempre.

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𝐥𝐚𝐬𝐭 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐦𝐚𝐬 | short fic miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora