Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A loucura da festa. ———————————————————————
O VAPOR DA ÁGUA quente instantaneamente embaça o grande espelho do banheiro, me obrigando a passar as mãos sobre ele na tentativa de conseguir me ver.
A água ainda está presente em meus cabelos, estou enrolada na toalha e não sei bem por que estou me observando tão seriamente dessa forma.
Acho que sou minha maior fã. Acabo sorrindo com esse pensamento idiota até ouvir alguém bater na porta do banheiro.
— O que foi? — pergunto sem me mover da frente do espelho.
— Abra a porta. — minha mãe grita do outro lado, como sempre.
Bufo irritada.
— Eu estou pelada. — grito em resposta.
— Abra a porta! — ela repete, dessa vez, mais alto.
Reviro os olhos sabendo que se eu não abrir a maldita porta ela vai arromba-la. Caminho em passos arrastados até a maçaneta de meu banheiro e a destranco em um movimento ágil.
— Você está mais gorda. — ela diz com um sorrisinho maldoso no rosto enquanto avalia meu corpo coberto pela toalha branca.
— Veio aqui para me dizer isso? Pode ir embora. — cruzo os braços.
A relação com minha mãe é complicada. Muitas garotas da minha idade consideram suas mães as melhores amigas que poderiam ter, no meu caso, ela só é a mulher que me gerou.
Li em uma revista uma vez que gostar dos seus pais é um sentimento involuntário, mas quando eles não gostam dos filhos, o problema se torna mais sério.
E na minha casa, o problema sempre foi seríssimo.
— Seu pai e eu temos um jantar com os Larussos e outros investidores. — ela explicou fitando minhas unhas dos pés com desgosto. — Consegue não ser imprestável por uma noite?
Confesso que senti uma pontada no peito, mas jamais admitiria em voz alta.
— Eu não sou im... — não tive a chance de responder, pois ela me cortou.
Como sempre.
— Consegue ou não, Cadence? — minha mãe estava impaciente, e apesar de estar impecável, eu ainda consigo ver a podridão de sua alma.
