Prólogo

234 25 9
                                    

   -É a minha hora... eu tô tranquila.- E então eu solto a minha mão e despenco daquele penhasco, direto para minha morte.
  
   Normalmente as pessoas morrem durante a queda e elas também fecham os olhos, mas eu não tive essa sorte. Meus olhos ficaram abertos o tempo todo e eu fiquei viva durante toda a queda, mas então eu bati no chão e morri...

   O certo seria eu não sentir nenhuma dor, não ter nenhuma sensação da morte, porque eu estaria morta... mas e se você voltasse da morte? Será que você lembraria de como foi a sensação de morrer? A sensação de bater no chão e quebrar todos os ossos?

   A resposta é, sim. Eu voltei e eu lembro de absolutamente tudo. Foi rápido, a queda foi o que mais demorou, caí tão rápido que nem conseguia respirar, sentia uma pressão no meu cérebro, parecia que a minha cabeça ia explodir. E então, eu bati no chão, mas eu não tive a sorte de bater primeiro a cabeça, porque assim eu não lembraria dos detalhes.

   Eu bati primeiro as minhas costas, lembro da sensação de bater no chão, foi uma dor instantânea, senti meu esqueleto se quebrar, se estilhaçar, mas então eu bati a cabeça e morri.

   Era para eu estar morta, mas parece que nem mesmo na morte eu tenho paz. E agora a minha morte me assombra e vai me assombrar pelo resto da minha vida... eu devia estar morta.

Onde está Natasha? Onde histórias criam vida. Descubra agora