𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 2- 𝓭𝓮𝓼𝓮𝓼𝓹𝓮𝓻𝓸

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O despertador rompeu o silêncio da madrugada, arrancando-me de uma noite em que sequer consegui adormecer. Despertei com a mente e o corpo pesados, sendo a consciência o fardo mais esmagador.

Abri os olhos inchados pelas lágrimas que derramei incessantemente durante a noite. Levantei-me e sentei na cama, sentindo o contraste entre o frio de meu corpo e o calor dos lençóis. O som estridente do despertador ecoava na escuridão do quarto.

- Porra - murmurei, passando as mãos pelos cabelos, desejando, naquele instante, desaparecer. Detestava a escola, especialmente por causa do impacto devastador que ela tinha sobre a vida das pessoas; era verdadeiramente um inferno.

Levantei-me, exausta, e fui até o banheiro. Encarei o espelho e vi um rosto pálido, desprovido de qualquer vestígio de vida ou alegria. Era o semblante da infelicidade. Suspirei profundamente enquanto tirava minhas roupas, sem a mínima vontade de entrar no chuveiro.

Cada movimento parecia uma luta contra um peso invisível que me puxava para baixo. A água fria do chuveiro era um choque contra minha pele, mas não conseguia lavar a sensação de desesperança que me envolvia. O reflexo no espelho mostrava mais do que um corpo cansado; revelava uma alma desgastada pelo sofrimento e pela tristeza, como se cada lágrima derramada tivesse deixado uma marca indelével em meu espírito.

O banheiro, com suas paredes frias e azulejos impessoais, parecia um refúgio de solidão onde eu podia, por um breve momento, me desligar do mundo cruel que me esperava do lado de fora. Mas, mesmo ali, o peso do luto e da angústia me acompanhava, como uma sombra persistente que não me deixava escapar.

Eu caminhava novamente, como de costume, com os fones de ouvido no volume máximo, mergulhada na cacofonia de uma multidão que se acotovelava, ávida para adentrar a escola. Sentia-me esmagada entre as pessoas, cada esbarrão ressoando como uma nota dissonante em meio a uma sinfonia caótica. Aquela rotina opressiva era um tormento.

Subi as escadas, esbarrando em ombros alheios, desejando apenas alcançar a sala de aula e encontrar refúgio na minha carteira. Quando finalmente adentrei a sala, o murmúrio dos colegas envolveu-me, mas eu me isolei no meu pequeno mundo, retirando os fones enquanto o professor cumprimentava a todos.

- Bom dia. - Duas batidas fortes na porta interromperam o silêncio controlado da sala e desviaram a atenção de todos.

- Pois não? - o professor perguntou, dirigindo-se à porta.

- A aluna S/N está presente? - A voz ecoou, fazendo todos os olhares se voltarem para mim, como se eu fosse uma intrusa.

- S/N, a direção está te chamando. - O professor anunciou em voz alta, atraindo ainda mais atenção. Olhei ao redor, sentindo uma onda de desespero e confusão. Levantei-me lentamente, com o semblante aturdido. Caminhei, hesitante, até a porta, onde a diretora me aguardava com um sorriso enigmático.

- Venha comigo, por favor - disse ela, colocando a mão gentilmente em minhas costas e guiando-me pelo corredor até a sala da direção.

- Venha comigo, por favor - disse ela, colocando a mão gentilmente em minhas costas e guiando-me pelo corredor até a sala da direção

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