Nathaniel estava na mesma rotina de sempre. O relógio marcava 18h30 quando ele se sentou à mesa da cozinha, abrindo um livro de matemática. O loirinho introvertido preferia o silêncio do seu apartamento ao caos da vida escolar. Seus amigos insistiam para ele sair mais, mas ele encontrava conforto em sua própria companhia e nas certezas de suas rotinas.
Era sexta-feira, e os corredores do prédio estavam mais movimentados que o normal. Nathaniel ouvia risadas e conversas abafadas que ecoavam pelo corredor. Ele levantou-se para pegar um copo d'água, e ao passar pela porta de entrada, ouviu um barulho alto. Curioso, abriu a porta apenas uma fresta e espiou para fora.
Do outro lado do corredor, Henry, o rapaz de cabelos brancos e desarrumados, estava tentando abrir a porta do seu apartamento, rindo de algo que um dos seus amigos tinha dito. Henry havia se mudado para lá recentemente e já era conhecido pelas festas barulhentas e a energia contagiante que trazia.
Nathaniel observou por um momento antes de decidir voltar ao seu estudo, mas não antes de Henry notar a presença dele. "Ei, vizinho!" Henry gritou, sua voz transbordando entusiasmo. "Tá a fim de se juntar a nós? A festa tá animada!"
Nathaniel hesitou, seus olhos encontrando os de Henry. Havia uma mistura de desafio e convite ali, mas ele apenas balançou a cabeça. "Não sou muito de festas," respondeu, quase sussurrando.
Henry sorriu, um sorriso que parecia prometer aventuras e confusão. "Uma pena. Mas, se mudar de ideia, sabe onde me encontrar."
A porta se fechou, e Nathaniel tentou voltar ao seu estudo, mas a presença de Henry continuava a invadir seus pensamentos. Havia algo intrigante naquele rapaz, algo que ele não conseguia ignorar.
Mais tarde, naquela noite, enquanto Nathaniel preparava uma tigela de ramen instantâneo, ele ouviu uma batida na porta. Abriu-a para encontrar Henry, desta vez sozinho, segurando uma garrafa de refrigerante.
"Pensei em trazer algo pra você," disse Henry, erguendo a garrafa. "Não é álcool, prometo."
Nathaniel hesitou, mas acabou aceitando a garrafa, permitindo que Henry entrasse no apartamento. "Obrigado," murmurou, tentando não parecer desconfortável.
"Então, você gosta de ficar sozinho?" perguntou Henry, observando o apartamento com curiosidade.
Nathaniel deu de ombros. "É mais tranquilo assim."
Henry riu suavemente. "Tranquilo demais, talvez. Eu gosto de um pouco de caos, mantém a vida interessante."
Os dois passaram os próximos minutos em um silêncio desconfortável, até que Henry começou a falar sobre suas aventuras no novo colégio, os amigos que fez e as confusões em que se meteu. Nathaniel ouviu atentamente, rindo ocasionalmente das histórias absurdas que Henry contava.
"Você devia vir comigo algum dia," sugeriu Henry. "Eu sei que parece loucura, mas você poderia se divertir."
Nathaniel não sabia o que responder. Parte dele queria manter sua rotina intacta, mas outra parte estava curiosa sobre o mundo de Henry. "Talvez," respondeu finalmente, sua voz baixa e indecisa.
Henry sorriu novamente, um sorriso que prometia novas aventuras. "Vou cobrar essa, Nathaniel. Você vai ver."
O restante da noite passou de forma tranquila, com Henry eventualmente retornando ao seu apartamento, deixando Nathaniel sozinho novamente. Mas algo havia mudado. A presença de Henry tinha deixado uma marca, um pequeno caos no mundo perfeitamente ordenado de Nathaniel.
Na manhã seguinte, ao acordar, Nathaniel não pôde deixar de se perguntar como seria a vida se ele permitisse um pouco mais de caos. E, pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu uma pontada de excitação pelo desconhecido.
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Desejos Impetuosos
RomanceNathaniel é um jovem reservado, cuja vida se resume a estudos e rotinas monótonas. Henry, por outro lado, é um espírito livre, sempre envolvido em aventuras e caos. Quando Henry se muda para o apartamento ao lado, Nathaniel se vê puxado para um mund...