Only The Brave - Jegulus Fic

Capítulo 7: Seremos heróis

O correio da manhã de segunda-feira é sempre caótico. Barulhento. Regulus odeia isso. As corujas batem as asas e fazem muito barulho. Cartas e pacotes voam e pousam com baques surdos para cima e para baixo nas quatro mesas, muitas vezes derrubando xícaras de chá ou fazendo os talheres tilintarem. Isso o estressa.

Ele está acostumado, no entanto, então Regulus permanece impassível durante isso. Ele continua comendo seu café da manhã enquanto uma carta cai no colo de Dorcas, batendo a torrada que ela está comendo para fora de sua mão no processo. Ele não vacila quando Evan recebe o jornal e ele derruba seu chá, que derrama nas calças de Barty, então ele pula de seu assento xingando a coruja de Evan. Regulus nem mesmo levanta os olhos de seus ovos e seu café preto.

A coruja da mãe de Barty deixa cair uma carta na torrada de Barty. Ele olha feio para ela e não se incomoda em pegá-la até usar sua varinha para secar suas calças. Ele se senta novamente, encara a carta como se pudesse atear fogo nela com sua mente.

Regulus nunca recebe correspondência, então ele não está prestando muita atenção quando a coruja deixa cair um pacote que o atinge na cabeça antes de quicar na mesa e derrubar seu café. Ele observa a mancha escura se espalhar com olhos tristes antes de olhar para a coruja, indignado.

Ele não reconhece a coruja. Nunca a viu antes. É grande e bem cuidada. Suas penas são brilhantes, cheias. Olhos inteligentes o observam, provavelmente esperando por uma guloseima que ela não vai ganhar. Não depois de derramar seu café.

"De quem é você?" Ele murmura baixinho, girando o pacote nas mãos. É pequeno e leve. Embrulhado um pouco desajeitadamente em papel pardo simples.

Ele o leva até o ouvido e o sacode um pouco, mas nada faz barulho lá dentro. Hmm.

Regulus começa a descascar o papel de embrulho antes que seu cérebro acompanhe suas ações e suas mãos parem. Ele não sabe quem enviou isso, ou o que é. Pode ser uma brincadeira de algum tipo. Pode ser... o que pode ser? As únicas pessoas em que ele consegue pensar que gostariam de lhe enviar algo estão sentadas com ele, todas distraídas com suas cartas ou, no caso de Evan, com o Profeta Diário.

Pode ser de casa, mas é improvável. A mãe dele nunca lhe enviou nada antes. Walburga Black não é do tipo que lhe envia um presente surpresa. Ela compra coisas para ele. Mais coisas do que ele precisa. Walburga é obcecada em dar a Regulus o melhor de tudo — veja a coleção de vassouras que ele acumulou nos últimos anos. É como se ela achasse que comprar merdas para ele compensa a falta de todo o resto.

Nunca funcionou com Sirius — ele estava tão farto de coisas materiais. Ele rejeitava tudo e fazia birras que terminavam com ele se machucando. Ou morrendo de fome. Ou ambos. Também não funciona com Regulus, mas ele é mais inteligente. Ele sempre foi. Então ele sabe agradecer e acenar quando os presentes são dados, e Walburga fica quase sempre fora do seu caminho. Exceto que seus presentes sempre vêm em um dia em que faz sentido . Seu aniversário. Natal. Um dia antes de voltar para a escola. Walburga Black não é uma mulher espontânea. E Orion não respira sem a permissão de sua esposa, então obviamente não é dele.

Regulus deveria estar mais preocupado, mas a verdade é que ele está curioso. Se alguém estiver pregando uma peça nele, ele terá grande prazer em se esconder e então planejar a vingança. Ele está curioso e quer ver o que há neste pequeno presente inesperado que recebeu. Só não aqui.

Regulus guarda o pacote no bolso sem abri-lo.

"Oh, uau," Barty exclama de repente. "O que diabos aconteceu com ele?"

"Huh?" Regulus olha para cima, segue a linha de visão de Barty. O ar sai de seus pulmões.

James está atrasado para o café da manhã. Isso não é grande coisa. Todo mundo se atrasa para o café da manhã de vez em quando. Mas ele... James parece que brigou com uma banshee e perdeu. Ele está desgrenhado e anda como se suas pernas não pudessem carregá-lo direito. Há um ar derrotado nele e um hematoma começando a aparecer em seu maxilar. Bem onde Regulus o tocou na enfermaria.