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ɪʟʟɪᴄɪᴛ ᴀғғᴀɪʀs; percabeth

❝Remember lookin' at this room, we loved it 'cause of the lightNow, I just sit in the dark and wonder if it's time❞

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❝Remember lookin' at this room, we loved it 'cause of the light
Now, I just sit in the dark and wonder if it's time❞


    — E o que ele fez?

    — Nada, ele deu risada e o meu tio que teve que me ajudar.

Eu explodi em gargalhadas com mais uma das histórias hilárias.

    — Isso definitivamente soa como algo que o Dionísio faria — falei, ainda tentando controlar o riso para tomar um gole da minha água.

Metade de um hambúrguer e duas fatias de torta. Foi tudo o que eu comi enquanto conversava com o homem que estava sentado no balcão da cafeteria Delfy ao meu lado. Ele tinha dado risada por eu estar com sapatos completamente diferentes e dito como eu aparentemente fazia mágica por ter feito o Sr. D sorrir e dali para frente a conversa fluiu.

    — Vocês vem muito aqui? Dionísio parece te conhecer bem, mas nunca te vi — o moreno falou, encostando o antebraço sob o balcão, ficando completamente virado para mim.

Ele parecia ter saído diretamente de uma praia, o que era estranho, considerando que estávamos no auge do outono. O cabelo preto caía repicado sobre o rosto bronzeado, dando um ar de surfista. Estava usando um blazer marrom por cima de uma camisa de gola alta preta. Quando o vi digitando e apagando freneticamente tudo o que escrevia no computador, ficou mais do que claro que era professor.

    — Uhm... — vasculhei em minha mente a lembrança de quando fora a última vez que eu me sentava em uma daquelas banquetas. Eu não ia à Delfy há tantos anos. Acho que minha memória afetiva me serviu de GPS enquanto eu saía de casa, caminhando para o lugar mais aconchegante possível.

Como eu cheguei ali? Uma ótima pergunta. Minha visão estava tão embaçada, minha cabeça tão confusa, que só me lembro de ter caminhado até a estação de metrô mais próxima do meu apartamento – umas quatro quadras para oeste – e parado instintivamente na estação próxima à cafeteria que eu costumava ir com o meu pai.

    — Eu costumava vir aqui quando era pequena. Meu pai e Dionísio eram amigos — expliquei, brincando com o garfo sobre o prato vazio — Mas não venho aqui desde... Deuses, acho que não venho aqui desde que eu entrei na faculdade.

Era verdade. Papai e eu costumávamos tomar café da manhã – uma pilha enorme de panquecas com gotas de chocolate – todos os domingos e depois passávamos juntos em uma livraria pequena na mesma rua. Isso perdurou até mesmo depois que Natalie apareceu. Ou depois que Matt e Bobby nasceram. Virou uma tradição de família.

Mas, depois que entrei na faculdade, aquele costume se perdeu. Parcialmente por conta da quantidade de estudos que me consumiram. Mas, também, porque Luke e eu começamos a namorar. Nós passávamos o fim de semana juntos, sempre tínhamos algo marcado com amigos ou ficávamos acordados até tarde em alguma festa que Luke insistia para irmos.
E, depois que me formei e casei, a vida não ficou nem um pouco mais tranquila. Eu trabalhava duro na empresa de arquitetura para conseguir uma promoção e, com sorte, conseguir criar o meu próprio projeto ao invés de ajudar os outros arquitetos seniors.

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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