MINHA RUÍNA - medusa

Luna

acordo com o barulho do meu celular tocando, e assim que abro meus olhos, já os fecho imediatamente, pela luz do sol forte bem nos meus olhos, fazendo com que eu tenha dificuldade de mantê-los abertos.

pego meu celular do meu lado e atendo a chamada, sem nem ver quem é.

- Luna, porra! onde é que você está? - a voz de Bryce me desperta imediatamente, me fazendo arregalar os olhos.

vejo Vincent deitado do meu lado ainda dormindo, o garoto me abraça e dorme tranquilo ao meu lado.

- puta que pariu. - exclamo nervosa vendo que amanheceu o dia e eu não estou em casa.

- está todo mundo atrás de você, desesperados! onde você se meteu? você está bem? eu vou te buscar. - ele diz nervoso.

- não, calma! - digo nervosa também. - eu estou bem! estou indo para casa agora, quando eu chegar, explico o que aconteceu para você, vai direto para a minha casa.

- estou indo. - ele diz e desliga a chamada.

viro para Vincent e chacoalho seu corpo tentando acordar o garoto que parece estar desmaiado.

- acorda, pelo amor de deus, meu pai vai me matar. - converso sozinha e vejo o garoto fazer uma careta.

- que porra Luna, me deixa dormir. - ele diz de cara feia.

- não, Vinnie, você precisa me levar para casa agora, já amanheceu! todo mundo está atrás de nós, a gente sumiu. - digo para o garoto que me olha lento processando o que eu falei.

- caralho, a gente dormiu aqui. - ele diz raciocinando tudo.

- levanta, você precisa me levar para casa! - digo puxando o garoto.

- ta bom, vamos. - ele se levanta e nós descemos da árvore.

caminhamos até seu carro e o garoto me leva para casa. eu fico no banco super nervosa, já até posso imaginar a merda que vai dar com o meu pai, ele vai querer me matar, eu tenho certeza.

acho que ele vai me bater muito dessa vez, como eu fui burra de ter dormido lá.

me encolho no banco e abaixo minha cabeça entre minhas pernas pensando em como eu vou apanhar quando chegar.

- você está bem? - Vincent pergunta para mim.

- eu não sei! meu pai vai me matar. - digo nervosa.

- relaxa, só explica para ele que você estava muito cansada e acabou dormindo na casa de uma amiga, inventa qualquer coisa. - ele sugere.

- você não entende, Vincent. - balanço a cabeça chateada. - ele é péssimo.

- o que ele pode fazer demais? - ele me olha tenso.

- o pior que você possa imaginar. - observo o caminho e percebo que estamos entrando na minha rua. - ai meu deus.

Vincent para em frente a minha casa e vejo meu pai junto com irmão do lado de fora de casa, tem alguns vizinhos olhando a situação já. meu pai está bebendo, com um sarrafo na mão, e meu irmão está tentando acalmar meu pai.

- que porra é essa? - Vincent encara toda a situação.

- muito obrigada por tudo, até mais. - digo e saio do carro, Vinnie falou algo, mas eu não consegui escutar, estava alucinando já.

sinto minha visão embasada, meu corpo fraco, não consigo mais escutar o barulho do mundo.

quando meu pai me vê, ele grita algo comigo, mas eu nem escuto. o mais velho vem à minha direita, gritando e com o sarrafo na mão.