Capítulo 3: Conhecendo a cidade e pondo a conversa em dia

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Após o choque com a bagagem de Erina, Lanie e David ficaram em um transe, com a primeira dizendo "As pessoas ricas são mesmo de outro mundo!" e o último dizendo "Não deveria me surpreender, trabalho aqui a anos... que vergonha...". Com essas falas já era possível ver que Lanie era uma novata, enquanto David já era funcionário experiente. Quando John se ofereceu para ajudá-nos a carregar as malas, os empregados saíram do seu transe e também se prontificaram para ajudar também.

Com a ajuda dos três, Erina e eu fomos levadas para nosso quartos. Isso mesmo, quartos no plural. Isso explicava o tamanho dos dormitórios, os quartos eram individuais. Erina e eu ficamos com dois quartos do primeiro andar. Cada quarto tinha uma cama, criado-mudo, cômoda, armário, cortinas, biombo, escrivaninha com cadeira, prateleira e estante. Com o básico já fornecido, a decoração ficaria a critério do aluno. Para mim, os quartos estavam de bom tamanho – considerando que são quartos individuais, eu pensei que eles seriam cubículos –, mas para Erina, cujo quarto na mansão da família era maior do que uma sala de aula para cem pessoas, aqueles quartos eram pequenos. Ela teria que pensar em uma outra forma para guardar todos os seus pertences.

Após recebermos as chaves e colocarmos a bagagem nos quartos, John nos levou para passear pelo distrito comercial. Quando John fez a proposta de passeio e pisamos o pé para fora do dormitório, Erina rapidamente cruzou o seu braço com o dele, colando seu corpo ao dele. Que abusada! Vou ter que por um limite nisso!

- Erina, não trate meu irmão como se fosse um mordomo!

- Não precisa se preocupar. – John tentou me tranquilizar – Eu não estou desconfortável, então não há necessidade de repreendê-la.

John, querido irmão, você é ingênuo demais para sua idade! A garota que está se aninhando em seu braço está longe de ser uma moça inocente!

- Maninho, ela é minha amiga. Não precisa tratá-la desse jeito só porque ela tem dinheiro!

- É exatamente por isso que eu não me importo.

- Huh?

Tanto eu como Erina olhamos para ele, confusas.

- Ela é sua amiga e ela te deixa feliz. Ser um membro da alta sociedade deve ser difícil. Por mais que tenha tanto dinheiro, há sempre uma preocupação para manter uma imagem perfeita. Por isso que eu quero deixar ela a vontade, para que ela sempre venha ficar com você. Então eu não me importo.

- John... – Erina suspirou, seus olhos estavam brilhando e ela levou a mão de seu braço livre até os lábios, como uma donzela apaixonada.

Pronto. Agora é que ela não desiste dele.

- Maninho.

- Sim?

- Você é uma pessoa muito boa.

Com a sua mão livre, John fez cafuné na minha cabeça e me deu um sorriso caloroso.

- Não precisa me elogiar! Só de saber que você vai estar com boa companhia já me deixa feliz!

EU NÃO TAVA ELOGIANDO! Quando eu falei que ele era uma pessoa muito boa, eu estava dando um sorriso amarelo, mas ele não entendeu! Foi como eu disse antes, ele é incapaz de ver qualquer malícia na Erina.

Sem que eu ao menos esperasse, John estendeu seu antebraço que estava livre a mim, sinalizando para que eu cruzasse meu braço com o dele. Não sei o porquê de ele estar fazendo isso – talvez eu estivesse um pouco pálida –, mas achei melhor aceitar a oferta para não dar a impressão de que estava chateada com ele. E assim nós três fomos ao distrito comercial, Erina e eu apoiadas em cada braço de John.

Chegando ao distrito, Erina e eu pudemos ver melhor as lojas que havíamos visto de soslaio. Como ainda não era hora de almoçar, nós três poderíamos dar uma olhada nos estabelecimentos. Erina foi quem decidiu para onde iríamos primeiro, quando seus olhos brilharam ao ver um vestido na vitrine de uma boutique. No momento em que ela viu a peça de roupa, ela correu até a loja, consequentemente se soltando do braço de John. Que irônico! Fez questão de se segurar no John e, no primeiro sinal de distração, esqueceu-se dele.

A Formação da Maga de CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora