Até o inverno acabar - BokuAka [haikyuu]

[5] Nostalgia

[voz do narrador]

Bokuto pega a mão de Akaashi com um sorriso empolgado e o guia pelo quintal da casa da avó.
Já é o terceiro dia deles ali. O sol está começando a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Eles chegam a uma grande árvore antiga, seus galhos robustos abrigando uma casa na árvore encantadora, com madeira gasta pelo tempo e uma escada de corda que balança levemente ao vento.

- Essa é a minha casa na árvore, - diz Bokuto, com um brilho nos olhos. - Eu costumava passar horas aqui quando era criança.

Akaashi observa a estrutura com curiosidade. Subindo a escada, sente a madeira firme sob seus pés, cada degrau revelando uma nova perspectiva da paisagem ao redor.

Quando chegam ao topo, Akaashi é recebido por um ambiente acolhedor e cheio de história. Pequenos objetos decoram o interior: um conjunto de livros infantis desgastados, um baú de brinquedos antigos e desenhos infantis pregados nas paredes de madeira. Uma manta de tricô está estendida no chão, um convite para se sentarem e desfrutarem do momento.

- Eu vinha aqui para sonhar e planejar, - conta Bokuto, sentando-se na manta e puxando Akaashi gentilmente para se juntar a ele. - Às vezes, eu fingia que era um grande jogador de vôlei, outras vezes, apenas observava as estrelas.

Akaashi sorri, sentindo a intimidade do lugar. A luz suave do pôr do sol entra pelas janelas da casa na árvore, banhando tudo em um brilho dourado. Ele se senta ao lado de Bokuto, encostando-se contra a parede de madeira.

- É um lugar incrível, Bokuto, - diz Akaashi, olhando ao redor com admiração.

Bokuto ri, um som alegre que se mistura com o canto dos pássaros ao longe.

- E agora eu posso compartilhar isso com você, - responde ele, entrelaçando os dedos com os de Akaashi. - Acho que isso faz o lugar ainda mais especial.

Eles passam o tempo conversando, rindo e explorando os pequenos detalhes da casa na árvore. Bokuto mostra uma caixa de recordações cheia de pequenos tesouros da infância: pedras coloridas, conchas e fotos antigas.

Bokuto sente o coração bater mais rápido enquanto o moreno observa seus pequenos tesouros. Ele se inclina um pouco mais perto, sentindo a presença de Akaashi ao seu lado, a proximidade trazendo uma mistura de conforto e nervosismo. Eles conversam em voz baixa, suas risadas se misturam com o som suave das folhas balançando ao vento.

Sem pensar muito, Bokuto estende a mão e toca suavemente a ponta dos dedos de Akaashi. É um gesto tímido, quase inseguro, mas o garoto responde tocando os dedos de volta, seus olhares se encontrando. A tensão entre eles cresce, e Bokuto percebe que o ambiente ao redor parece desaparecer, deixando apenas os dois naquele momento íntimo.

- Akaashi... - sussurra Bokuto, a voz quase falhando.

Akaashi não responde com palavras, mas se inclina ligeiramente, seus olhos fixos nos de Bokuto. É um convite silencioso, e Bokuto não consegue resistir. Ele aproxima o rosto do de Akaashi, seus lábios finalmente se encontrando em um beijo suave e hesitante. A sensação é elétrica, uma mistura de medo e excitação.

O beijo se aprofunda, tornando-se mais intenso, e Bokuto sente suas mãos se moverem por conta própria, explorando o rosto e o pescoço de Akaashi. Ele sente Akaashi fazer o mesmo, seus toques gentis e hesitantes. A necessidade de estar mais perto, de sentir mais, cresce dentro dele.

Eles se separam por um momento, ofegantes, seus olhares ainda conectados. Bokuto percebe a mesma confusão e desejo nos olhos de Akaashi que ele sente dentro de si.

- Bokuto... eu... - começa Akaashi, sua voz trêmula.

- Eu também, - interrompe Bokuto, entendendo exatamente o que Akaashi está tentando dizer. - Eu sinto o mesmo, Akaashi.