Depois do fim

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O tempo passou, mas o amor que eu sentia por Lani só crescia. A saudade se transformou em uma dor constante, uma presença incessante que me atormentava dia e noite. Eu não conseguia esquecê-la. Sentia uma necessidade incontrolável de vê-la, de saber como estava, mesmo que isso significasse apenas uma breve visita ao restaurante onde trabalhava.

Eu me tornava um cliente regular, passando pelo restaurante como quem não quer nada, mas com o coração acelerado e a alma queimada pelo desejo de abraçá-la, de tê-la perto de mim novamente. Cada encontro era um misto de alegria e tristeza; alegria por vê-la, tristeza por não poder tê-la como antes.

Nila continuava a ser gentil comigo, sempre com um sorriso que iluminava seu rosto cansado. Um dia, quando a saudade já não cabia mais em mim, decidi abrir meu coração. Falei sobre o quanto sentia falta dela, o quanto meu amor continuava forte e verdadeiro.

Ela me ouviu em silêncio, seus olhos refletindo uma mistura de sentimentos. Foi então que me contou que não havia voltado para o antigo namorado. A decisão de não retomar o relacionamento havia sido dela. Ela sentia que era melhor seguir sozinha, pelo menos por enquanto.

Foi um alívio saber que ela não estava mais com ele, mas sua decisão de continuar sozinha também trouxe um novo tipo de dor. Entendi que Nila precisava de tempo e espaço para se encontrar, para se curar das feridas do passado.

Apesar da distância que ela impôs, nossos encontros no restaurante se tornaram momentos preciosos. Cada sorriso, cada olhar trocado, mantinha a esperança viva dentro de mim. Eu respeitava sua decisão, mas não conseguia apagar o sentimento que me consumia.

O destino, porém, tem suas próprias formas de agir. Nila começou a perceber que, mesmo tentando seguir sozinha, a nossa ligação era forte demais para ser ignorada. Lentamente, começamos a nos reaproximar. Não como antes, com promessas e planos, mas de forma mais sutil, mais cuidadosa.

Aos poucos, ela permitiu que eu fizesse parte da sua vida novamente, mas desta vez sem pressa, sem expectativas. A nossa relação passou a ser construída sobre bases mais sólidas, com compreensão e paciência. Eu sabia que o amor verdadeiro não exige posse, mas sim presença, apoio e respeito.

Com o tempo, fomos redescobrindo um ao outro. Lani, com sua força e determinação, e eu, com meu amor inabalável e minha vontade de fazê-la feliz. A vida não nos deu todas as respostas, mas nos deu uma segunda chance. E, desta vez, estávamos prontos para aproveitar cada momento, sabendo que o amor verdadeiro sobrevive às tempestades e floresce nos terrenos mais difíceis.

Assim, a nossa história seguiu, sem garantias de um "felizes para sempre", mas com a certeza de que o amor, quando é verdadeiro, encontra sempre um caminho para se renovar e crescer.

Véu de tormentoOnde histórias criam vida. Descubra agora