Capítulo XVII

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A cafeteria estava quase silenciosa. Os únicos sons audíveis no momento eram os de Suguru trabalhando, finalizando a limpeza e guardando algumas coisas restantes, e vez ou outra, da xícara que o outro homem ali presente repousava no pires. Os dois funcionários da Dragonfly haviam saído já há alguns minutos, logo após os últimos clientes. E, desde então, nenhuma palavra havia sido pronunciada. Estranho, para dizer o mínimo.

Mesmo assim, Satoru continuou observando atentamente aquele moreno estonteante, que não devolvia o olhar em momento algum. O que era mesmo estranho e confirmava alguns pensamentos anteriores que pairavam a mente por trás da cabeleira branca. Afinal, agora eles estavam sozinhos, não havia mais motivos para aquela distância toda.

— Vai mesmo continuar me evitando assim? — falou quase despreocupadamente enquanto apoiava o queixo com as mãos, logo que notou que Suguru parecia estar procurando algo mais para fazer. Porém, já estava tudo mais do que em ordem.

— Já estou terminando. — respondeu o dono da cafeteria, sorrindo com a expressão que já imaginava que se desenhava naquele rosto perfeito. Sim, imaginando, pois ele ainda não tinha virado o rosto para ele. Mesmo assim, completou: — E não estou te evitando.

— Ah, está sim. E já tá fazendo isso tem uns dias. — Satoru constatou, ainda em um tom de voz quase calmo.

— Te falei que ando ocupado. A Dragonfly tem estado muito cheia ultimamente, e tenho passado mais tempo que o normal aqui pra treinar o garoto novo.

Suguru sabia que estava mentindo para si mesmo. Sabia muito bem que estava sim evitando o outro, e que havia mergulhado em trabalho para tentar fugir, agir como um covarde. Mais uma vez. E, ainda, vinha realmente fazendo isso desde aquele dia, no estúdio.

Também era de seu conhecimento que estava agindo como um idiota, mas não conseguia evitar. Depois daquelas palavras de Yoko, finalmente havia percebido o quanto a relação entre os dois parecia avançar cada vez mais. O quão próximos eles estavam, o suficiente para apenas ficarem abraçados e dormindo juntos após uma massagem, como havia acontecido na noite anterior àquela. E isso o assustava.

Sempre pensou que namoro não era para ele, que não se ligaria assim a alguém, mas desde o dia em que esse homem havia pisado em sua cafeteria, suas emoções pareciam viradas do avesso. Não era tão simples assim, lidar com sentimentos tão fortes, e cada vez mais óbvios, por alguém que você mal conhece...

Alheio a esses pensamentos e essas constatações, Gojo respondeu, fazendo um biquinho mimado com os lábios delicados.

— Eu sei, você já me disse isso. E mesmo assim, só não vim antes porque Yoko está fazendo da minha semana um inferno... Ela até tem ido me buscar, Suguru! — Satoru suspirou. Sua amiga conseguia ser realmente ameaçadora às vezes, apesar da pouca altura. — Mas teria vindo correndo se me chamasse, mesmo assim.

Suguru não conseguiu conter um riso baixo com esse tom exageradamente dramático e finalmente voltou sua atenção para o modelo, que tinha a expressão mais fofa que um homem adulto daquele tamanho poderia ter.

Seu coração se aqueceu, de uma forma que realmente o assustava. Como era possível conhecer tão bem assim alguém que estava em sua vida há tão pouco tempo? E, o que era mais conflitante, se sentir culpado por se permitir viver isso?

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